Terapêutica atual da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e Perspetivas futuras

Abstract

Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) is a progressive chronic disease characterized by an obstruction to airflow that triggers persistent clinical symptoms (dyspnoea, cough, and expectoration), limiting patient's daily activities. It is a heterogeneous disease with relevant and progressive epidemiological expression.The aim of this paper is to gather relevant information regarding current and future COPD therapy, with an emphasis on the potential role of regenerative stem cell therapy for COPD.Current COPD therapy consists of maximizing benefits through pharmacological and non pharmacological treatments for symptomatic treatment and prevention of exacerbations, through a personalized assessment.The present pharmacological treatment of COPD comprises of short or long-acting bronchodilators, in certain cases resorting to inhaled corticosteroids, and nonpharmacological measures of smoking cessation and pulmonary rehabilitation with the aim of minimizing the risk of exacerbations.Towards an exacerbation, it is essential to stratify risk and severity based on established clinical parameters and treatment using bronchodilators, glucocorticoids, antibiotics, and respiratory support is recommended for symptomatic relief of the acute episode.Considering the lack of a curative therapy, approaches such as regenerative therapy may be useful in repairing damaged lung tissue structures.The pathological mechanisms in airway remodelling remain unknown. The hypothesis defended are related to an abnormal inflammatory response to risk factors, accelerated cellular aging, or senescence that results in disturbances in cell morphology and function.MSC (mesenchymal stem cells) are extensively studied for their potential curative effect on COPD, this study directed at MSC cells is motivated by their intrinsic benefits that modulate the regenerative activity.The positive results in the pre-clinical scenario triggered the performance of clinical trials using stem cells, but these faced major challenges, albeit the proven results, due to a need to optimize the therapeutic protocol.Although this therapeutic hypothesis is still at a very early and immature stage, it proves to be a possible innovative therapy in the field of COPD in the future.

A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma doença crónica progressiva caracterizada por uma obstrução do fluxo aéreo condicionadora de sintomas respiratórios persistentes (dispneia, tosse e expetoração) que limitam as atividades de vida diária do doente. É uma doença heterogénea com elevada e crescente expressão epidemiológica.O objetivo deste trabalho é reunir a informação relevante relativa à terapêutica atual e futura da DPOC, com destaque no papel potencial da terapia regenerativa com células estaminais. A terapêutica atual da DPOC consiste em maximizar benefícios através de terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas para tratamento sintomatológico e prevenção de exacerbações, através de uma avaliação personalizada.A terapêutica farmacológica assenta em broncodilatadores de curta ou longa duração de ação, em certos casos com recurso a corticoterapia inalada, e medidas não farmacológicas de cessação tabágica e reabilitação pulmonar, com o objetivo de minimização do risco de exacerbações. Perante uma exacerbação é fundamental a estratificação do risco e gravidade tendo por base parâmetros clínicos estabelecidos e o tratamento com recurso a broncodilatadores, glicocorticoides, antibioterapia e suporte respiratório é o recomendado, para alívio sintomático do episódio agudo.Considerando a inexistência de uma terapia curativa, abordagens como terapia regenerativa podem ser úteis na reparação das estruturas danificadas do tecido pulmonar.Os mecanismos patológicos na remodelação das vias aéreas permanecem desconhecidos. As hipóteses defendidas estão relacionadas com uma resposta inflamatória anormal aos fatores de risco, o envelhecimento celular acelerado ou senescência que resulta em perturbações na morfologia e função celular.As MSC (mesenchymal stem cells) são extensivamente estudadas para o potencial efeito curativo na DPOC motivado pelos seus benefícios intrínsecos que modulam a atividade regenerativa.Os resultados positivos no cenário pré-clínico despoletaram a realização de ensaios clínicos com recurso a células estaminas, mas estes enfrentam grandes desafios ainda que com resultados favoráveis, devido a uma necessidade de otimização do protocolo terapêutico.Apesar desta hipótese terapêutica se encontrar numa fase ainda muito precoce e imatura, demonstra ser uma possível terapia inovadora no campo da DPOC no futuro.