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https://hdl.handle.net/10316/27007
Título: | A árvore de Maio: a resistência estudantil e sua atualidade (Brasil e Portugal) | Autor: | Almada, Pablo Emanuel Romero | Orientador: | Estanque, Elisio Guerreiro Nascimento, Rui Manuel Bebiano do |
Palavras-chave: | Movimento Estudantil; Ditadura Militar Brasileira; Estado Novo Português; Marxismo; Movimentos Sociais; Student Movemen; Social Movements; Marxism; Portuguese Dictatorship; Brazilian Dictatorship | Data: | 16-Fev-2015 | Citação: | ALMADA, Pablo Emanuel Romero - A árvore de Maio : a resistência estudantil e sua atualidade (Brasil e Portugal). Coimbra : [s.n.], 2015. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/27007 | Resumo: | A presente Tese de Doutoramento debate o entendimento histórico, político e sociológico
sobre o movimento estudantil e suas lutas sociais, do passado recente e do presente, retomando,
através da revitalização do marxismo, sua pertinência nos contextos de Brasil e
Portugal. Durante a década de 1960, a emergência dos acontecimentos globais do Maio de
1968, nos países desenvolvidos e centrais, tendo um de seus protagonistas o movimento
estudantil, foi um movimento de contestação ao imperialismo e ao socialismo vigentes e de
suas formas políticas e autoritárias, constituindo-se como um dos marcos da história contemporânea.
Por isso, a elaboração teórica das ciências sociais tem tais acontecimentos
como background epistemológico, criando um referencial teórico utilizado para compreender
as lutas sociais do presente, em sua maioria, formulando a partir de uma simples
ruptura causal com o passado. Entretanto, esse debate se dá em torno das noções epistemológicas
presentes nas ciências sociais, história e na filosofia, as quais entendem 1968 como
o início da pós-modernidade. A partir do debate no campo teórico marxista com a epistemologia
de transição paradigmática, percebe-se as tensões epistemológicas originam-se da
revisão dos contributos do marxismo perante os acontecimentos, resultando em significativos
problemas para as formulações epistemológicas subsequentes, que deixam de lado a
formulação ontológica do trabalho em Marx. Ao se retomar essa perspectiva, pode-se verificar
que o conflito trabalho e capital permite que as lutas de classe sejam identificadas por
conta das determinações políticas. O desdobramento político do movimento estudantil
permitiu com que suas ações e manifestações tivessem sentido como parte do confronto
entre os estudantes e os governos, em termos de seus desenvolvimentos políticos, especialmente
a relação entre as classes médias e as classes trabalhadoras. As reformas universitárias
e a necessidade de transformação das estruturas sociais foram as razões que permitiram,
num primeiro momento, um desenvolvimento politico do movimento estudantil. Em
seguida, as manifestações estudantis se fortaleceram e tiveram um importante delineamento
no final da Ditadura do Estado Novo de Portugal (1958-1974) e durante a Ditadura Militar
do Brasil (1964-1985). A análise procura identificar os principais períodos e acontecimentos
demarcados nos dois contextos, bem como, enfatizar que em grande parte do tempo,
o conflito entre a resistência estudantil e a violência policial foi o que configurou tal
política. Nos dois casos, ressalta-se como nas duas ditaduras a forma autoritária de lidar
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com os problemas estudantis se delineou enquanto elemento fundamental de repressão
política, principalmente daquela que incidiu sobre as correntes ideológicas de esquerda e
desalinhadas com o marxismo soviético e de grupos opositores que atuavam junto ao
movimento estudantil. Após esse conturbado período a reorganização do movimento estudantil
se deu de forma institucional, procurando reforçar as instituições e organizações
estudantis. A participação do movimento estudantil na luta pela democracia revelou, portanto,
significativas transformações na relação entre o movimento estudantil e a sociedade,
o que resultou, para os anos de democracia, um esmorecimento das mobilizações estudantis.
Na atualidade, conforme se percebe a emergência de novas manifestações de protesto,
elas apresentam, entre outras coisas, uma critica à violência da democracia como
uma continuidade da violência ditatorial, em um contexto que, demarcado pela precarização
do trabalho, se expõem novos delineamentos para as lutas sociais e para a presença dos
estudantes nestas. Finalmente, entende-se que a resistência estudantil, atualmente, se efetiva
de forma inegavelmente diferente daquela do passado, mas ainda apresenta alguns
pontos em comum, os quais devem ser considerados para uma expansão da democracia
expressa na luta contra o capital. This Ph.D. Thesis discusses the historical, political and sociological understanding about the student movement and its participation on social struggles of the recent past and present. It is retaken, through the methodology of revitalizing the ontological Marxism, the relevancy of the debate on the student´ resistance in the context of Brazil and Portugal. During the 1960s, the emergence of global events of May 1968 in central and developed countries presents one of its protagonists, the student movement, using by some antiauthoritarianism forms of resistance against the imperialism and soviet socialism, being itself as one of the landmarks in contemporary history. Therefore, the theoretical elaboration of the Social Sciences has such events as epistemological background, providing a theoretical framework to understand the social struggles of present, mostly, formulating from a simple casual break with the past, or as something entirely new. However, this debate sets the epistemological notions of the Social Sciences, History and Philosophy that consider 1968 the opening of Postmodernity. From the Marxist debate with the epistemology of paradigmatic transition, one realizes some epistemological strains arise from the review of the Marxism to events, resulting in substantial problems for the subsequent epistemological formulations, leaving aside the Marx´s ontological formulation of labour. When getting back the Marxist perspective, the conflict between work and capital can be seen on identification of the class struggles and its political developments, especially the relation between the middle classes and the working classes. The university reforms and the need for transformation of social structures were the reasons that led, at first, a political development of the student movement. Then, the student demonstrations grew stronger and had a major drawing at the end of the Portuguese Dictatorship (1958-1974) and during all the Brazilian Dictatorship (1964-1985). The analysis seeks to identify the mainly historical periods in both contexts, emphasizing the conflicts between the student resistances against the police crackdown. It is emphasized how the authoritarian way to deal with student problems was the key element of political repression, especially one that focused on the ideological tendencies of left and misaligned with Soviet Marxism and opposing groups who acted with the student movement. After the dictatorship period, the student movements reorganization occurred by institutional form, seeking to strengthen the institutions and student organizations, but losing the political radicalism of the past. At the present ix time, as can be seen, the emergence of new protests presents a critique of dictatorial violence that remained in democracy, in a context that, demarcated by the precariousness of work, new designs are exposed to the social struggles with new challenges for the movement student. Finally, it is meant that the student resistance of the present is effectively different from in the past, but with points in common, which should be considered for an expansion of democracy expressed in the struggles against capital. |
Descrição: | Tese de doutoramento em Democracia no Século XXI, apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra | URI: | https://hdl.handle.net/10316/27007 | Direitos: | openAccess |
Aparece nas coleções: | I&D CES - Teses de Doutoramento UC - Teses de Doutoramento FEUC- Teses de Doutoramento |
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