Beyond Pain and Affective Symptoms: subjective and objective cognitive dysfunction in fibromyalgia

Abstract

Introduction: Fibromyalgia is a musculoskeletal disease, characterized by symptoms of generalized pain, depression, fatigue, sleep changes and cognitive changes. The presence of cognitive deficits is widely disputed and is still under study, however, cognitive complaints in fibromyalgia patients are recurrent. Objectives: Using a neuropsychological assessment procedure, the present work aims to investigate the presence of subjective (through self-report) and objective (considering results obtained in performance-based instruments) cognitive deficits in fibromyalgia. Methods: At first, a survey was distributed online to characterize the target population. Then, a convenience sample of 24 participants (23 women and 1 man), diagnosed with fibromyalgia, was recruited. The evaluation protocol included diagnostic tests and impact of fibromyalgia assessment (Widespread Pain Index, Symptom Severity Scale and Fibromyalgia Impact Questionnaire-Revised), neuropsychological assessment of neurocognitive functions (Screening: Addenbrooke Cognitive Examination - Revised; Memory: Rey Auditory Verbal Learning Test; Executive Functions: Trail Making Test A & B, Verbal Fluency and Letter-Number Sequencing Test- Wechsler Adult Inteligence Scale-III), executive dysfunction self-perception (Behaviour Rating Inventory of Executive Function - Adult version), response validity tests (Rey 15-Item Memory Test and Self-Report Symptom Inventory) and affective symptoms questionnaires (Beck’s Depression Inventory II and State-Trait Anxiety Inventory-Y Form).Results: The cognitive performance presents few changes, independent of the affective symptomatology, being that the working memory, language, visuospatial capacity, attention and shifting were the most fragile areas. Subjective perception of cognitive dysfunction, namely executive, presents results suggesting alterations. Notably, participants have high levels of symptom exaggeration, with only 20.8% presenting a profile without exaggeration of symptoms, although effort is validated for the assessment tasks. Conclusion: The present study allowed for a better perception of the functioning profile of the person with fibromyalgia, however, several questions were raised regarding the ecological validity of the neuropsychological assessment instruments, subjective experience of cognitive impairment and the application of instruments assessing symptom validity in this population.

Introdução: A fibromialgia é uma doença músculo-esquelética, caracterizada por sintomas de dor generalizada, depressão, fadiga, alterações do sono e alterações cognitivas. A presença de défices cognitivos é bastante contestada e ainda está em estudo, no entanto, as queixas (cognitivas) das pessoas com diagnóstico de fibromialgia são recorrentes. Objetivos: Recorrendo a um procedimento de avaliação neuropsicológica, visa-se investigar a presença de défices cognitivos subjetivos (através de medidas de auto-resposta) e objetivos (considerando resultados obtidos em instrumentos de desempenho) na fibromialgia. Métodos: Num primeiro momento, distribui-se online um formulário que visava caracterizar a população alvo. De seguida, foi recrutada uma amostra de conveniência de 24 participantes (23 mulheres e 1 homem), diagnosticados com fibromialgia. O protocolo de avaliação incluiu testes de diagnóstico e de avaliação do impacto da fibromialgia (Widespread Pain Index, Symptom Severity Scale e Fibromyalgia Impact Questionnaire-Revised), testes de avaliação neuropsicológica de funções neurocognitivas (rastreio: Addenbrooke Cognitive Examination – Revised; memória: Rey Auditory Verbal Learning Test; funções executivas: Trail Making Test A & B, Verbal Fluency e Letter-Number Sequencing subtest-Wechsler Adult Inteligence Scale-III), um instrumento de avaliação da auto-perceção de disfunção executiva (Behaviour Rating Inventory of Executive Function - Adult version), testes de validade de resposta (Rey 15-Item Memory Test e Self-Report Symptom Inventory) e questionários de avaliação de sintomas afetivos (Beck’s Depression Inventory II e State-Trait Anxiety Inventory-Y Form).Resultados: O desempenho cognitivo apresenta-se com poucas alterações, independentemente da sintomatologia afetiva, sendo a memória de trabalho, linguagem, capacidade visuo-espacial, atenção e alternância as áreas mais fragilizadas. Já a perceção subjetiva de disfunção cognitiva, nomeadamente executiva, apresenta resultados que podem ser sugestivos de alterações. Os participantes apresentam ainda altos níveis de exagero de sintomas, com apenas 20.8% dos participantes a apresentar um perfil sem exagero de sintomas, ainda que esteja atestado o esforço para as tarefas. Conclusão: O presente trabalho permitiu uma melhor perceção do perfil de funcionamento da pessoa com fibromialgia, no entanto levantou diversas questões em relação à validade ecológica dos instrumentos de avaliação neuropsicológica, à experiência subjetiva de défice cognitivo e à aplicação de testes de exagero de sintomas nesta população.