Utilização de redes sociais na adultez emergente e impacto percebido no desempenho académico e saúde mental

Abstract

As redes sociais são plataformas online onde os utilizadores interagem e criam relações com outros de forma facilitada. Atualmente, as redes sociais acompanham o quotidiano dos adultos emergentes de todo o mundo. Porém, os jovens apresentam uma propensão maior para fazer um uso problemático das mesmas, o que pode ter consequências aversivas no seu funcionamento normal. Apesar disso, existe poucas investigações que abordem este tema no contexto português. Deste modo, o presente estudo exploratório tem como objetivo contribuir para a compreensão desta problemática, recorrendo a uma metodologia qualitativa. Para tal, foi elaborada uma entrevista semiestruturada em forma de questionário online com o intuito de recolher dados acerca da utilização das redes sociais por estes jovens e possíveis impactos no seu desempenho académico de saúde mental. Participaram 148 estudantes do ensino superior com idades compreendidas entre os 18 e 29 anos. Os resultados indicam uma inclinação para o uso das redes sociais da empresa Meta, especialmente o Instagram. Os participantes afirmam manter, na maioria, um número reduzido de contactos e fazer um uso diário das redes sociais mediano, passando entre 2 e 3 horas nas mesmas. Para os sujeitos, estas plataformas servem para comunicar com amigos e familiares e procurar informação. Para além disso, estes sentem uma necessidade frequente de consultar as suas redes sociais, algo que aparenta perturbar as tarefas académicas, mas não as relações interpessoais. Independentemente disso, as redes sociais são consideradas como uma ferramenta valiosa pelos inquiridos no contexto académico. No que concerne aos efeitos na saúde mental, as redes sociais são usadas pelos participantes para regularem estados emocionais. Por fim, alguns indivíduos sentem ansiedade ao fazer publicações nestas plataformas, sugerindo que há alguma preocupação em corresponder às expetativas e normas sociais.

Social Media are online platforms where users interact and create relationships with others, in a facilitated way. Nowadays, social media accompany the daily lives of emerging adults around the world. However, young people are more likely to make problematic use of social networks, which can have aversive consequences on their normal functioning. Despite this, there are few investigations that address this issue in the Portuguese context.Thus, the present exploratory study aims to contribute to the understanding of this problem, using a qualitative methodology. To this end, a semi-structured interview in the form of an online questionnaire was prepared to collect data about the use of social networks by these young people and possible impacts on their academic performance in mental health. 148 higher education students aged between 18 and 29 participated.The results indicate an inclination towards the use of Meta company’s social networks, especially Instagram. Most of the participants claim to maintain a small number of contacts and make an average use of social networks, spending between 2 and 3 hours on them daily. For the subjects, these platforms serve to communicate with friends and family and search for information. In addition, they have a frequent need to consult their social networks, which seems to disturb academic tasks, but not interpersonal relationships. Regardless, social networks are considered a valuable tool by the respondents in the academic context. Regarding the effects on mental health, social networks are used by participants to regulate emotional states. Finally, some individuals experience anxiety when making publications in these platforms, suggesting that there is some concern in meeting social expectations and norms.