Autistic-like traits in ADHD: a pathway to psychological distress

Abstract

Introduction: Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) and Autism Spectrum Disorder are neurodevelopment disorders with overlapping features and high comorbidity rates with each other. Only recently, it was recognized that ADHD persists into adulthood. These scenarios challenge precise diagnosis and treatment and may lead to psychological distress.Objectives: To compare the frequency of autistic traits (AT) between ADHD and healthy control samples. To explore the correlation between ADHD dimensions, AT and psychological distress. To test if AT mediates the relationship between ADHD dimensions and psychological distressMethods: 32 ADHD patients and 37 heathy controls filled an online survey with the Portuguese validated versions of the Adult ADHD Self-Report Screening Scale – version 1.1; Autism Spectrum Quotient and Depression Anxiety Stress Scale to measure ADHD dimensions, AT, and psychological stress dimensions, respectively. Descriptive, correlational, and mediation analysis were performed using SPSS 26 and PROCESS v3.5. Results: The ADHD group reported significantly more AT (p = .010), namely communication (p = .013) and attentional switch (p = .015) deficits. In the ADHD sample, ADHD dimensions correlated with psychological distress (p = .023) and communication deficits (p < .001). Communication deficits also correlated with psychological distress (p = .002) and fully mediated the relation between inattentive dimension and psychological distress. Discussion and conclusion: ADHD patients perceive themselves as having difficulties in communicating with peers. Further, communication deficits were a necessary condition for inattentive symptoms to generate psychological distress. Thus, the occurrence of communication difficulties is particularly deleterious in the inattentive presentation of ADHD. Clinical intervention targeting communication difficulties in ADHD patients should account for the negative impact of distractibility on communication.

Introdução: A perturbação de hiperatividade/défice de atenção (PHDA) e a perturbação do espetro do autismo são doenças do neurodesenvolvimento que partilham vulnerabilidades de ordem genética, neurobiológica e psicológica, verificando-se uma elevada comorbilidade entre ambas. Apenas recentemente, a PHDA tem sido reconhecida como uma perturbação que se pode estender até à idade adulta. Estes fatores causam desafios diagnósticos importantes. Objetivos: Comparar a frequência de traços autistas (TA) entre um grupo de doentes com PHDA e um grupo controlo. Explorar a correlação entre as dimensões de PHDA, TA e a perturbação psicológica. Testar se os TA medeiam a relação entre dimensões de PHDA e a perturbação psicológica.Métodos: 32 doentes com PHDA e 37 controlos saudáveis preencheram um protocolo online que incluiu as versões portuguesas validadas da Escala de Autoavaliação de PHDA para o Adulto, Quociente do Espetro de Autismo e Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse. A análise descritiva, correlacional e mediacional foi realizada no SPSS 26 e PROCESS v3.5. Resultados: Comparativamente com o grupo de indivíduos saudáveis, o grupo de doentes com PHDA reportou mais TA (p = .010), nomeadamente défices na comunicação (p = .013) e no switch atencional (p = .015). As dimensões da PHDA correlacionaram-se com elevados níveis de perturbação psicológica (p = .023) e défices de comunicação dos TA (p < .001). Os défices de comunicação correlacionaram-se com a perturbação psicológica (p = .002) e mediaram totalmente a relação entre a dimensão de inatenção da PHDA e a perturbação psicológica. Discussão e conclusão: Indivíduos com PHDA percecionam ter mais dificuldades na comunicação com os pares. Nos doentes com PHDA, apenas quando a desatenção gerou dificuldades de comunicação significativas, esta relação provocou perturbação psicológica. Portanto, a ocorrência de défices na comunicação parece ser particularmente deletéria quando ocorre na apresentação desatenta. As intervenções clínicas do tipo treino de competências sociais podem ser úteis na PHDA e devem considerar o impacto negativo da distratibilidade na comunicação.