Psicopatologia e ideação suicida em indivíduos infetados pelo VIH/SIDA

Abstract

Os pacientes infetados pelo VIH têm sido objeto de interesse por parte dos profissionais de saúde mental pela dimensão do impacto psicológico do diagnóstico, evolução da infeção e a vulnerabilidade destes sujeitos. Seja como for, em traço de evolução da terapêutica, a infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) é, atualmente, uma doença tendencialmente crónica. Entre as perturbações mentais, a depressão é descrita como uma das comorbidades mais frequentes nos indivíduos com VIH e que muitas vezes passa despercebida. Acompanha-se de elevada morbilidade e apresenta um impacto sócio-económico, sendo uma das causas mais frequentes de suicídio. Para além da incapacidade que se vai instalando progressivamente, os indivíduos são confrontados com o estigma social, carência de apoio social e isolamento. Neste sentido, este estudo foi realizado com o intuito de chamar a atenção para a necessidade de intervenção psicoterapêutica com esta população, através da exploração dos sintomas psicopatológicos mais prevalentes (com especial destaque para a depressão e para a ideação suicida), tendo em consideração a progressão da doença e a as caraterísticas socio-demográficas.

Patients infected with HIV have been the object of interest on the part of mental health professionals due to the dimension of the psychological impact of the diagnosis, the course of infection and the vulnerability of these subjects. Anyway, in trait evolution of therapy, infection by the human immunodeficiency virus (HIV) is currently a chronic disease. Among mental disorders, depression is described as one of the most frequent comorbidities in individuals infected with HIV and which often goes unnoticed. It is accompanied by high morbidity and presents a socialeconomic impact, being one of the most frequent causes of suicide. Beyond the progressively established disability, individuals face social stigma, lack of social support and isolation. Thus, this study was conducted in order to draw attention to the need for psychotherapeutic intervention among this population, through the exploitation of the most prevalent psychopathological symptoms (with special emphasis on depression and suicidal ideation), taking into account the progression of this disease and the social-demographic characteristics.