Práticas de individualização e diferenciação dos processos pedagógicos

Abstract

O presente estudo teve como intenção principal investigar factores associados à utilização de práticas de individualização e diferenciação dos processos pedagógicos, no sentido de melhor as compreender, por parte de docentes de sete escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, dos concelhos de Viseu e Tondela. Especificamente, procurou investigar-se a relação existente entre a utilização de práticas de individualização e diferenciação dos processos pedagógicos, algumas variáveis sociodemográficas e profissionais e as concepções dos docentes relativamente aos processos de individualização e diferenciação pedagógica. Para a realização do estudo foi utilizado um plano não experimental correlacional, sendo os dados recolhidos com recurso a um questionário, elaborado especificamente para o efeito. A amostra ficou constituída por 238 docentes. No que concerne aos principais resultados obtidos, destacamos que as concepções dos docentes não se encontram associadas às suas práticas de individualização e diferenciação dos processos pedagógicos. Contudo, verificou-se uma relação significativa e de elevada magnitude entre a planificação colaborativa do ensino e da aprendizagem e a utilização de práticas de individualização e diferenciação pedagógica. Identificou-se, ainda, uma diferença significativa entre a utilização de práticas de diferenciação pedagógica e o sexo dos docentes. Assim, os resultados apontam para práticas de diferenciação dos processos pedagógicos significativamente superiores nas professoras, comparativamente às dos professores. Constatou-se, também, que as opiniões sobre os processos de individualização e diferenciação dos processos de ensino e aprendizagem se encontram significativamente associados à idade e ao tempo de serviço, sendo que, quanto maiores são aqueles, maior é a tendência dos docentes para apresentarem uma opinião favorável à diferenciação pedagógica.

The primary purpose of the present study was to investigate the factors associated to the use of practices to individualize and differentiate pedagogical processes, employed by teachers at seven Junior / Middle Schools (5th, 6th, 7th, 8th and 9th form) in the municipalities of Viseu and Tondela, so as to provide a better understanding of those practices. To be more precise, it was our aim to examine the relationship between the use of individualization and differentiation practices in teaching processes, some demographic and professional variables involved, as well as teachers’ conceptions regarding the pedagogical individualization and differentiation processes. A non-experimental co-relational plan was used in order to carry out this research. The data was collected by means of a questionnaire, specifically developed for this purpose. The sample consisted of 238 teachers. As far as the major results obtained are concerned, it is possible to highlight that the conceptions of the teachers are not related to the practices they apply to individualize and differentiate pedagogical processes. It was, nevertheless, possible to state a significant relationship between the collaborative planning of teaching and learning and the use of pedagogical individualization and differentiation practices. It was also possible to recognize a noteworthy difference between the use of pedagogical differentiation practices and the sex of the teachers. Thus, the results state that the use of pedagogical differentiation practices is significantly superior in female teachers compared to male teachers. It was also found, that the views on pedagogical individualization and differentiation practices of the teaching and learning processes are, to a great extent, related to age and teaching experience: the older and the more experienced teachers are, the more they tend to have a favourable opinion concerning pedagogical differentiation.

L’intention principale de ce travail a été d’étudier les facteurs associés à l’utilisation de pratiques d’individualisation et de différenciation des processus pédagogiques, afin de mieux les comprendre, dans des enseignants de sept écoles des 2ème et 3ème cycles de l’enseignement basique, des communes de Viseu et de Tondela. Nous avons cherché, en particulier, à approfondir la relation qui existe entre l’utilisation de pratiques d’individualisation et de différenciation des processus pédagogiques, quelques variables sociodémographiques et professionnelles, et les conceptions des enseignants par rapport aux processus d’individualisation et de différenciation pédagogique. Pour la réalisation de cette étude nous avons utilisé un plan non expérimental corrélationnel, ayant recours, pour les données recueillies, à un questionnaire, élaboré spécifiquement pour cet effet. L’échantillon a été constitué par 238 enseignants. En ce qui concerne les principaux résultats obtenus, nous avons mis en évidence que les conceptions des enseignants ne se trouvent pas associés à leurs pratiques d’individualisation et de différenciation des processus pédagogiques. Cependant, nous avons vérifié une relation significative et de grande magnitude entre la planification collaborative de l’enseignement et de l’apprentissage et l’utilisation de pratiques d’individualisation et de différenciation pédagogique. Nous avons identifié, également, une différence significative entre l’utilisation de pratiques de différenciation pédagogique et le sexe des enseignants. Ainsi, les résultats indiquent des pratiques de différenciation des processus pédagogiques significativement supérieurs pour les enseignantes, comparativement aux enseignants. Nous avons constaté aussi que les opinions sur les processus d’individualisation et de différenciation des processus d’enseignement et d’apprentissage se trouvent fortement associés à l’âge et à l’ancienneté, du fait que, plus ceux-ci sont élevés, plus grande sera la tendance des enseignants à présenter une opinion favorable à la différenciation pédagogique.