Exhibiting irritations : experimenting inside art and science

Abstract

This thesis is a methodological and interpretative experiment on the crossings between art and science as exhibited in Inside: Art and Science, a public art exhibition that happened in Lisbon's Cordaria in the end of 2009. By taking irritations around Art and Science as a privileged point of analysis, this text aims to produce a comprehension on the terms at which those artworks affected people there. In order to do that, observation, interviews and drawing exercises next to the visitors were conducted, as well as bibliographic surveys on the artists' involved. The text follows a tripartite structure: the introductory chapters, in which the aesthetic-motivated crossings between art and science are contextualized, with especial emphasis on its recent history and contemporary character; the descriptive section, which reconstructs the experience of Inside through images, interviews' excerpts, and other instruments; and the analytical, that aims to create comprehensions on the the previous material by reworking it conceptually and essayistically. Given that a great part of the artists at Inside shared the ambition of raising public awareness towards scientific knowledge and techniques while contributing to the emergence of a new art at the same time, this text looks critically at the possibility of thinking of artistic practice as a problematizing activity as well as to the interviewees' lack of commitment regarding the ethical and political dimensions of Art and Science, pointing out a particular discursive use of future and a highly idealized notion of nature as factors of distancing and alienation.

Esta tese representa uma experiência metodológica e interpretativa sobre os cruzamentos entre arte e ciência exibidos na exposição Inside: Arte e Ciência, que decorreu na Cordoaria de Lisboa no final de 2009. Tomando as “irritações” em torno da Arte e Ciência como pontos de análise privilegiados, o objectivo deste texto é produzir uma compreensão sobre os termos em que os objectos de arte aí exibidos afectaram os visitantes. Para isso, foram realizadas observações, entrevistas e exercícios espaciais junto destes, assim como revisões de literatura sobre os artistas envolvidos. A estrutura do texto é tripartida: os capítulos introdutórios, que contextualizam os cruzamentos entre arte e ciência a serem tratados aqui, com especial ênfase na sua história recente e carácter contemporâneo; a secção descritiva, que reconstrói a experiência da Inside através de imagens, excertos de entrevistas e outros instrumentos; e a analítica, que se propõe a produzir compreensões sobre os dados apresentados, retrabalhando-os conceptualmente e essaisticamente. Dado que grande parte dos artistas da Inside ambicionavam a sensibilizar o público para os conhecimentos e técnicas científicas ao mesmo tempo que contribuíam para a emergência duma nova arte, este texto analisa criticamente a possibilidade de entender a prática artística como uma actividade de problematização, assim como a ausência de compromisso dos entrevistados em relação às implicações éticas e políticas da Arte e Ciência, sugerindo que um determinado uso discursivo da ideia de futuro e uma noção altamente idealizada de natureza possam ter estado na origem deste distanciamento e alienação.