ECZEMA ATÓPICO: O IMPACTO DA EXPOSIÇÃO AMBIENTAL E DA ALIMENTAÇÃO

Abstract

O eczema atópico, uma doença cutânea inflamatória crónica e recidivante, é altamente prevalente a nível mundial, tendo um impacto significativo na vida dos doentes. A sua incidência tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos, mais comumente em áreas industrializadas. Embora a sua etiopatogenia não esteja bem elucidada, acredita-se que seja uma doença de etiologia multifatorial, resultante de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e imunológicos, apresentando um quadro clínico altamente variável, que varia desde lesões cutâneas associadas a prurido intenso, xerose cutânea, dor, interferência no sono até infeções bacterianas da pele graves. As lesões cutâneas são pruriginosas, eritematosas e com exsudação, principalmente nas crises, tornando-se, posteriormente, liquenificadas e descamativas.Manifesta-se tipicamente em idade pediátrica, embora possa ser diagnosticada em diferentes faixas etárias.O diagnóstico é clínico e tem por base critérios bem definidos, centrando-se, sobretudo, na morfologia das lesões e na distribuição das mesmas. O impacto que o ambiente e a alimentação têm na dermatite atópica tem vindo a ganhar relevância clínica, uma vez que parece existir uma correlação entre estes e a frequência das exacerbações de eczema. Assim sendo, tentaremos apurar os potenciais “triggers” desta doença tanto do ponto vista alimentar como ambiental, frequentemente negligenciados, mas determinantes para o comportamento desta doença. O presente estudo tem como principal objetivo pesquisar sobre fatores potencialmente agravantes e desencadeantes das crises, bem como procurar medidas preventivas, essencialmente no que diz respeito à influência do ambiente e da alimentação, recorrendo a uma revisão de literatura científica atual.

Atopic eczema, a chronic relapsing inflammatory skin disease, is highly prevalent worldwide and has a significant impact on patients' lives. Its incidence has increased significantly in recent years, most commonly in industrialized areas. Although its etiopathogenesis is not well understood, it is believed to have of multifactorial etiology, with a genetic, environmental and immunological influence, with a highly variable clinical presentation, raging from skin lesions associated with intense itching, skin xerosis, pain, and sleep interference to severe bacterial skin infections. The skin lesions are pruritic, erythematous and oozing, especially during flares, later becoming lichenified and desquamative. It typically presents in children, but can be diagnosed in different age groups. Diagnosis is clinical, based on well-defined criteria, focusing above all on the morphology of the lesions and their distribution. The impact of the environment and diet on atopic dermatitis has gained clinical relevance, since there seems to be a correlation between these and the frequency of eczema exacerbations. Therefore, we wil try to determinate the potential "triggers" of this disease both from a dietary and environmental point of view, which are often overlooked but which determine the behavior of this disease.The main aim of this study is to investigate factors that potentially aggravate and trigger flares, as well as to look for preventative measures, essentially with regard to the influence of the environment and diet, using a review of current scientific literature.