Navigating Gender Roles, Coparenting and Work-Family Balance: Perspectives of Portuguese Mothers

Abstract

As mulheres portuguesas enfrentaram mudanças significativas nas últimas décadas. A Revolução de 25 de abril de 1974 aboliu a maioria das leis discriminatórias de género. No entanto, as mulheres continuam a ser as principais responsáveis pelo trabalho doméstico e pela vida familiar enquanto trabalham a tempo inteiro, indicando que os papéis tradicionais de género ainda estão presentes, independentemente dos valores igualitários promulgados na Constituição Portuguesa. A perpetuação de papéis tradicionais de género ocorre principalmente através de normas sociais e culturais. Neste sentido, pretende-se analisar em que medida a perceção dos papéis de género influencia o equilíbrio entre a vida familiar e a coparentalidade. Para tal, 66 mães portuguesas com idades compreendidas entre os 27 e os 64 anos (M = 46.08, DP = 1.104) responderam à Escala de Atitudes Pacíficas relativamente ao Género, à Escala de Estratégias de Conciliação entre Vida Familiar e Vida Profissional e ao Questionário da Coparentalidade. Encontrou-se uma correlação fraca, mas significativa, entre as perceções de papéis de género igualitários e menos estratégias de concessões pessoais, familiares e profissionais; verificaram-se, ainda, correlações significativas entre as perceções de papéis igualitários de género e menos estratégias de concessões pessoais, familiares e profissionais com os itens do questionário sociodemográfico, mas não se encontraram correlações significativas com nenhuma das subescalas do Questionário da Coparentalidade. Espera-se que este estudo possa contribuir para influenciar a forma como profissionais de diferentes áreas ponderam os desafios familiares e quotidianos das mães portuguesas.

Portuguese women have faced significant changes in recent decades, with the Revolution of the 25th of April of 1974 abolishing most gender-discriminatory laws. However, women are still primarily responsible for domestic work and family life while working full-time jobs. This indicates that traditional gender roles are still present despite the egalitarian values promulged in the Portuguese Constitution. Social and cultural norms are the main drivers behind the perpetuation of traditional gender role perceptions. With this in mind, we aimed to analyze how the perception of gender roles influences work-life balance and coparenting, to understand the difficulties that prevail, even after decades of evolution. To do so, 66 Portuguese mothers between the ages of 27 to 64 years old (M = 46.08, SD = 1.104) answered the Attitudes Toward Gender Roles Scale, the Family and Work Reconciling Strategies Scale, and the Coparenting Questionnaire. We found a weak yet significant correlation between egalitarian gender roles’ perceptions and fewer personal, family, and professional concessions strategies. We also found significant correlations between both egalitarian gender roles’ perceptions and fewer personal, family, and professional concessions strategies with items from the sociodemographic survey. However, we found no significant correlations with any of the coparenting subscales. We hope our findings may influence how professionals in different fields ponder familial and women’s daily challenges in Portugal.