Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/87589
Title: O jovem futebolista brasileiro em transição para a alta competição: estudo aplicado ao Estado do Rio Grande do Norte
Authors: Silva, Marcelo Henrique Alves Ferreira da
Orientador: Figueiredo, António José Barata
Liparotti, João Roberto
Keywords: futebol; soccer
Issue Date: 15-Jan-2019
Abstract: O presente trabalho contempla o estudo do jovem futebolista norte-rio-grandense na etapa final (especialização) da preparação desportiva analisando um conjunto de variáveis biológicas, de desempenho funcional e de treino do futebol. Além disso, fornece um fundamento científico para treinadores da região nordeste do Brasil, relativamente ao processo de seleção (escolha) de jovens futebolistas e aos parâmetros biológicos e de desempenho para benefícios em curto e em longo prazo. Participaram do estudo 60 jovens futebolistas, do sexo masculino, com idades entre os 15 e os 18 anos, inscritos na Federação Norte-rio-grandense de Futebol e divididos em dois grupos etários de acordo com o regulamento das competições da Confederação Brasileira de Futebol, a saber: escalão Sub16 e Sub18. Em algumas análises esta amostra dividiu-se por posição de campo: defesas – jogadores que atuavam como defesas centrais e laterais; médios – jogadores que atuavam como médio-centro e médio-alas; e avançados – jogadores que atuavam como avançados-centro e extremos. Para estas análises, os guarda-redes foram excluídos. Foram recolhidas variáveis antropométricas e a idade óssea (maturação esquelética). Em relação ao desempenho funcional, foi proposto a aplicação do Brazilian Soccer Test (BST), para o desempenho intermitente. Além disso, foram utilizados os seguintes testes: YoYo Intermittent Recovery Test Level 1 (YYIRL1), também para o desempenho intermitente; teste máximo em esteira rolante (desempenho aeróbio); Standing Long Jump (SLJ) e Counter Movement Jump (CMJ) (força explosiva); e o Running Anaerobic Sprint Test (desempenho anaeróbio). Na determinação dos indicadores de treino recorreu-se as seguintes variáveis: experiência desportiva, potencial desportivo, tempo total de treino (físico ou técnico-tático) e de jogo, Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) e a carga de treino (modelo de Foster). As medidas antropométricas e os testes de desempenho foram realizados na primeira e segunda semana de treino dos futebolistas e repetidas posteriormente no final do período de preparação (10 semanas) e no meio da época (26 semanas). O tempo total, a PSE e a carga de treino foram coletados desde a primeira semana (período de preparação) até o meio da época desportiva, totalizando as 26 semanas (6 meses). Podemos afirmar que o BST é um teste específico para avaliar a capacidade do futebolista em suportar estímulos intermitentes, em virtude da associação significativa deste teste com o YYIRL1 e pela diferença significativa encontrada entre jovens futebolistas e escolares não praticantes de futebol em relação à distância e a velocidade alcançada no BST. Analisando o perfil multidimensional dos futebolistas em estudo, por posição (defesas, médios e avançados), verificamos que somente houve diferença significativa na variável biológica estatura. Os defesas eram mais altos que os médios. Não houve diferença significativa entre as posições no que se refere às variáveis adiposidade, idade esquelética, de desempenho e de treino. Na distribuição do estatuto maturacional dos jovens futebolistas foram encontrados maior quantidade de avançados, seguidos de normomaturo maturos, o que reforça a tendência e direcionamento para a escolha dos mais avançados a nível esquelético, no processo de seleção e sucesso no futebol. Não foram verificados futebolistas no estágio atrasado. Não foram verificadas diferenças significativas entre avançados, normomaturos e maturos nas variáveis antropométricas e de desempenho funcional. A idade cronológica apresentou correlação com o desempenho intermitente (BST), experiência desportiva e com o potencial desportivo. O tamanho corporal e a adiposidade apresentaram associação com o VO2max. Não foi verificada diferença significativa entre os escalões Sub16 e Sub18 em relação à estatura, massa corporal, adiposidade e no desempenho funcional. Em contrapartida, houve diferença significativa entre os Sub16 e os Sub18 referente à experiência desportiva e à idade esquelética. A distribuição do estatuto maturacional mostrou maior quantidade de avançados no escalão Sub16 e maior quantidade de normomaturos e maturos no escalão Sub18. Na análise do efeito do estatuto maturacional dos jovens futebolistas nos indicadores de treino no período de preparação, verificamos que houve efeito significativo somente na carga de treino e no tempo de treino físico, não havendo efeito significativo na percepção subjetiva de esforço, no tempo total de treino e no tempo de treino técnico-tático. Após 10 semanas de treino (período de preparação), houve mudança significativa na estatura e nas variáveis de desempenho distância alcançada no BST, CMJ, melhor sprint, média de sprint, soma dos sprints. O tempo de treino físico, o tempo de treino técnico-tático e tempo total de treino exerceram influência, de moderada a elevada, sobre as mudanças no desempenho da velocidade (melhor sprint). Além disso, o tempo de treino técnico-tático influenciou a BST após as 10 semanas. Em contrapartida, a carga de treino e a PSE não influenciaram as mudanças que ocorreram nas variáveis de desempenho, no período de preparação. Todos os indicadores de treino do estudo não se associaram às variáveis maturacionais. Os futebolistas com maior tempo de jogo apresentaram maior potencial desportivo comparado com os seus pares com menos tempo em competição. E os com maior potencial desportivo apresentaram menor idade esquelética comparada com os de menor perspectiva para alcançar níveis competitivos elevados. Parece que os treinadores definiram como critérios de escolha, levando em consideração o tempo de jogo, bem como o potencial desportivo, os jogadores com menor idade esquelética e adiposidade, melhor potência de membros inferiores e desempenho anaeróbio.
This work considers the study of young soccer players from Rio Grande do Norte State in the final stage (specialization) of youth department. Were analysed several dimensions that are related of performance as biological, functional and training. In a complementary way, provides scientific basis to the coaches from Brazilian Northeast region, concerning to the selection process of young soccer players. The sample was composed by 60 young male soccer players, aged 15 to 18 years old, and registered in “Federação Norte-rio-grandense de Futebol”. The sample was divided in two groups according to their ages and the competition rules of “Confederação Brasileira de Futebol “ – Under 16 and Under 18. In some analysis this sample was divided by the field position: defenders – that play in the centre and wings; midfielders – that play as middle field and middle wings and forwards – who played advanced centre and wings. For this analysis, the goalkeepers were excluded. Were evaluated anthropometric variables and the bone age (skeletal maturation). Related to the functional performance, it was proposed to apply the Brazilian Soccer Test (BST), to the intermittent performance. Moreover, the following tests were used: YoYo Intermittent Recovery Test Level 1 (YYIRL1), also to the intermittent performance, maximum test in treadmill (aerobic performance); Standing Long Jump (SLJ) and Counter Movement Jump (CMJ) (explosive power); and the Running Anaerobic Sprint Test (anaerobic performance). To assess the training indicators it was used the following variables: sport experience, sport potential, total time of training and total time of match, ratings of perceived exertion (RPE) and the training load (Foster model). The anthropometric measures and the performance tests were done in the first and second weeks of the training season and repeated at the end of the preparatory period (10 weeks) and in the middle of the season (26 weeks). The total time, one RPE and the load of training were collected since the first week (preparatory period) until the middle of the season, in a total of 26 weeks (6 months). BST shows to be a specific test to evaluate a capacity of the soccer players to perform in a intermittent effort, due to the significant association of this test with YYIRL1 and by the considerable difference found in the young soccer players and students who did not practise soccer, concerning to the distance and speed reached in BST. It was analysed the multidimensional profile of soccer players, according to the position, and it was verified that there was only a significant difference in height. The defenders were taller than the midfields. There weren’t considerable differences between the positions concerning to adiposity, skeletal age, and training performance variables. In the distribution of the players considering the maturational status were found a higher quantity of players that were advanced in maturation, followed by on-time and mature groups, that reinforces the tendency for targeting the coaches options for the more advanced in the biological status in the selection process. Were not observed players in a later stage of biological development. It was not verify any considerable differences between on-time and matures in the anthropometric and functional performance variables. The chronological age was related with the intermittent performance (BST), sport experience and the sport potential. The body size and adiposity shows an association with VO2max. It was not verified any significant difference between the U16 and U18 groups considering height, body mass, adiposity and functional performance. On the other hand there was a significant difference between U16 and U18 groups regarding sport experience and skeletal age. The distribution in the maturational status groups showed a higher number of advanced players in the U16 group and a higher number of mature in the U18. In the analysis of the maturational status effect of the young soccer players in the training indicators, in the preparatory period, was observed that there was a significant effect only in the training load and in the time for physical train. There was not a significant difference for ratings of perceived exertion, the total time of training and technical-tactics training. After 10 weeks of training (preparatory period) there were a significant change in height and in the distance performed in BST, CMJ, better sprint, average sprint and sum of sprints. The time on physical training and the time on technical-tactical influenced the BST after 10 weeks. On the other hand, the training load and the RPE did not influence the changes that happened in the performance variables and in the preparatory period. All the training indicators in the study were not associated with the maturational variables. The young soccer players with an increased match time showed higher sport potential comparing to the others with less time in competition. In addition, the players with higher sport potential obtained a lower skeletal age comparing to a lower perspective to reach high competitive levels.
Description: Tese de Doutoramento em Ciências do Desporto, na especialidade de Treino Desportivo, apresentada à Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/87589
Rights: openAccess
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