Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/36699
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dc.contributor.advisorNunes, João Arriscado-
dc.contributor.authorCosta, Daniel Neves da-
dc.date.accessioned2017-02-11T15:26:16Z-
dc.date.available2017-02-11T15:26:16Z-
dc.date.issued2017-07-20-
dc.date.submitted2017-02-11-
dc.identifier.citationCOSTA, Daniel Neves da - O Touro que nos puseram na arena. Ou : o desdobrar das fronteiras nos interstícios da palavra - gaguez, ciência e comunidades de responsabilidades. Coimbra : [s.n.], 2017. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/36699-
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/10316/36699-
dc.descriptionTese de doutoramento em Governação, Conhecimento e Inovação, apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbrapt
dc.description.abstractAs últimas décadas assistiram a uma intensa transformação das relações entre a ciência e a sociedade, entre a ciência e a política. O papel da ciência nas sociedades democráticas contemporâneas tem sido alvo de uma extensa problematização. Este trabalho visa refletir sobre o papel da ciência e seus conhecimentos não apenas na relação com as instituições políticas de tomada de decisão, mas na composição do mundo comum, da sociedade e suas instituições, no quotidiano dos cidadãos, na construção identitária de indivíduos e coletivos sociais ou na construção de narrativas políticas de interpelação social, seja no combate das desigualdades, na desconstrução de estigmas sociais ou na definição de ativismos terapêuticos associados a condições de saúde. Numa parceria levada a cabo com a Associação Portuguesa de Gagos esta investigação faz uma problematização das condições que permitam desenvolver colaborações entre cidadãos, comunidades e organizações da sociedade civil e cientistas, centros de investigação e universidades, numa lógica democrática de coprodução de conhecimento que fomente o empoderamento de indivíduos, comunidades e organizações da sociedade civil através de um envolvimento participado com a tecnociência e inspirado no conceito de “Investigação e Inovação Responsáveis” (von Schomberg, 2011). Nesse sentido, problematizamos o desenho e implementação de dispositivos de indagação (Dewey, 1938) que se constituem como os espaços de fronteira onde a ciência e a sociedade se interpenetram na produção dos fenómenos que compõem o mundo, e dos públicos a eles associados. Recorremos às metáforas da fronteira e da cartografia. A metáfora da fronteira procura dar conta dos espaços e objetos de intersecção entre conhecimentos, indivíduos, coletivos e instituições que se constituem em dinâmicas de indagação coletiva onde a multiplicidade dos fenómenos é alvo de experimentação. A fronteira emerge como lugar do político (Rancière, 1999) ao questionar as relações entre entidades e corpos e da sua distribuição no mundo, e enquanto espaço de transgressão (Santos, 2000) que coloca em causa, indagando outras possibilidades de tradução e de assembleia do fenómeno e dos seus efeitos no mundo. A fronteira entre a ciência e a sociedade emerge como lugar de política ontológica (Mol, 2008), de exploração da multiplicidade e das escolhas possíveis nas dinâmicas de recomposição do mundo. Ao explorar a fronteira como espaço de indagação, experimentação e produção de fenómenos e de mundo, mobilizamos a metáfora cartográfica enquanto “metodologia da fronteira” para mapear a sua multiplicidade. A cartografia enquanto método de exploração dos fenómenos reflete a produção da narrativa da indagação como indissociável da produção do fenómeno, espelhando a polifonia de vozes que participam na indagação e de entidades que compõem o fenómeno. Para isso dá conta não apenas do que existe, mas também das versões possíveis do fenómeno que existem enquanto devir, em estado latente e em potência, que a indagação revela. A cartografia procura dar conta do desdobrar de efeitos e diferenças ontológicas que a indagação coletiva cria. A produção de um relato arriscado é problematizada numa reflexão sobre o papel performativo das ciências sociais nestas indagações coletivas onde se assiste a uma recomposição do mundo (Latour, 2005). A ecologia de dispositivos de indagação em torno da gaguez constitui o laboratório de experimentação destas dinâmicas colaborativas entre ciência e sociedade, analisando como co-realizam fenómenos, instituições, públicos e indivíduos. Este trabalho relata a emergência de uma tradução alternativa da gaguez através da articulação de conhecimentos experienciais, científicos e terapêuticos. Faz um relato da individuação (Simondon, 1992) de novas entidades associadas à emergente tradução da gaguez que se constituem como realidades colaterais (Law, 2009): uma nova subjetividade quanto ao que significa ser-se Pessoa que Gagueja, associada a um coletivo que se constitui como público deweyano vinculado à Associação Portuguesa de Gagos que, assim, se reconfigura enquanto organização de representação munida de uma narrativa ativista testada no quotidiano pelas Pessoas que Gaguejam. Finalmente, é problematizado como na indagação coletiva se constitui uma “comunidade epistémica” (Akrich, 2010) que agrega Pessoas que Gaguejam, Pais, Terapeutas da Fala, Psicólogos e outros profissionais, em torno de uma posição epistémica comum sobre a gaguez que interpela a posição hegemónica dominante na sociedade e na comunidade profissional de terapeutas da fala. A análise à ecologia de pessoas, conhecimentos, instituições que se desenvolveu em torno da gaguez propicia uma reflexão final sobre a constituição de uma “comunidade de responsabilidades”, fundada num compromisso moral plural vinculado à indagação e à gaguez enquanto fenómeno múltiplo e heterogéneo, num contexto de mútuo reconhecimento e envolvimento responsivo entre os participantes.pt
dc.language.isoporpt
dc.relationinfo:eu-repo/grantAgreement/FCT/SFRH/SFRH/BD/74000/2010/PTpt
dc.rightsopenAccesspt
dc.subjectGaguezpt
dc.subjectCiência e Sociedadept
dc.subjectIndagação Colaborativapt
dc.subjectFronteirapt
dc.subjectComunidades de Responsabilidadespt
dc.titleO Touro que nos puseram na Arena. Ou: O Desdobrar das Fronteiras nos Interstícios da Palavra - Gaguez, Ciência e Comunidades de Responsabilidadespt
dc.typedoctoralThesis-
degois.publication.locationCoimbrapt
dc.peerreviewedyespt
dc.date.embargo2017-07-20*
dc.date.periodoembargo0pt
dc.identifier.tid101552319-
dc.subject.fosDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Sociologiapt
dc.subject.fosEstudos Sociais de Ciência e Tecnologiapt
thesis.degree.grantor00500::Universidade de Coimbrapt
thesis.degree.leveldoutor-
thesis.degree.nameDoutoramento em Governação, Conhecimento e Inovaçãopt
thesis.degree.grantorUnit00503::Universidade de Coimbra - Faculdade de Economiapor
uc.date.periodoembargo0por
uc.rechabilitacaoestrangeiranopt
uc.controloAutoridadeSim-
item.openairecristypehttp://purl.org/coar/resource_type/c_18cf-
item.openairetypedoctoralThesis-
item.cerifentitytypePublications-
item.grantfulltextopen-
item.fulltextCom Texto completo-
item.languageiso639-1pt-
crisitem.advisor.researchunitCES – Centre for Social Studies-
crisitem.advisor.parentresearchunitUniversity of Coimbra-
crisitem.advisor.orcid0000-0003-0109-8268-
crisitem.author.researchunitCES – Centre for Social Studies-
crisitem.author.parentresearchunitUniversity of Coimbra-
crisitem.author.orcid0000-0002-4055-8741-
Appears in Collections:I&D CES - Teses de Doutoramento
UC - Teses de Doutoramento
FEUC- Teses de Doutoramento
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