Análise métrica da mandíbula para a estimativa do sexo: Um estudo da população portuguesa do século XXI

Abstract

One of the main goals of Forensic Anthropology is to establish a Biological Profile of an individual as a means of restoring identity. Sex estimation is one of the four crucial parameters in this process and for a favorable diagnosis, forensic anthropologists may resort to the use of metric and morphological methods.In sex estimation, the bone pieces that show higher viability are the bones from the pelvic and cranial regions. Therefore, as it presents itself as a highly dimorphic and robust bone that often preserves in forensic contexts, this study aims to provide new tools based on metric analysis of the mandible for sex estimation in the Portuguese population. As a method to be used in forensic contexts, two collections of identified skeletons from the 21st century were analyzed: the Identified Skeletal Collection of the University of Coimbra and the Osteological Collection of the University Institute of Health Sciences of CESPU.From a sample of 220 Portuguese individuals (187 from the University of Coimbra collection and 33 from the CESPU collection), where 106 are men and 114 are women, Sexual Dimorphism Indexes were developed for each of the 8 mandibular measures taken (bigonial distance, ramus height, coronoid process height, distance between mental foramens, distance between the lingual foramen and left and right mandibular foramens, bicondylar width, and maximum mandible length), split points and discriminant functions were also defined to estimate sex. According to the SDI calculations, the dimensions that show higher levels of dimorphism are the height of the coronoid process (9,7%) and the ramus height (8,88%). The split point that obtained the highest rate of correct classification was the bigonial distance, with 73,3% correct classification in men and 75,7% in women. Multivariate discriminant analysis produced discriminant functions with correct classification rates ranging from 77,9% to 86,9%, reflecting some limitations in the isolated use of the mandible for sex estimation in forensic contexts.

Um dos maiores objetivos da Antropologia Forense passa por estabelecer um Perfil Biológico de um individuo, como forma de restituir uma identidade ao mesmo. A estimativa do sexo é um dos quatro parâmetros fulcrais neste processo, e para um diagnóstico favorável, os antropólogos forenses podem recorrer à utilização de métodos métricos e morfológicos. Na estimativa do sexo as peças ósseas que apresentam maior viabilidade são os ossos da região pélvica e do crânio. Assim, por se apresentar como uma peça óssea bastante dimórfica, robusta e que muitas vezes se preserva em contextos forenses, este estudo pretende fornecer novas ferramentas com base na análise métrica da mandíbula para a estimativa do sexo na população portuguesa. Tratando-se de um método a ser utilizado em contextos forenses, foram analisadas duas coleções de esqueletos identificados do século XXI, sendo elas a Coleção de Esqueletos Identificados da Universidade de Coimbra e a Coleção Osteológica do Instituto Superior de Ciências da Saúde da CESPU.A partir de uma amostra de 220 indivíduos portugueses (187 da coleção da Universidade de Coimbra e 33 da coleção da CESPU), onde 106 são homens e 114 são mulheres, foram elaborados Índices de Dimorfismo Sexual para cada uma das 8 medidas mandibulares realizadas (distância bigoníaca, altura do ramo, altura do processo coronóide, distância entre foramens mentonianos, distância entre o forâmen lingual e foramens mandibulares esquerdo e direito, largura bicondilar e comprimento máximo da mandibula), como também foram definidos pontos de cisão e funções discriminantes para estimar o sexo. Segundo os cálculos relativos ao IDS, as dimensões que apresentam maiores níveis de dimorfismo são a altura do processo coronóide (9,7%) e a altura do ramo (8,88%). O ponto de cisão que obteve maior taxa de classificação correta foi o da distância bigoníaca, com 73,3% de classificação correta nos homens e 75,7% nas mulheres. A análise discriminante multivariada produziu funções discriminantes cujas taxas de classificação corretas variam entre 77,9% e 86,9%, o que reflete alguns limites no uso isolado da mandíbula para a estimativa do sexo em contextos forenses.