Angiografia por Tomografia de Coerência Óptica versus Angiografia Fluoresceínica convencional na Retinopatia Diabética: Substituto ou complemento?

Abstract

Introdução: A perda de capacidade da barreira hemato-retiniana (BHR) é fator fundamental na fisiopatologia daquela que é a primeira causa de cegueira evitável em idade ativa - a retinopatia diabética (RD). Para avaliação da retina nestes doentes dispomos de meios como a angiografia fluoresceínica (AF), tomografia de coerência óptica (OCT) e, na última década, angiografia por tomografia de coerência óptica (OCTA). Este trabalho compara as duas técnicas de imagem angiográfica, estudando a potencialidade do OCTA de campo alargado na deteção de lesões de RD.Métodos: Foram analisadas as imagens de 25 olhos de 13 pacientes com retinopatia diabética não proliferativa (RDNP) e retinopatia diabética proliferativa (RDP) que foram submetidos a AF e OCTA. Entre as duas técni- cas comparámos a taxa de deteção de lesões de RD, nomeadamente anomalias microvasculares intrarretinianas (IRMA), microaneurismas (MA), neovascularização (NV) e áreas de não perfusão (ANP).Resultados: A sensibilidade do OCTA para a deteção das lesões em estudo foi de 100%, 75% e 100% para IRMAs, NV e ANP, respetivamente. A especificidade foi de 60%, 95% e 75%, para a mesma ordem de lesões. A taxa de deteção foi semelhante para todas as lesões estudadas, exceto para os NV (p= 0.07). Para a deteção de neovascularização e isquemia nas imagens de OCTA a concordância inter-observador K foi muito boa, com valores de 0,865 e 0,834. Os valores de K na avaliação da AF situaram-se na faixa do razoável a bom.Discussão e Conclusão: A Angiografia por Tomografia de Coerência swept-source de campo alargado constitui uma técnica com potencial de vir a substituir a Angiografia Fluoresceínica no estudo de doentes com Retinopatia Diabética. No entanto, são necessários estudos multicêntricos com maior número de doentes e colaboradores, para validação da técnica possibilitando a sua implementação na prática clínica diária.

Introduction: The loss of blood-retinal barrier (BRB) capacity is a fundamental factor in the physiopathology of the first cause of inevitable blindness at working age - diabetic retinopathy (DR). For the retina evaluation of these patients, we have fluorescein angiography (FA), optical coherence tomography (OCT), and, in the last decade, optical coherence tomography angiography (OCTA). This work compares the two angiographic imaging techniques, studying the potential of widefield OCTA in the detection of DR lesions.Methods: Images of 25 eyes of 13 patients with nonproliferative diabetic retinopathy (NPDR) and prolifera- tive diabetic retinopathy (PDR) who underwent FA and OCTA were observed. Between the two techniques we compared the detection rate of DR lesions, namely intraretinal microvascular anomalies (IRMA), microaneurysms (MA), neovascularization (NV) and non perfusion areas (NPA).Results: The sensitivity of OCTA for detecting the lesions under study was 100%, 75% and 100% for IRMAs, NV and NPA, respectively. Specificity was 60%, 95% and 75% for the same order of lesions. The detection rate was similar for all lesions studied, except for NV (p= 0.07). For the detection of neovascularization and ischemia in the OCTA images the inter-observer agreement was very good, with values of 0.865 and 0.834. The K values in the AF assessment were in the range of reasonable to good.Discussion and Conclusion: Swept-Source Widefield Optical Coherence Tomography Angiography is a technique with the potential to replace Fluorescein Angiography in the study of patients with Diabetic Retinopathy. However, multicenter studies with a larger number of patients and collaborators are needed to validate the technique, allowing its implementation in daily clinical practice.