Ménage à moi : estudo sobre as representações da masturbação na televisão e no cinema : mainstream

Abstract

Partindo de uma revisão bibliográfica do corpo de pesquisa dedicado ao tema e de representações culturais recentes, este trabalho de investigação tenta perceber, entre outros aspectos, a forma como a masturbação é vista e representada actualmente no cinema e na televisão mainstream, e relacionar estas representações com a sua herança histórica, médica e também religiosa. Examina as atitudes perante a masturbação na cultura ocidental, tal como se reflecte nos filmes, incluindo produções nacionais, e tenta perceber como a cultura influenciou a representação de comportamentos sexuais e até a forma como estes comportamentos são vistos pela sociedade. Aquilo que se pretende não é construir novas teorias mas fazer um estudo que enfatize o contraste entre as teorias religiosas, médicas e sociais em geral e a complexidade da vida real, dos comportamentos de pessoas comuns, sobre os quais nem sempre se reflecte, tensões que raramente são analisadas por historiadores. Em suma, o trabalho argumenta que a atitude negativa que ainda hoje se encontra nas representações da masturbação é igualmente modelada tanto pelo pânico anti-masturbatório dos séculos XVIII e XIX como por atitudes contemporâneas da prática.

From a review of the research body dedicated to the subject and of recent cultural representations, this research tries to understand, among other things, how masturbation is currently viewed and represented in mainstream film and television, and relates these representations with its historical, medical and religious heritage. It examines attitudes towards masturbation in western culture, as reflected in films and television, including national productions, and tries to understand how culture influenced the depiction of sexual behaviour itself and how these behaviours are faced by society. The aim is not to create new theories, but to do a study that emphasizes the contrast between religious, medical and social theories in general and the complexity of real life, the behaviour of ordinary people, about which we don’t usually think about, tensions that rarely are analyzed by historians. In sum, this paper argues that the negative attitude that still lies in the representations of masturbation is also shaped by both the anti-masturbation panic of the eighteenth and nineteenth centuries as well as by contemporary attitudes of this practice.