Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/30505
Title: Saúde reprodutiva após cancro da mama
Authors: Leite, Maria Helena de Vasconcelos Barbosa Barros 
Orientador: Santos, Ana Teresa Almeida
Ramos, Mariana Costa Brandão de Moura
Keywords: cancro da mama; fertilidade; preservação da fertilidade; gravidez; aleitamento materno; disfunção sexual
Issue Date: 2014
Abstract: INTRODUÇÃO: O cancro da mama constitui a neoplasia maligna mais frequente nas mulheres em idade reprodutiva. Nas últimas décadas tem-se registado um aumento da sobrevivência das mulheres com cancro da mama, pelo que as intervenções que visam a melhoria da saúde reprodutiva e da qualidade de vida assumem atualmente um interesse relevante. O risco de falência ovárica prematura (FOP) e consequente compromisso da fertilidade, resultante da terapêutica sistémica adjuvante do cancro da mama, constitui um dos efeitos mais deletérios na mulher em idade reprodutiva. Neste âmbito as técnicas de preservação da fertilidade atualmente disponíveis, que incluem a criopreservação de embriões, a criopreservação de ovócitos e a criopreservação de tecido ovárico, permitem minorar esse impacto. A terapêutica comanálogos da gonadotrophin releasing hormone (Gn-RH) pode estar associada a um efeito benéfico na preservação da função ovárica, mas as suas indicações mantêm-se controversas. OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo rever os efeitos do tratamento do cancro da mama na saúde reprodutiva e as intervenções disponíveis para reduzir o seu impacto. MÉTODOS: Efetuou-se um revisão compreensiva da literatura. A pesquisa focalizou-se na avaliação do impacto do tratamento antineoplásico a nível da função reprodutiva e sexual. As controvérsias e a abordagem atual relativamente à preservação da fertilidade, à vigilância da gravidez, aleitamento materno e disfunção sexual em mulheres em idade reprodutiva com antecedentes de cancro da mama são realçadas. RESULTADOS: A quimioterapia realizada nas doentes com cancro da mama tem um impacto negativo sobre a fertilidade. Atualmente existem várias intervenções para preservar a fertilidade e os oncologistas devem orientar as doentes para os serviços de reprodução logo após o diagnóstico. As opções existentes neste âmbito podem aumentar a probabilidade de uma futura gravidez, apesar da eficácia de algumas intervenções, nomeadamente a administração de análogos Gn-RH, não estar ainda esclarecida. No que concerne à gravidez após cancro da mama, a evidência não revela um impacto negativo a nível da sobrevivência. Relativamente ao aleitamento materno, os estudos efetuados referem que é seguro para as crianças e não tem efeitos nocivos no prognóstico das mulheres com antecedentes de cancro da mama. A abordagem multimodal da disfunção sexual, com especial incidência no tratamento farmacológico e na terapia sexual revela-se eficaz, constituindo uma mais valia na saúde reprodutiva destas mulheres. CONCLUSÃO: O aumento das taxas de sobrevivência do cancro da mama tem levado a um empenho dos profissionais de saúde em alargar o alcance da sua responsabilidade, passando do simples tratamento da doença para uma perspectiva de atuação mais abrangente, que permita às mulheres restaurarem e manterem uma boa qualidade de vida. As decisões relativamente à preservação da fertilidade previamente ao tratamento citotóxico, bem como de gravidez e aleitamento materno após cancro, devem ser tomadas de acordo com uma concertação pluridisciplinar em oncologia e medicina da reprodução. Dada a prevalência das disfunções sexuais femininas após cancro da mama e o seu impacto no bem-estar pessoal é importante que os clínicos desenvolvam capacidades para as diagnosticar e proporcionar um acompanhamento dirigido. São necessários estudos mais alargados, multicêntricos, randomizados e controlados, com critérios de avaliação meticulosos, para se obterem respostas claras em relação às melhores estratégias a adotar na preservação da fertilidade pós-cancro, na vigilância da gravidez, na abordagem das disfunções sexuais e no aconselhamento contracetivo.
INTRODUCTION: Breast cancer is the most common neoplasic disease in women at reproductive age. Survival from breast cancer has significantly been improved in the last decades, so that interventions aimed at improving reproductive health and life quality currently assume a relevant interest. Premature ovarian failure (POF) risk and consequent fertility impairment resulting from systemic adjuvant therapy for breast cancer is one of the most deleterious effects in women at reproductive age. In this context, assisted reproduction techniques currently available for fertility preservation, including embryo cryopreservation, oocyte cryopreservation and ovarian tissue cryopreservation, can minimize this impact. Therapy with gonadotrophin-releasing hormone analogues (GnRHa) may be associated with a beneficial effect, but its indications remain controversial. OBJECTIVE: This study aims to review the effects of breast cancer treatment on reproductive health and available interventions to reduce its impact. METHODS: A comprehensive literature review was done, which focused on assessing the impact of antineoplastic treatment on reproductive and sexual function. The controversies and current management of fertility preservation, pregnancy monitoring, breastfeeding and sexual dysfunction in reproductive aged women with a history of a breast cancer were highlighted. RESULTS: Chemotherapy performed in patients with breast cancer has a negative impact on fertility. Currently, there are several interventions aimed to preserve fertility and that is why oncologists should refer patients for Reproductive Medicine Departments soon after diagnosis. The options available may increase the likelihood of a future pregnancy, despite the effectiveness of some interventions, including the administration of GnRHa, is not yet clarified. In relation to pregnancy after breast cancer, the evidence does not reveal a negative impact on survival. Breastfeeding is safe for children and has no harmful effects on the cancer prognosis. A multimodal approach to sexual dysfunction with a focus on pharmacological treatment and sexual therapy proves to be effective, constituting an asset in the reproductive health of these women. CONCLUSION: The increase in breast cancer survival rates has led to a commitment of health professionals to broaden the scope of their responsibility, from the simple treatment of the disease to a broader perspective of performance, allowing women to restore and maintain a good life quality. Decisions regarding fertility preservation prior to cytotoxic therapy, as well as pregnancy and breastfeeding after cancer should be taken according to a multidisciplinary consultation in Oncology and Reproductive Medicine. Given the prevalence of female sexual dysfunction after breast cancer and its impact on personal well-being it is important that clinicians develop skills to diagnose and provide an adequate monitoring. Broader, multicenter, randomized and controlled trials are needed, with meticulous evaluation criteria to obtain clear answers regarding the best strategies to adopt in preserving post-cancer fertility, pregnancy surveillance, sexual dysfunction management and contraceptive counselling.
Description: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina, apresentado à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/30505
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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