A saliência dos stakeholders e a gestão de conflitos

Abstract

A abordagem dos stakeholders é, actualmente, uma realidade emergente e indissociável do mundo organizacional. O presente trabalho insere-se no âmbito da teoria dos stakeholders, nomeadamente a tipologia de stakeholders de Mitchell, Agle e Wood (1997), e pretende analisar o modo como os gestores atribuem aos sócios/accionistas e aos colaboradores, saliência (importância), através de três atributos: poder, legitimidade e urgência; e consequentemente optam, numa situação de conflito, por determinada estratégia de gestão de conflitos: integração, acomodação, domínio e evitamento, segundo o modelo de Rahim (1983). Na prossecução deste objectivo foram utilizadas os questionários de “Gestão de Stakeholders” de Carvalho (2007) e o ROCI-II – forma individual de Dimas (2007). Posteriormente foram testadas um conjunto de hipóteses de investigação, cujos resultados permitiram, verificar que a estratégia de gestão de conflitos “domínio” é a mais utilizada pelo gestor quando este atribui mais poder aos sócios/accionistas, e menos utilizada quando o gestor atribui mais urgência a este mesmo grupo. Ficou, também, demonstrado que à semelhança de outros estudos anteriores (Dimas, 2007; Rahim & Buntzman, 1989), a estratégias de gestão de conflitos “integração” é a mais utilizada pelos inquiridos. O estudo permitiu-nos, na globalidade, verificar que apesar dos resultados obtidos, muito ainda está por explicar acerca da relação entre estas duas variáveis, e que a necessidade de futuras investigações neste âmbito é uma realidade clara.

The stakeholders approach is, currently, an emergent and inseparable reality of the organizational world. The present work is inserted in the range of the theory of stakeholders, specially Mitchell, Agle and Wood (1997) stakeholders typology, and intends to analyze the way the managers attribute to the partners/shareholders and to the collaborators, salience (importance), through three attributes: power, legitimacy and urgency; and consequently choose, in a conflict situation, for some strategy of conflict management: integration, accommodation, domain and avoidance, according to Rahim’s model (1983). In the persecution of this goal, the questionnaires of " Stakeholders’s Management" from Carvalho (2007) and the ROCI-II - individual form of Dimas (2007), have been used. Later, a set of hypotheses of inquiry have been tested, and their results allowed to corroborate that the strategy of conflicts management "domain" is the most used by the manager when he attributes more power to the partners/shareholders, and is less used when the manager attributes more urgency to this precise group. It has been also demonstrated that, to the similarity of other previous studies (Dimas, 2007; Rahim and Buntzman, 1989), the strategies of conflicts management "integration" is the most applied by the inquired ones. The study allowed us, overall, to verify that despite the results we obtained, much is still to be explained concerning the relation between these two variables, and that the need of future inquiries in this range is a clear reality.