O nível de conhecimento e de implementação do Balanced Scored Card (BSC) nas Instituições Particulares de Solidariedade Social portuguesas

Abstract

O Terceiro Setor representa um papel económico e social muito importante em Portugal. Pela sua função social e pelo emprego que gera, o setor tem-se desenvolvido, estando representado por todo o país. São-lhe delegadas, pelo estado, atribuições indispensáveis à proteção social, à difusão da cultura, da arte e do desporto, entre outras, promovendo a cidadania e a coesão territorial. Em geral, as organizações que o compõem são modestamente financiadas, e a suas necessidades crescentes, o que torna imperativo terem uma boa gestão, e o seu controlo, no sentido da eficiência e da performance.Para esta investigação, consubstanciada numa revisão de literatura sobre o Terceiro Setor (TS), e as IPSS em particular, sobre as ferramentas de controlo de gestão, nomeadamente, o BSC, na sua aplicação geral e também ao referido setor; foram recolhidos dados através de um inquérito dirigido às organizações filiadas na Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS). De uma subpopulação de 3420 IPSS, foram obtidas e analisadas 318 respostas, o que corresponde a uma taxa de resposta de 9,36%, tendo os resultados sido comparados com os obtidos por Quesado et al. (2012), num estudo análogo sobre empresas privadas.As evidencias parecem indicar que o BSC é conhecido por aproximadamente metade das organizações inquiridas, e usado por uma pequena parte. Em geral, as IPSS parecem ter implementado o BSC por precisarem de uma ferramenta abrangente, e na procura de eficiência e controlo de custos. Não obstante as organizações parecerem estar satisfeitas com os resultados obtidos, as descobertas geram evidencias de que as implementações são recentes e podem ser pouco consistentes com os pressupostos estabelecidos na literatura, para que se considere que o modelo está a ser utilizado como uma ferramenta de gestão estratégica. É apresentada, como maior dificuldade à implementação e manutenção, a falta de experiência e conhecimento sobre o modelo. As descobertas parecem indicar que, de forma geral, pode existir convergência entre os resultados obtidos no presente estudo, e os obtidos por Quesado et al. (2012), junto de empresas privadas.

The Third Sector plays a very important economic and social role in Portugal. Due to its social function and the jobs it creates, the sector has developed and is represented throughout the country. It is delegated, by the state, attributions that are indispensable for social protection, dissemination of culture, art and sports, among others, promoting citizenship and territorial cohesion. In general, the organisations that compose it are poorly financed, and their needs are growing, which makes it essential to have a good management, and its control, in the sense of efficiency and performance.For this research, based on a literature review on the Third Sector (TS), and the IPSS in particular, on management control tools, namely, the BSC, in its general application and also to that sector; data was collected through a survey addressed to organizations affiliated to the National Confederation of Institutions of Social Solidarity (CNIS). From a subpopulation of 3420 IPSS, 318 responses were obtained and analysed, which corresponds to a response rate of 9.36%, and the results were compared with those obtained by Quesado et al. (2012), in an analogous study on private companies.Evidence seems to indicate that the BSC is known by approximately half of the surveyed organisations and used by a small proportion. In general, IPSS seem to have implemented the BSC because they needed a comprehensive tool, and in the search for efficiency and cost control. Notwithstanding the fact that organizations seem to be satisfied with the results obtained, findings provide evidence that implementations are recent and may be inconsistent with the assumptions set forth in the literature so as to consider that the model is being used as a strategic management tool. Lack of experience and knowledge about the model is presented as a major difficulty to implementation and maintenance. The findings seem to indicate that, in general, there may be some convergence between the results obtained in the present study, and those obtained by Quesado et al. (2012), with private companies.