O 25 de Abril e o ensino da História: O processo revolucionário nos manuais escolares

Abstract

Este artigo tem como objetivo proceder a uma análise da forma como as temáticas relacionadas com o 25 de Abril e o processo revolucionário são conduzidas e explanadas nos manuais escolares de História do ensino básico e secundário. Este estudo foi feito tendo em conta os programas e metas curriculares definidas pela Direção Geral da Educação, bem como as aprendizagens essenciais. Na primeira parte é abordada a presença da história do Estado Novo nos manuais, do processo revolucionário e da transição para a democracia. A segunda parte é dedicada à identificação de uma narrativa comum em todos os manuais. Narrativa esta que assenta sobre mecanismos como saltos temporais ou simplificação e omissão de projetos políticos e sociais. Na conclusão, é desenvolvida uma reflexão sobre a distância existente entre a narrativa apresentada nos manuais e as mais recentes investigações sobre o tema. Bem como sobre a necessidade de colocar os alunos no papel de investigadores, considerando que o fomento do pensamento crítico é um dos principais objetivos a alcançar durante o percurso escolar.

The aim of this article is to analyse how themes related to the 25th of April and the revolution are addressed and explained in basic and secondary education History textbooks. This study was based on the syllabus and course targets defined by the Directorate General for Education, and on essential learning goals. The first part addresses the reference to Estado Novo in textbooks, the revolutionary process, and the transition to democracy, while the second part identifies a common narrative in all textbooks, based on mechanisms such as time leaps or simplification and omission of political and social undertakings. The article closes with a reflection on the gap between the narrative contained in textbooks and the latest research on this theme and on the need to turn students into researchers, as encouraging critical thinking is one of the main aims to be pursued in the course of the students’ school career.

Cet article vise à analyser la manière dont les thèmes liés au 25 avril et au processus révolutionnaire sont menés et expliqués dans les manuels d’histoire de l’éducation primaire et secondaire. Cette étude a été réalisée en tenant compte des programmes et des objectifs scolaires définis par la Direction Générale de l’Éducation, ainsi que des apprentissages essentiels. La première partie aborde la présence de l’histoire de l’État Nouveau dans les manuels scolaires, du processus révolutionnaire et de la transition vers la démocratie. La deuxième partie est consacrée à l’identification d’un récit commun à tous les manuels. Ce récit s’appuie sur des mécanismes tels que les sauts temporels ou la simplification et l’omission de projets politiques et sociaux. Dans la conclusion, une réflexion est développée sur la distance entre le récit présenté dans les manuels et les recherches les plus récentes sur ce sujet ainsi que sur la nécessité de mettre les élèves dans le rôle de chercheurs, la promotion de la pensée critique étant l’un des principaux objectifs à atteindre au cours du parcours scolaire.