Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/31945
Title: Gravidez e transplante renal
Authors: Andrade, Joana Rita Ferreira 
Orientador: Alves, Rui Manuel Baptista
Pais, Maria de São José
Keywords: Gravidez; Insuficiência renal crónica; Transplantação do rim
Issue Date: Mar-2014
Abstract: Enquadramento: A gravidez é rara em mulheres com Doença Renal Crónica, sobretudo em estadio avançado, em virtude de várias condicionantes como a disfunção ovárica, hemorragias vaginais anovulatórias e amenorreia. Contudo, após transplante renal é possível alimentar o sonho de constituir família, mas é preciso considerar os riscos aumentados para o enxerto e a maior susceptibilidade para complicações da gravidez. Objectivo: Avaliar os riscos e identificar as variáveis que influenciam o sucesso da gravidez em mulheres após transplante renal. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo e analítico realizado com uma amostra constituída por 37 casos ocorridos entre 1989 e 2010 numa maternidade da zona centro de Portugal. Resultados: A idade média das mulheres foi de 27.3 (±5.17 dp) anos, oscilando entre os 18 e os 37. Em 32.43% dos casos a causa da insuficiência renal era desconhecida e em 21.62% foi motivada por doença renal poliquistica do adulto. Dos casos em que o tempo entre o transplante e a concepção foi inferior a um ano, 66.67% resultaram em episódios de rejeição do enxerto. A média da creatinina sérica pré-gestação foi de 1.27 (±1.19 dp) mg/dL mas registaram-se 5 casos com valores superiores a 1.5mg/dL e, destes, 20.0% resultaram em interrupção médica da gravidez e 60.0% em rejeição do enxerto. Cerca de 35% das mulheres necessitaram de ajustes na terapêutica imunossupressora baseada em Ciclosporina, Azatioprina e Prednisolona. Registámos, pelo menos, uma infecção urinária em 16.22% dos casos e 21.62% desenvolveram hipertensão arterial. Procedeu-se a interrupção médica da gravidez em 5.40% dos casos, 10.81% sofreram aborto espontâneo e 5.40% resultaram em nados mortos. A prematuridade complicou 77.42% dos casos e em 64.52% os partos foram por cesariana. Verificámos que 56.25% dos recém-nascidos eram baixo peso e 40.63% necessitaram de cuidados intensivos neonatais. A creatinina sérica pré-gestação revelou-se o parâmetro que mais influencia o estado final do enxerto, sendo que a valores iniciais mais elevados se associam mais casos de rejeição. Conclusão: A análise retrospectiva de casos de gravidez em mulheres com transplante renal permite verificar que, quando acompanhada por equipa multidisciplinar, a gestação bem-sucedida é possível após o transplante, mas as complicações maternas e perinatais, bem como a possibilidade de rejeição do enxerto, não podem ser ignoradas. Projectar a gravidez para um período pós-transplante superior a dois anos, assegurar a estabilidade da função renal com valores de creatinina sérica pré-gestação inferiores a 1.5 mg/dL e proteinúria inferior a 1g/dia e controlar a tensão arterial é fundamental para a minimização dos riscos e consequente protecção da grávida, do feto e do enxerto renal.
Background: Pregnancy is rare in women with Chronic Kidney Disease, especially in advanced stages, due to ovarian dysfunction, anovulatory vaginal bleeding and amenorrhea. After renal transplantation is possible to keep dreaming about family but the increased risk of graft loss and the higher susceptibility of pregnancy to complications must be considered. Objective: To assess the risks and identify the variables influencing the success of pregnancy in women after renal transplantation. Methods: A retrospective, descriptive and analytical study done with a sample of 37 cases that occurred between 1989 and 2010 in a Portuguese maternity. Results: The average age of women was 27.3 (± 5.17 sd) years, ranging between 18 and 37. For 32.43% the cause of renal insufficiency was unknown and for 21.62% was motivated by adult polycystic kidney disease. 66.67% of the cases with less than a year between the transplantation and conception resulted in graft rejection. The pre-pregnancy mean serum creatinine was 1.27 (±1.19 sd) mg/dL but 5 cases with levels higher than 1.5mg/dL were identified: 20.0% resulted in medical termination of pregnancy and 60.0% in graft rejection. About 35% of women needed adjustments on the immunosuppressive therapy based on cyclosporine, azathioprine and prednisolone. There was at least one urinary tract infection in 16.22% of the cases and 21.62% developed hypertension. Medical termination of pregnancy was performed in 5.40%, 10.81% had spontaneous abortions and 5.40% resulted in stillbirths. Prematurity complicated 77.42% of the cases and 64.52% of deliveries were performed by cesarean section. 56.25% of the newborns were low birth weight and 40.63% required neonatal intensive care. The pre-pregnancy serum creatinine level proved to be the most influencing parameter to the final stage of the graft and higher initial levels lead to more graft rejections. Conclusion: The retrospective analysis of pregnancies in women with renal transplantation showed that, when accompanied from the beginning by a multidisciplinary team, success is possible but the maternal and perinatal complications as well as the possibility of graft rejection must not be ignored. Projecting pregnancy for, at least, two years after the transplantation, ensuring that the pre-pregnancy serum creatinine levels are lower than 1.5mg/dL with less than 1g/day of proteinuria and controlling the blood pressure is critical to minimize the risks and consequently protect the mother, the fetus and the renal graft.
URI: https://hdl.handle.net/10316/31945
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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