Deteção por fluorescência de raios X de biometais em tecido cerebral e olhos de ratos

Abstract

A Doença de Parkinson é caracterizada por uma degeneração e morte progressiva dos neurónios dopaminérgicos presentes em determinadas áreas cerebrais, como a substantia nigra e o estriado, associadas ao percurso da dopamina. O estudo qualitativo e quantitativo dos elementos químicos associados a esta doença tem sido realizado utilizando diversas técnicas espetrométricas, sendo a uorescência de raios X por dispersão de energia (EDXRF) um exemplo destas. Para cada caso de estudo, estas técnicas precisam de uma otimização das condições do seu funcionamento para as respetivas amostras em análise, por exemplo a espessura e o suporte da amostra, a corrente e a tensão do tubo de raios X, os ltros, o colimador, a constante de tempo eletrónica e o tempo de aquisição. Nesta dissertação foram estudadas estas condições para a técnica EDXRF tendo em vista a análise de amostras de tecido de ratos tratados com a toxina 6-OHDA (6-hidroxidopamina), utilizada para induzir um modelo animal da doença de Parkinson em ratos. Neste trabalho preliminar foram analisadas quatro amostras de tecido cerebral (2 do estriado e 2 da substantia nigra) e 9 olhos. A técnica XRF possibilitou a identi cação de vários metais e do elemento Cl e a medi- ção das respetivas intensidades de uorescência de raios X, tornando possível a comparação entre tecidos tratados e não tratados. Para o caso dos olhos, para a região anterior, foram identi cados os elementos químicos P, S, Cl, K e Ca e veri cou-se uma diminuição de todos estes elementos nos olhos tratados. Na análise dos tecidos cerebrais, tanto para a substantia nigra como para o estriado, foram identi cados os elementos P, S, Cl, K, Ca, Fe, Cu e Zn e veri cou-se um aumento generalizado destes elementos nos hemisférios do tecido cerebral com a toxina.