Dances of resistance in Portugal on and off the margins

Abstract

As 'danças de resistência' em Portugal, dentro e fora das margens, referem-se a movimentos vernáculos e práticas de dança, nascidos fora das práticas do movimento institucional e fora de Portugal, que são manifestações de resiliência contra várias formas de opressão e afirmam a existência dos seus praticantes: Eu danço, por isso existo. Esta dissertação analisa a experiência e a vida de dança de vários praticantes em Portugal, oriunda de vários mundos de dança: estilos de dança urbana, vogue, e danças orientais, e reflete sobre como estes estilos de movimento foram adaptados, e subvertidos à realidade da dança portuguesa. Estas expressões de movimento provaram ser uma forma saudável de afetar as mudanças sociopolíticas, divorciadas da necessidade de combate assertivo ou dos discursos da sociedade civil.Este trabalho de investigação é sobre intérpretes em Portugal, que praticam a dança como forma de intervenção para trazer o foco a certas questões (por exemplo, injustiças sociais, de gênero e raciais) e para dar voz a comunidades mal servidas, que usam a dança como forma de afirmação de género e identidade ou que recuperam raízes e conhecimentos ancestrais através do veículo da dança, que contestam o seu posicionamento marginal através do uso dos seus corpos, produzindo epistemologias de resistência e libertação.O objectivo desta presquisa é reservar espaço para estas práticas de dança e praticantes, analisar a intenção por detrás da sua arte, e também abordar os diferentes tipos de opressão com que estes artistas se deparam (por exemplo, falta de acesso e oportunidade, patriarcado e desigualdades de género, imperialismo cultural, discriminação sexual) em Portugal, hoje em dia.

The ‘dances of resistance’ in Portugal on and off the margins, refer to vernacular movements and dance practices, born outside the institutional movement practices and outside of Portugal, that are manifestations of resilience against various forms of oppression and are affirming the existence of their practitioners: I dance, therefore I exist. The paper analyzes the experience and dance life of various grassroots dance performers in Portugal, stemming from various dance worlds: street dance styles, ballroom vogue, and oriental dances, and reflects on how these movement styles have been adapted, embodied and subverted to the Portuguese dance reality. These movement expressions of cultural resistance have proved to be a healthy way to affect socio-political changes, divorced from the need for assertive combat.The research focuses on performers in Portugal, who practice dance as a form of intervention to bring focus to certain issues (eg. social, gender and racial injustices) and to give voice to underserved communities, who use dance as a form of gender and identity affirmation or who reclaim ancestral roots and knowledge through the vehicle of dance, who contest their marginal positioning through the use of their bodies, producing epistemologies of resistance and liberation.The aim of the paper is to hold space for these dance practices and practitioners, analyze the intention behind their art, and also address different types of struggles that these performers are faced with (eg. lack of access and opportunity, patriarchy and gender inequalities, cultural imperialism, sexual discrimination) in Portugal today.