Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/22069
Title: Estudo observacional do perfil de reações adversas à agomelatina
Authors: Duarte, Mélanie
Orientador: Mendes, Alexandrina Ferreira
Keywords: Agomelatina; Medicamento -- efeito adverso
Issue Date: 2012
Citation: DUARTE, Mélanie - Estudo observacional do perfil de reações adversas à aglomelatina. Coimbra : [s.n.], 2012
Abstract: A depressão major é a forma mais grave de depressão e é um problema de saúde altamente incapacitante. Os fármacos antidepressivos constituem a forma de tratamento dominante, mas associam-se a um leque variável de reações adversas que podem comprometer uma boa adesão à terapêutica e consequente levar a um maior risco de recaída ou recorrência da doença depressiva. A agomelatina distingue-se das outras classes de fármacos antidepressivos pelo seu mecanismo de ação único que parece conferir-lhe um bom perfil de aceitabilidade e segurança. É, porém, necessário obter mais informação sobre o perfil de tolerabilidade da agomelatina, especialmente no contexto da utilização clínica alargada a doentes com características muito díspares quer quanto a comorbilidades quer a outras terapêuticas concomitantes. Neste contexto, procurámos realizar um estudo observacional em doentes previamente tratados ou sob tratamento com agomelatina com o objetivo de avaliar a prevalência de efeitos adversos e a forma como a sua manifestação influencia a adesão à terapêutica. Para a realização deste estudo foram entrevistados 25 utentes da Farmácia Luciano e Matos, em Coimbra, que adquiriram a agomelatina no período de Agosto de 2010 a Agosto de 2012. Para identificar as reações adversas ao fármaco em estudo e a forma como a sua ocorrência influenciou a adesão a terapêutica, foi aplicado um questionário especificamente desenvolvido para este efeito. O reduzido número de indivíduos que foi possível incluir neste estudo constituiu uma limitação muito importante com repercussões diretas na análise que foi possível fazer das respostas obtidas. Apesar disto, a análise das respostas recolhidas mostrou que noventa e dois por cento dos inquiridos sentiram efeitos secundários após o início do tratamento com a agomelatina. Não foram reportados efeitos graves, tendo sido os mais referidos a sonolência, dificuldade em adormecer, fadiga, pesadelos/sonhos fora do normal, sensação de aperto no peito, aumento de peso e acordar durante a noite sem conseguir adormecer de novo, todos com uma frequência superior a 30%. Esta elevada prevalência não se refletiu na adesão à terapêutica, uma vez que apenas uma pequena percentagem dos doentes abandonou a terapêutica em consequência da ocorrência de efeitos adversos. O número de efeitos adversos sinalizados foi superior nos elementos de sexo feminino (6,17  6,051 vs. 1,43  0,976, P=0,004), sendo a sensação de aperto no peito a única a ser reportada com uma frequência significativamente superior nas mulheres (100% vs. 0%, P=0,027). Cerca de 61% dos indivíduos consideraram que os efeitos adversos melhoraram ao longo do decorrer do tratamento, independentemente da dose diária de agomelatina. Não foi observada relação entre a interrupção da terapêutica motivada por reações adversas e a dose diária de agomelatina. Nos participantes do estudo que concluíram ou interromperam o tratamento por qualquer motivo, os sintomas de descontinuação manifestaram-se de forma pouco significativa. Apesar das limitações referidas, os resultados deste estudo estão de acordo com os estudos reportados na literatura e sugerem que a agomelatina pode ser uma alternativa útil no tratamento da depressão major, graças ao seu perfil de tolerabilidade, mas justifica-se avaliar a prevalência de efeitos secundários e a taxa de adesão à terapêutica através da realização de mais estudos em doentes com comorbilidades e variados perfis farmacoterapêuticos.
Major depressive disorder is the most severe form of depression and is a highly debilitating health problem. Antidepressant drug therapy is the dominant treatment strategy, but is associated with a range of variable side effects that may impair adherence to therapy and consequently lead to a higher risk of relapse or recurrence of depressive illness. Agomelatine is distinguished from other classes of antidepressants by its unique mechanism of action which seems to confer a good safety and tolerance profile. However, it is necessary to obtain more information on the tolerability profile of agomelatine, especially in the context of broad clinical use in patients with very different characteristics, including patients with comorbidities and the use of combination therapies. In this context, we tried to carry out an observational study in patients previously treated or under treatment with agomelatine in order to assess the prevalence of adverse effects and how their expression influences adherence to medication. For this study we interviewed 25 patients who bought agomelatine at Pharmacy Luciano e Matos, in Coimbra, during the period of August 2010 to August 2012. A questionnaire was developed specifically for this purpose and was used to identify adverse effects and how their occurrence influenced drug therapy adherence. The small number of individuals that we could include in this study was a very important limitation with a direct impact on the analysis of the answers. Nevertheless, the analysis of the collected responses showed that ninety-two percent of the participants reported side effects after initiating treatment with agomelatine. No severe side-effects were reported and he most common included drowsiness, difficulty with falling or staying asleep, fatigue, nightmares/abnormal dreams, chest tightness and weight gain, all with a frequency greater than 30%. Medication adherence was not affected by this high prevalence of adverse drug reactions, since only a small percentage of patients discontinued therapy as a result of adverse effects. The number of adverse events was higher in the female group (6,17  6,051 vs. 1,43  0,976, P=0,004), and chest tightness was the only one to be reported with a significantly higher rate in women (100% vs. 0%, P= 0,027). Almost 61% of patients alleged that adverse events improved over the course of treatment, regardless of agomelatine dose. No relationship was found between treatment discontinuation due to side effects and dose of agomelatine. In this study, discontinuation symptoms were not significantly reported by participants who had already completed or discontinued treatment for any reason. Despite the above-mentioned limitations, the results of this study are in agreement with reports in the literature and suggest that agomelatine may be a useful alternative in treating major depression disorder because of its tolerability profile. Nonetheless, further studies in patients presenting comorbidities and various pharmacotherapeutic profiles are required in order to assess the adverse effect burden of agomelatine and the rate of drop outs due to treatment-emergent adverse events. Such knowledge will be valuable to improve the therapeutic usefulness of agomelatine as it will contribute to adjust treatment to individual needs and characteristics.
Description: Dissertação de mestrado em Farmacologia Aplicada, apresentada à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/22069
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FFUC- Teses de Mestrado

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