Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/115714
Title: Escala de rastreio da depressão perinatal - Estudo psicométrico e descritivo numa amostra de mulheres cabo-verdianas
Authors: Moreira, Elisângela Gomes
Orientador: Macedo, António Ferreira de
Pereira, Ana Telma Fernandes
Soares, Maria João Castro
Keywords: Depressão; Depressão perinatal; Saúde mental materna; Postpartum Depression Screening Scale (PDSS-7); validade e fidelidade
Issue Date: Mar-2022
Place of publication or event: Universidade de Cabo Verde
Abstract: Introdução: São poucos os estudos sobre a depressão perinatal em Cabo Verde, sobretudo no que refere aos aspetos psicométricos da sua avaliação e aos seus preditores sociodemográficos e psicossociais. Objetivo principal: Analisar as propriedades psicométrica da Escala de Rastreio da Depressão Perinatal (PDSS-7), a sua validade de construto e a fidelidade, numa amostra de mulheres cabo-verdianas no período perinatal (entre o segundo trimestre de gravidez e o sexto mês após o parto) e explorar os sociodemográficos e psicossociais relacionadas com a depressão neste período. Objetivos secundários: Comparar as propriedades psicométrica da Escala de Rastreio da Depressão Perinatal-7 nas amostras de mulheres cabo-verdianas no período perinatal (entre o segundo trimestre de gravidez e o sexto mês após o parto) com as obtidas em amostras de mulheres portuguesas e brasileiras; analisar os correlatos e preditores sociodemográficos e psicossociais dos níveis de sintomatologia depressiva perinatal na amostra de mulheres cabo-verdianas na gravidez e pós-parto; comparar os níveis de sintomatologia depressiva perinatal da amostra de mulheres cabo-verdianas com os de amostras de mulheres portuguesas e brasileiras. Metodologia: 1353 mulheres, sendo 260 das participantes cabo-verdianas, 772 de nacionalidade portuguesa e 321 brasileiras responderam aos questionários, correspondendo a 63.0% (n=852) mulheres grávidas e 37.0% (n=501) mulheres no pósparto. Para Cabo Verde 49.4% (n=129) eram grávidas e 50.2% (n= 131) puérperas. Para Portugal estavam grávidas 67.7% (n= 523) e no puerpério 32.3 % (n= 249) e para o Brasil as grávidas eram 62.3% (n=200) e as mulheres no pós-parto 37.7% (n=121). Foram avaliadas entre o segundo trimestre e o sexto mês após o parto, com questionários para avaliar diversas variáveis, nomeadamente sociodemográficas, psicossociais. Os níveis da sintomatologia depressiva foram avaliados através da Escala de Rastreio da Depressão Perinatal (PDSS-7) (Pereira, et al. 2021). Os dados foram analisados com recurso ao SPSS (versão 26.0) e a análise fatorial confirmatória (AFC) foi realizada com o programa AMOS 25.0. A fidelidade da PDSS-7 foi explorada através da consistência interna com recurso ao coeficiente de Alpha de Cronbach. Resultados: Os índices de ajustamento do modelo, fornecidos na AFC da PDSS-7, mostraram-se adequados, tanto na gravidez como no pós-parto, o que indica que a escala possui validade de construto, sendo unidimensional. Os itens, tanto para gravidez como para o pós-parto, avaliam os sentimentos de fracasso, a angustia/ansiedade, a irritabilidade, a ideação suicida, as dificuldades de sono, e perda do self e comprometimento cognitivo. Nem todos os itens apresentaram cargas fatoriais superiores a .40 (para a gravidez os itens com peso fatorial superiores a .40 foram: senti-me um fracasso, senti-me verdadeiramente angustiada (oprimida), pensei que a morte seria a única solução para sair deste pesadelo, e no pós-parto foram: senti-me um fracasso, sentime verdadeiramente angustiada (oprimida), pensei que a morte seria a única solução para sair deste pesadelo, tive medo de nunca mais ser a mesma pessoa). A consistência interna (α) na gravidez foi de .587 e no pós-parto de .628. No estudo transversal os correlatos significativos dos níveis de sintomatologia depressiva na amostra de mulheres grávidas foram: a escolaridade, o estado civil, a qualidade da relação com o companheiro, a perceção de apoio do companheiro, a perceção do apoio dos familiares e amigos, a história prévia de sintomas depressivos e a história prévia de sintomas depressivos com prejuízo no funcionamento social e laboral. O único preditor significativo dos sintomas depressivos na gravidez foi história prévia de sintomas depressivos com prejuízo no funcionamento social e laboral. Os correlatos que mostram uma tendência para a associação/predição da sintomatologia depressiva no pós-parto, foram a idade, o estado civil e a escolaridade. As mulheres grávidas de Cabo Verde apresentaram níveis de sintomatologia depressiva mais elevados do que as brasileiras e as portuguesas grávidas, e as brasileiras, por sua vez, apresentaram níveis mais elevados do que as portuguesas. No pós-parto, as mulheres de Cabo Verde e Brasil apresentaram pontuações médias similares de sintomatologia depressiva, sendo ambas significativamente mais elevadas do que as das puérperas portuguesas. Conclusão: A Escala de Rastreio da Depressão Perinatal/Pós-parto (PDSS-7) apresenta validade de construto e aceitável fidelidade, demonstrando um potencial para a sua aplicabilidade em investigação e clínica. Os resultados obtidos confirmaram que os fatores associados com a sintomatologia depressiva perinatal são socio-demográficos, a história prévia de depressão (com e sem indicadores de prejuízo), a qualidade das relações com o parceiro e a rede de apoio. A PDSS-7 pode também ser útil na realização de estudos transculturais, nos países de língua oficial portuguesa e na exploração de factores que possam explicar diferenças culturais na manifestação dos sintomas depressivos perinatais.
Description: Documentos apresentados no âmbito do reconhecimento de graus e diplomas estrangeiros
URI: https://hdl.handle.net/10316/115714
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Reconhecimento de graus e diplomas estrangeiros

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