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Título: Hordas de violadores. A instrumentalização da violência sexual em discursos anticomunistas alemães da Guerra Fria
Autor: Garraio, Júlia 
Palavras-chave: Anticomunismo; Era de Adenauer; Flucht und Vertreibung (fuga e expulsão); Violência sexual; Xenofobia
Data: 2012
Editora: Centro de Estudos Sociais
Título da revista, periódico, livro ou evento: Revista Crítica de Ciências Sociais
Volume: 96
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: Nos discursos anticomunistas alemães da Guerra Fria, a imagem do Exército Vermelho como “horda de violadores” funcionou como estratégia de exclusão na construção de uma identidade nacional regida por “valores ocidentais”. Analisarei a dimensão ideológica dos estereótipos de mulheres violadas e as construções de masculinidade que perpassam dois textos emblemáticos de memórias da fuga e expulsão dos alemães da Europa Central e de Leste e um romance de propaganda anticomunista norte-americano. Tentarei demonstrar que as violações de mulheres alemãs por soldados soviéticos no desfecho da Segunda Guerra Mundial foram interpretadas como produto de uma “barbárie asiática” e do comunismo. A instrumentalização dessas violações, ao diabolizar a União Soviética, favoreceu os dois pilares da política externa da República Federal da Alemanha: a integração europeia e a aliança transatlântica.
In German Cold War anti‑communist discourses, the image of the Red Army as a “horde of rapists” worked as a strategy of exclusion in the construction of a national identity based on “Western values”. This paper analyzes the ideological dimension of the stereotypes surrounding raped women and constructions of masculinity in two emblematic texts about the flight and expulsion of Germans from Eastern and Central Europe, and an anti‑communist American propaganda novel. The mass rapes of German women in the context of World War II were signified as the result of “Asian barbarism” and communism. The instrumentalization of wartime rapes, by demonizing the Soviet Union, fostered the two pillars of foreign policy in the Federal Republic: European integration and the transatlantic alliance.
Dans les discours anticommunistes allemands de la Guerre Froide, l’image de l’Armée Rouge comme une «horde de violeurs» fut utilisée comme une stratégie d’exclusion dans l’élaboration d’une identité nationale régie par des «valeurs occidentales». Nous nous pencherons sur la dimension idéologique des stéréotypes de femmes violées et sur les constructions de masculinité qui transparaissent dans deux textes emblématiques de mémoires de la fuite et de l’expulsion des allemands de l’Europe Centrale et de l’Europe de l’Est, ainsi que sur un roman de propagande anticommuniste nord‑américain. Nous tenterons de démontrer que les viols de femmes allemandes commis par des soldats soviétiques à la fin de la Seconde Guerre Mondiale furent interprétés comme un produit de la «barbarie asiatique» et du communisme. L’instrumentalisation de ces viols, en diabolisant l’Union Soviétique, favorisa les deux piliers de la politique extérieure de la République Fédérale d’Allemagne: l’intégration européenne et l’alliance transatlantique.
URI: https://hdl.handle.net/10316/33430
ISSN: 0254-1106
2182-7435
DOI: 10.4000/rccs.4811
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:I&D CES - Artigos em Revistas Nacionais

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