Rotura do ligamento cruzado anterior, tratamento conservador vs cirúrgico. Critérios de decisão terapêutica

Abstract

ABSTRACTIntroduction: The anterior cruciate ligament (ACL) is a highly relevant structure in clinical practice, often susceptible to injuries. This injury is particularly common in young and active individuals, with a higher prevalence in females. The treatment for ACL rupture can be either surgical or non-surgical, depending on various factors such as age, activity level, and patient preferences.Objectives: Conduct a narrative review of existing literature to examine the choice between surgical and conservative treatment in different populations and scenarios, focusing on identifying potential criteria that may contribute to therapeutic decision-making.Methodology: The research was conducted on the PubMed electronic database, encompassing studies published between 2008 and 2023. Keywords such as "anterior cruciate ligament," "surgical treatment," "conservative treatment," "management”, "criteria" were used for the selection of relevant studies.Results: A total of 34 studies were incorporated into this review. Regarding study design, 4 systematic reviews, 6 systematic reviews with meta-analysis, 3 meta-analysis, 19 literature review articles, and 2 clinical guidelines were included. Additionally, information from 2 relevant books on the subject under analysis was consulted.Conclusions: The choice of appropriate treatment is multifaceted and requires careful and judicious analysis considering various factors. Surgical reconstruction of the ACL seems preferable in young and physically active individuals, especially when there are concomitant meniscal injuries and recurrent joint instability. On the other hand, older and less active patients or those with partial ACL tears may benefit from a conservative approach. Individualization of therapeutic choice, considering patient preferences, plays a crucial role in this process. However, more studies are needed to develop more precise therapeutic decision criteria based on solid and robust evidence.

ResumoIntrodução: O ligamento cruzado anterior (LCA) é uma estrutura de grande relevância na prática clínica, sendo frequentemente alvo de lesões. Esta lesão é especialmente comum em indivíduos jovens e ativos, apresentando uma maior prevalência no sexo feminino. O tratamento da rotura do LCA pode ser cirúrgico ou não cirúrgico, dependendo de vários fatores, tais como idade, nível de atividade e preferências do doente.Objetivos: Efetuar uma revisão narrativa da literatura existente para examinar a escolha entre tratamento cirúrgico e conservador em diversas populações e cenários, com foco na identificação de potenciais critérios que possam contribuir para a tomada de decisão terapêutica. Metodologia: A pesquisa foi conduzida na base de dados eletrónica PubMed, abrangendo estudos publicados no período entre 2008 e 2023. Foram utilizadas as palavras-chave "ligamento cruzado anterior", "tratamento cirúrgico", "tratamento conservador", "gestão", "critérios" para a seleção dos estudos pertinentes.Resultados: Um total de 34 estudos foram incorporados nesta revisão. Quanto ao desenho dos estudos, foram incluídas 4 revisões sistemáticas, 6 revisões sistemáticas com meta-análise, 3 meta-análises, 19 artigos de revisão de literatura e 2 diretrizes clínicas. Adicionalmente, foram consultadas informações de 2 livros pertinentes à questão em análise.Conclusões: A escolha do tratamento adequado é multifacetada e exige uma análise cuidadosa e criteriosa tendo em consideração diversos fatores. A reconstrução cirúrgica do LCA parece ser preferível em indivíduos jovens e fisicamente ativos, especialmente quando há lesões meniscais concomitantes e recorrência de instabilidade articular. Por outro lado, doentes mais velhos e menos ativos, ou aqueles com roturas parciais do LCA, podem beneficiar de uma abordagem conservadora. A individualização da escolha terapêutica, tendo em conta as preferências do doente, desempenha um papel crucial neste processo. No entanto, são necessários mais estudos para desenvolver critérios de decisão terapêutica mais precisos e fundamentados, com evidência sólida e robusta.