Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/29219
Título: Um olhar sobre a biologia e a clínica das síndromes mielodisplásicas
Autor: Amaral, Sandra Inês Diniz 
Orientador: Cortesão, Emília Roxo Barata
Ribeiro, Ana Bela Sarmento
Palavras-chave: Leucemia mielóide aguda; Diagnóstico
Data: 2012
Resumo: A Síndrome Mielodisplásica (SMD) inclui um grupo de doenças clonais da célula estaminal hematopoiética caracterizadas por displasia, hematopoiese ineficaz e potencial risco de evolução para Leucemia Mieloblástica Aguda (LMA). Múltiplos e complexos mecanismos genéticos e epigenéticos estão envolvidos na patogénese desta doença, originando alterações na proliferação, diferenciação e apoptose das células do sistema hematopoiético, traduzindo-se em anomalias na medula óssea (MO) e no sangue periférico (SP). A SMD ocorre, preferencialmente, em idosos. Nota-se ainda uma maior prevalência no sexo masculino. Podem surgir de novo, SMD primárias (80 a 90% dos casos), ou em consequência da exposição a radiação, a tóxicos ambientais/ocupacionais ou a fármacos - SMD secundárias (10 a 20% dos casos). O diagnóstico é feito com base na história clínica, na presença de hipercelularidade e de displasia em mais de 10% das células de uma linhagem mielóide na MO (glóbulos vermelhos dimórficos e macrócitos, neutrófilos hiposegmentados e hipogranulares), anemia e outras citopenias no SP. Para facilitar a categorização destas doenças foi recentemente adoptada uma classificação proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2008) que as subdivide em 8 grupos: Anemia refractária (AR), Anemia refractária com sideroblastos em anel (ARSA), Citopenia refractária com displasia multilinhagem (CRDM), CRDM com sideroblastos em anel (CRDM-SA), Anemia refractária com excesso de blastos 1 (AREB-1), Anemia refractária com excesso de blastos 2 (AREB-2), Síndrome mielodisplásica não-classificada (SMD-NC) e SMD com del(5q) isolada. Para estimar o prognóstico destas doenças utiliza-se, habitualmente, o IPSS (International Prognostic Score System), em que os principais parâmetros que influenciam a sobrevivência e a progressão para LMA são: o número de citopenias, a percentagem de blastos e as anomalias citogenéticas. Este índice divide os doentes em 4 categorias de risco: Baixo, Intermédio-1, Intermédio-2 e Alto risco. O desafio do tratamento da SMD reside no facto de a única terapêutica curativa ser o transplante de medula óssea. No entanto, devido à idade avançada da maioria dos doentes, poucos são os que podem usufruir. Assim, o tratamento centra-se no atraso da progressão da doença e na manutenção da qualidade de vida do doente. Apesar dos progressos, a SMD permanece mal caracterizada e novas estratégias têm vindo a ser desenvolvidas na abordagem da patogénese, diagnóstico e tratamento. O objectivo do presente trabalho é reunir os conhecimentos disponíveis actualmente na literatura acerca da SMD, principalmente na área da biologia, genética, fisiopatologia e semiologia, que permitam fazer o diagnóstico e diagnóstico diferencial, avaliar o prognóstico e instituir a terapêutica adequada. Assim como lançar uma luz acerca da forma como essas informações podem contribuir para desenvolvimentos na área de medicina
The Myelodysplastic Syndrome (MDS) includes a group of clonal diseases of hematopoietic stem cell characterized by dysplasia, ineffective hematopoiesis and the potential risk of progression to acute myeloid leukemia (AML). Multiple and complex genetic and epigenetic mechanisms are involved in the pathogenesis of this disease, leading to alterations in the proliferation, differentiation and apoptosis of cells of the hematopoietic system, contributing to the abnormalities in the bone marrow (BM) and in the peripheral blood (PB). MDS occurs, preferentially, in the elderly. Furthermore, there is a higher prevalence in males. It may be de novo - primary MDS (80 to 90% of cases), or as a result of exposure to radiation, toxic environmental/occupational or therapeutic drugs - secondary MDS (10 to 20% of cases). The diagnosis is based on clinical history, in the presence of hypercellularity and dysplasia in more than 10% of cells of the myeloid lineage in the bone marrow (dimorphic macrocytic red blood cells, hyposegmentation and hypogranulation of neutrophils), anemia and other cytopenias in the PB. In order to facilitate categorizing of these diseases have been recently adopted a classification proposed by the World Health Organization (WHO, 2008) that subdivides MDS into eight groups: Refractory anemia (RA), Refractory anemia with ringed sideroblasts (RARS), Refractory cytopenia with multilineage dysplasia (RCMD), RCMD with ringed sideroblasts (RCMD-SA), Refractory anemia with excess blasts 1 (RAEB-1), Refractory anemia with excess blasts 2 (RAEB-2), Unclassified myelodysplastic syndrome (MDS-U) and MDS with isolated del (5q). To determine the prognosis of these diseases it’s usually used the IPSS (International Prognostic Score System), in which the main parameters that influence the survival and progression to AML are: the number of cytopenias, the percentage of blasts and the cytogenetic abnormalities. This index divides patients into four risk categories: Low, Intermediate-1, Intermediate-2 and High risk. The challenge of MDS is that the only curative treatment is a bone marrow transplant. However, due to the advanced age of most patients, few are those who qualify to this therapy approach. Thus, the treatment is focused on the delay of the progression of the diease and on the maintainance of the quality of the patient’s life. Despite progress, MDS remains poorly characterized and new strategies have been developed to address the pathogenesis, diagnosis and treatment. The objective of this work is to gather knowledge currently available in literature about MDS, specifically in biology, genetics, pathophysiology and symptomatology, which permits diagnosis and differential diagnosis, evaluate the prognosis and institute adequate therapy. On this way, it may be shed some light on how this information can contribute to developments in the medical field.
Descrição: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina (Hematologia), apresentado à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/29219
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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