O idoso na unidade de cuidados intensivos : variação da mortalidade em relação ao não-idoso

Abstract

Introdução: Cada vez mais assistimos ao aumento da esperança de vida média da população mundial e consequente aumento da população idosa. E como não poderia deixar de acontecer, o mesmo se está a passar na população Portuguesa. Este facto leva a que as capacidades de defesa do organismo e a reserva fisiológica sejam cada vez menores e as morbilidades existentes no doente sejam cada vez maiores. Este facto leva a que a idade média dos doentes que são internados nas Unidades de Cuidados Intensivos seja cada vez maior, desafiando os médicos que trabalham nestes serviços. Objectivos: Pretende-se com este trabalho fazer uma revisão literária sobre a mortalidade nos idosos internados nas Unidade de Cuidados Intensivos. Pretende-se também fazer um breve estudo de uma amostra correspondente a um ano de internamentos no serviço de Medicina Intensiva do Hospitais da Universidade de Coimbra. Materiais e Métodos: Realizou-se uma pesquisa na base de dados Pubmed de artigos de língua portuguesa, inglesa e francesa publicados desde o ano 1990. Os dados correspondentes a um ano de internamentos no serviço de Medicina Intensiva dos Hospitais da Universidade de Coimbra foram tratados no programa Microsoft Office Excel 2007 e SPSS. Desenvolvimento: Os trabalhos analisados estudam a mortalidade a curto prazo, a mortalidade a longo prazo e a qualidade de vida após internamento na UCI. Não se verificou consenso sobre os resultados dos estudos, havendo estudos que afirmam que os idosos têm maior mortalidade e outros que defendem o contrário. Porém pode-se verificar que a maioria dos estudos aponta a severidade da doença como o factor mais importante para a mortalidade dos idosos nas UCIs. Conclusões: O que se pode concluir é que não se pode olhar para o paciente como sendo um idoso apenas, nem olhar para ele apenas como um paciente com uma patologia 3 muito grave. A idade não deve ser critério de exclusão dos pacientes idosos. Todos os factores que giram à volta do doente devem ser tomados em consideração na hora da decisão do internamento na UCI, com destaque para a severidade da doença. Para isso há necessidade de se criar um modelo prognóstico adequado aos idosos internados nas Unidades de cuidados Intensivos, de modo a tornar essa decisão mais fundamentada.

Introduction: More and more we have seen the increase in average of life expectancy of the world population, and the same is happening in the Portuguese population. This leads to the diminishing of the defense capabilities of the organism, reduce of physical reserves and to the increasing of patient-morbidities. Population aging leads to growing average age of elderly patients who are admitted to the Intensive Care Units defying the doctors who work in these services. Objectives: The aim of this work was to review the literature about mortality in elderly patients admitted to Intensive Care Units. It is also intended to make a brief study of a sample equivalent to one year of service in the Intensive Care Unit of Hospitais da Universidade de Coimbra. Materials and Methods: We conducted a search on Pubmed for articles in Portuguese, English and French published since the year 1990. The data corresponding to one year of service in the Intensive Care Unit of Hospitais da Universidade de Coimbra were treated in the Microsoft Office Excel 2007 and SPSS. Development: Several studies have studied the short-term mortality, the long-term mortality and quality of life after Intensive Care Unit stay. There was no consensus on the results of the studies. Some studies say that the elderly have higher mortality rates and others hold the opposite. But it can be seen that most studies indicate the severity of the disease as the most important factor for mortality in the elderly UCIs. Conclusions: What can be concluded is that we cannot look at the patient only as an elderly, or look at it just like a patient with a very serious condition. Age is not an admition criterion and all factors that involve the patient should be taken into consideration when the decision of the Intensive Care Unit admition is taken, especially the severity of the disease. To fundament this decision its necessary develop new prognosis predictors models adapted to the elderly.