Dinâmica de crescimento de indicadores de saúde infantil nos Cuidados de Saúde Primários entre 2018 e 2021

Abstract

Introdução: Com a taxa de natalidade a diminuir, torna-se necessário garantir o seguimento adequado das crianças, principalmente nos primeiros 2 anos de vida pela sua elevada vulnerabilidade e desenvolvimento. Vários fatores podem ter impacto no seguimento, sendo pertinente e atual devido à pandemia COVID-19 saber como tal seguimento se tem vindo a realizar. Métodos: Estudo observacional nacional de dois indicadores 269 (Índice de Acompanhamento adequado em saúde infantil no segundo ano de vida) e 302 (Índice de Acompanhamento adequado em saúde infantil no primeiro ano de vida), por ARS e ACeS, entre 2018 e 2021. Os dados foram obtidos através da Matriz de Indicadores dos CSP. Foi realizada a construção de bases de dados para tratamento estatístico descritivo e inferencial.Resultados: A nível nacional o indicador 269 evoluiu de 2018 para 2020 de 0,778±0,135 para 0,802 ±0,125 (∆=+0,03), e em 2021 teve valor de 0,782 ± 0,118, ∆=-0,009 de 2020 para 2021. O indicador 302 evoluiu, para os mesmos anos, de 0,868± 0,082 para 0,886 ± 0,068 (∆=+0,02), e em 2021 teve valor de 0,866±0,064, ∆=-0,02 de 2020 para 2021. Verificaram-se diferenças nos indicadores e suas dinâmicas de crescimento segundo a área geográfica administrativa da saúde. Discussão e Conclusão: Para a maioria das ARS, os valores dos indicadores aumentaram entre 2018 e 2020 e diminuíram em 2021. A falta de equidade deve ser tida em atenção, percebendo-se quais as melhores e adequadas formas de trabalho para os melhores resultados. Os indicadores nos estiveram longe de 1, o que salienta necessidade de melhoria. São identificados em vários países fatores com impacto nos resultados, muitos relacionados com a Pandemia COVID-19: menor adesão à vacinação que não só anti-COVID, mudança do paradigma de consulta, sobrecarga laboral e aumento da desigualdade socioeconómica. Conclui-se pela necessidade de criar medidas para intervenção nestes fatores de forma a melhorar o seguimento das crianças de tenra idade.

Introduction: With the birth rate decreasing, it becomes necessary to guarantee the adequate follow-up of children, especially in the first 2 years of life, due to their high vulnerability and development. Several factors can have an impact on the follow-up, being relevant and current to study how such follow up has been carried out due to the COVID-19 pandemic. Methods: Cross-sectional observational study of two national health-indicators 269 (Index of Adequate Monitoring in Child Health in the Second Year of Life) and 302 (Index of Adequate Monitoring in Child Health in the First Year of Life), by Health Regional Management (HRM) and Primary Health Care Centres Clusters (PHCCC), between 2018 and 2021. Data were obtained from the Primary Health Care Indicator Matrix. Databases were built for descriptive and inferential statistical treatment.Results: At a national level, indicator 269 evolved from 2018 to 2020 from 0.778±0.135 to 0.802 ±0.125 (∆=+0.03), and in 2021 it had a value of 0.782 ± 0.118, ∆=-0.009 from 2020 to 2021. Indicator 302 evolved, for the same years, from 0.868 ± 0.082 to 0.886 ± 0.068 (∆=+0.02), and in 2021 it had a value of 0.866 ± 0.064, ∆=-0.02 from 2020 to 2021. Differences in the indicators and their growth dynamics according to the geographical administrative area of health were observed. Discussion and Conclusion: For most HRM, the indicators values increased between 2018 and 2020 and decreased in 2021. The lack of equity must be considered, realizing which are the best and more appropriate standards of work for the best results. The indicators were far from 1, which highlights the need for improvement. Factors with an impact on results are identified in several countries, many related to the COVID-19 Pandemic: less adherence to vaccination than just anti-COVID, change in the consultation paradigm, work overload and increase in socioeconomic inequality. It is concluded that there is a need to create measures to intervene in these factors in order to improve the follow-up of young children.