Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/9513
Title: Abandono do espaço agrícola na "Beira Transmontana" : extensão, causas e efeitos ambientais
Authors: Nunes, Adélia de Jesus Nobre 
Orientador: Rebelo, Fernando Manuel da Silva
Coelho, Celeste de Oliveira Alves
Keywords: Política agrícola -- Portugal; Êxodo rural -- Beiral Alta; Erosão do solo -- Beira Alta; Alteração climática -- Beira Alta; Agricultura -- abandono -- Beira Transmontana (Portugal)
Issue Date: 18-Sep-2007
Citation: NUNES, Adélia de Jesus Nobre - Abandono do espaço agrícola na "Beira Transmontana" : extensão, causas e efeitos ambientais. Coimbra, 2007.
Abstract: O presente estudo tem como objectivos principais avaliar a extensão, as causas e algumas das principais consequências ambientais decorrentes do abandono agrícola, operado nestas últimas décadas, numa área do interior centro de Portugal. A análise histórico-evolutiva às mudanças operadas no uso e ocupação do solo, através de diversas fontes estatístico-cartograficas, mostram um alargamento na área agrícola, cujo máximo ocupacional viria a ocorrer nas décadas de 40-70 do século XX, e o respectivo declínio espacial, nos últimos decénios. A cultura de cereais de sequeiro foi a que sofreu as maiores quebras espaciais, enquanto a classe que abrange os terrenos incultos registou uma tendência inversa à assinalada pelo espaço agrícola e florestal, ocupando na actualidade mais de 50% da área em estudo. Factores naturais, sócio-económicos e político-estruturais justificam o processo de abandono e sub-utilização do espaço agrícola. O êxodo rural, iniciado nos anos 50 do século XX e prolongado até à actualidade, a estrutura fundiária de pequenas explorações, a deficiente qualificação académica e o acentuado envelhecimento dos recursos humanos, o enorme afastamento em relação aos grandes centros de decisão e a Política Agrícola Comum, através do favorecimento de medidas de extensificação das práticas agrícolas, são as principais causas que explicam o desmantelamento da estrutura produtiva, assente numa mão-de-obra abundante. Após o abandono das terras de cultivo inicia-se um processo de colonização vegetal (sucessão secundária) que converge para uma reflorestação espontânea. A monitorização de diferentes áreasamostra, representativas dos usos tradicionais, de diferentes etapas de colonização vegetal e outras reconvertidas em usos mais extensivos, mostrou discrepâncias muito significativas na estrutura do coberto vegetal, dependente, em especial, do tempo transcorrido desde a cessação da actividade agrícola, mas também do tipo e da intensidade de gestão antrópica, posteriormente, aplicada. A sua importância viria a revelar-se determinante na explicação da variabilidade espacial das componentes físico-químicas do solo, na dinâmica da humidade do solo e na resposta hidrogeomorfológica. A cobertura vegetal do solo, sobretudo quando permitiu a presença de manta morta, foi o factor que melhor se correlacionou com as componentes químicas do solo, em particular com o teor de matéria orgânica e com alguns dos macronutrientes principais. Do igual modo, a resposta hidrológica e geomorfológica, avaliada em duas escalas diferentes através do recurso a simulações de chuva e parcelas de erosão fechadas, colocou em destaque o relevante papel da vegetação, como agente protector do solo e com reflexos importantes ao nível do escoamento superficial e da erosão. Assim, os solos submetidos a uma actividade antrópica mais intensa (cultura de cereais ou plantações jovens de árvores) são os que denotam maior deterioração, em termos de qualidade, e os que registam os mais elevados coeficientes de escoamento superficial e erosão. A interrupção dos processos de mobilização do solo, aliados a um incremento contínuo da vegetação são os factores que melhor explicam a substancial redução observada nas perdas de solo e na exportação superficial de água, ao mesmo tempo que as maiores quantidades de biomassa fornecida contribuem para um acréscimo na qualidade da camada edáfica superficial.
The goal of the present study is to evaluate the extension, causes and environmental consequences related with agricultural abandonment, performed in the last decades in an inner area in the centre of Portugal. The historical and evolutive analysis to land use and land cover changes, by means of cartographic statistics sources, show an agricultural widening area, whose occupational maximum would occur in the 40’s -70’s, and the respective special decline in the last decenniums. Cereal crop was the one which suffered the major spatial decrease, whereas the class which comprises uncultivated lands indicated a reverse trend towards the one marked by the forest and agricultural space, occupying now more than 50% of the area being studied. Natural, economical, political and structural factors justify the process of abandonment and underutilization of the agricultural space: The rural exodus, which began in the 50’s and extended up to the present time, the fundiary structure of small explorations, inadequate academic qualifications and the accentuated aging of human resources, the enormous distance from the largest urban centres and European Common Agrarian Politics, with set-aside and extensification policies, are the main causes which explain the dismantling of productive structure, based on abundant hand-labour. After the land abandonment, a new process of vegetable colonization (secondary succession), which converges into a spontaneous reforestation, has began. The monotorization of different area sample, which represents the traditional uses, of different stages of vegetal colonization and other ones reconverted in more extensive uses, shows quite important discrepancies in the structure of the vegetation, mainly depending not only on the elapsed time since the cessation of the agricultural activity but also on the type and the intensity of the anthropic management, subsequently applied. It’s importance would reveal itself decisive in the explanation of the spatial variability of soil physical and chemical elements, soil moisture dynamics and in it’s hydro-geomorphologic response. The soil cover, mainly when it allowed the presence of an important soil litter, was the factor that best correlated with the soil chemical components, in particular with the contents of the organic matter and some principal macronutrients. Likewise, the geomorphological and hydrological answer, evaluated in two different scales with rainfall simulations and closed erosions plots, show the importance of soil cover, as an agent of protection, with significant consequences on runoff and soil erosion. Therefore the soils submitted to a more intense human activities (cereal crop or young tree plantations) are the ones which denote more deterioration, in terms of quality, and, the ones which register the highest coefficients of runoff and erosion. The interruption of soil mobilization, together with the continuous increment of vegetation are the main factors which explain the substantial reduction observed in the soil losses and in the superficial water exportation, whilst the largest quantities of provided biomass contribute to an increase in the quality of the superficial pedologic layer.
Description: Tese de doutoramento em Letras, área de Geografia (Geografia) apresentada à Fac. de Letras de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/9513
Rights: embargoedAccess
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