Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/108421
Title: Musealização da experiência colonial portuguesa: da Exposição Insular e Colonial de 1894 ao debate sobre o “Museu das Descobertas”
Other Titles: Musealization of the portuguese colonial experience: from the Insular and Colonial Exhibition of 1894 to the debate on the “Museum of Discoveries”
Authors: Lebre, Ana Catarina Parracho dos Santos
Orientador: Pimenta, Fernando Manuel Tavares Martins
Nunes, João Paulo Cabral de Almeida Avelãs
Keywords: Exposições Coloniais; Musealization; New Museology; Colonial Collections; Colonialism; Colonial Exhibitions; Colonialismo; Musealizaçao,; Nova Museologia; Coleções Coloniais
Issue Date: 23-Feb-2023
Serial title, monograph or event: Musealização da experiência colonial portuguesa: da Exposição Insular e Colonial de 1894 ao debate sobre o “Museu das Descobertas”
Place of publication or event: (Não aplicável)
Abstract: Em anos recentes assistimos à reorganização de museus europeus que herdaram coleções coloniais, principalmente de etnologia, fruto de um passado de explorações, conquistas, domínio e poder e que atualmente pretendem renovar a sua relação com os objetos que expõem, atualizando o discurso expositivo para uma sociedade pós-colonial que felizmente já não se revê na ideologia do passado cristalizada nestas antigas exposições. Assistimos igualmente a pedidos de restituição de bens culturais que estão guardados em muitos destes museus, por parte de comunidades de origem, que pedem a devolução do seu património, colocando novas questões éticas aos profissionais de museus que ainda não têm uma resposta definitiva. A nível nacional, por um lado, cada vez mais se realizam exposições, peças de teatro, intervenções artísticas e debates sobre o colonialismo, a época colonial e os legados coloniais que persistem por outro observa-se uma crescente polarização baseada em ideologias rasas e popularismo fácil. Após os debates surgidos em 2018 e 2019 acerca da possibilidade de ser criado um “Museu das Descobertas”, foram trazidas para a esfera pública, pontos de vista progressistas, outros saudosistas, alargando o debate para questões relacionadas com o colonialismo, que revelaram o desconforto que ainda persiste em abordar temas históricos com um legado difícil. Os museus adaptam-se e atuam como um agente de mudança que acompanha as exigências da sociedade no seu entorno e devem ser relevantes para estas comunidades. Apesar dos esforços para atualizar o discurso expositivo dos museus, não assistimos até à data à criação de um museu dedicado a este período histórico, em nenhum dos países que foram antigas potências coloniais, apesar de já existir algum distanciamento histórico. Mais do que um museu sobre a etnografia do “outro”, importa criar um museu sobre as relações que se estabeleceram nesse período entre “nós” e os “outros”. Criar um museu de referência, apoiado em factos históricos, mas que admita múltiplos pontos de vista, porque só assim se poderá comunicar uma realidade tão complexa como o colonialismo. Neste trabalho pretendemos abordar a musealização da experiência colonial portuguesa e mostrar a relevância da sua criação como contribuição para esta mudança.
In recent years, we have witnessed the reorganization of European museums that inherited colonial collections, mainly of ethnology, the result of a past of explorations, conquests, dominion and power and that currently intend to renew their relationship with the objects they exhibit, updating the exhibition discourse for a more post-colonial society that fortunately no longer sees itself in the ideology of the past crystallized in these old exhibitions. We also see requests for the return of cultural goods that are stored in many of these museums, by communities of origin, who ask for the return of their heritage, raising new ethical questions for museum professionals that still do not have a definitive answer. At the national level, on the one hand, exhibitions, plays, artistic interventions and debates on colonialism, the colonial era and the colonial legacies that persist are increasingly being held, on the other hand, there is a growing polarization based on shallow ideologies and popularism easy. After the debates that arose in 2018 and 2019 about the possibility of creating a “Museum of Discoveries”, progressive points of view were brought to the public sphere, others nostalgic, broadening the debate to issues related to colonialism, which revealed the discomfort that still persists in tackling historical themes with a difficult legacy. Museums adapt and act as an agent of change that accompanies the demands of society in their surroundings and must be relevant to these communities. Despite efforts to update museums' exhibition discourse, we have not yet seen the creation of a museum dedicated to this historical period, in any of the countries that were former colonial powers, although there is already some historical distancing. More than a museum about the ethnography of the “other”, it is important to create a museum about the relationships that were established in that period between “us” and the “others”. Create a reference museum, supported by historical facts, but which admits multiple points of view, because only in this way can a reality as complex as colonialism be communicated. In this work, we intend to address the musealization of the Portuguese colonial experience and show the relevance of its creation as a contribution to this change.
Description: Dissertação de Mestrado em Património Cultural e Museologia apresentada à Faculdade de Letras
URI: https://hdl.handle.net/10316/108421
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File SizeFormat
Dissertacao_AnaCatarinaLebre.pdf1.49 MBAdobe PDFView/Open
Show full item record

Page view(s)

42
checked on Apr 24, 2024

Google ScholarTM

Check


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons