Stakeholders’ perspectives on opportunities and challenges in engaging communities in fire risk management

Abstract

Projeções futuras consideram Portugal extremamente vulnerável a alterações climáticas, em que se espera que as suas consequências ocorram com maior frequência e intensidade, como os incêndios rurais. Os cenários presentes e futuros requerem, inevitavelmente, um maior nível de preparação e adaptação pelas comunidades para o risco de incêndio, através de um envolvimento ativo na gestão do risco de incêndio. Assim, o principal objetivo deste estudo é de uma forma abrangente verificar o nível de envolvimento das comunidades portuguesas nos processos de gestão dos incêndios rurais, na perspetiva dos gestores do risco de incêndio, tais como decisores políticos, proteção civil, atores da proteção da natureza e especialistas académicos. Para aceder e analisar a perspetiva desses Stakeholders, foi conduzido um estudo misto sequencial exploratório. Na primeira fase foram conduzidas entrevistas semiestruturadas com gestores do risco de incêndio (N = 30), e uma análise aprofundada do conteúdo. Após isso, uma amostra nacional de Stakeholders (N = 135) respondeu a um questionário online que media as variáveis latentes que emergiram das narrativas dos Stakeholders. Os dados qualitativos foram analisados através de estatística descritiva e testes de diferenças. Os dados qualitativos e quantitativos recolhidos foram posteriormente integrados usando uma abordagem integrativa, que resultou numa matriz dos dados contendo os resultados mais proeminentes. Os resultados do estudo demonstram que as comunidades portuguesas não se envolvem em processos de gestão do risco pré-desastre (e.g., prevenção, preparação), e não têm cultura do risco, o que parece estar relacionado com diversos fatores psicossociais (e.g., falta de conhecimento, ligação emocional ao local, desresponsabilização). Um maior envolvimento das comunidades na gestão do risco de incêndio pode ser alcançado através de estratégias de capacitação a nível local e intervenções baseadas na ação, bem como com educação formal sobre o risco nas escolas.

Future projections consider that Portugal is extremely vulnerable to climate change, in which its consequences are expected to occur with heightened frequency and intensity, such as rural fires. The present and future scenarios require, unavoidably, a higher level of preparedness and adaptation by communities and individuals for fire risk, by actively engaging in fire risk management. Therefore, the main purpose of this study is to comprehensively ascertain the level of the Portuguese communities’ engagement in rural fire management processes, in the perspective of fire risk managers, such as decision-makers, civil protection, nature protection actors and academic experts. This study also aims to broaden the discussion about the opportunities and challenges towards the development of evidence-based strategies, aiming at engaging communities and citizens in fire risk management processes. To access and analyze the perspective of these stakeholders, an exploratory sequential mix-methods research design was conducted. In a first phase, semi-structured interviews were conducted to fire risk managers (N = 30), and in-depth content analyzed. Afterwards, a nationwide sample of stakeholders (N = 135) enrolled in a web-based survey measuring the latent variables that emerged from stakeholders’ narratives. Quantitative data was analyzed, using descriptive statistics and differences tests. The gathered qualitative and quantitative data was further integrated using a merging approach, resulting in a data matrix encompassing the most prominent results. Findings from this study demonstrate that Portuguese communities do not engage in pre-disaster fire risk management (i.e., prevention, preparedness), and do not have a risk culture, which appears to be related with several psychosocial factors (e.g., lack of knowledge, place attachment, ascription of responsibility). A greater communities’ engagement in fire risk management may be achieved through capacity building strategies, based on local level and action-based interventions, as well as, formal risk education within schools.