Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/34613
Title: Mindfulness and compassion: An exploration of related concepts and implications for psychological well-being
Authors: Duarte, Joana Filipa de Matos 
Orientador: Gouveia, José Pinto
Keywords: compassion; compassionate motivations; self-compassion; compassion fatigue; burnout; mindfulness; oncology nursing
Issue Date: 14-Jun-2017
Citation: DUARTE, Joana Filipa de Matos - Mindfulness and compassion : an exploration of related concepts and implications for psychological well-being. Coimbra : [s.n.], 2017. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/34613
Project: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/SFRH/SFRH/BD/81416/2011/PT 
Abstract: Enquadramento: Apesar do conceito de compaixão ter sido, desde sempre, um tema de interesse em vários segmentos da sociedade, desde a antiguidade à modernidade, tem, no entanto, recebido pouca atenção por parte das ciências psicológicas. Esta tendência, contudo, tem-se alterado nos últimos anos, e a compaixão tem vindo a ocupar um lugar de destaque em vários domínios científicos, inclusivamente no campo da psicologia. De forma semelhante, o interesse no mindfulness e nas intervenções baseadas no mindfulness, desenvolvidas no contexto do Budismo há mais de dois milénios, também tem crescido exponencialmente. Objetivos: De uma forma geral, o presente trabalho tem como principais objetivos: i) explorar os benefícios e consequências negativas dos objetivos compassivos e de autoimagem, bem como potenciais preditores destes objetivos; ii) explorar a relação entre auto-compaixão e estados afetivos positivos; iii) explores fatores disposicionais associados à fadiga por compaixão e ao burnout; iv) testar a eficácia de um programa baseado no mindfulness para reduzir a fadiga por compaixão e o burnout, e para promover características psicológicas positivas, em enfermeiros oncológicos. Método: Para cumprir estes objetivos, foram recolhidas várias amostras e foram empregues diferentes designs experimentais e procedimentos metodológicos. De uma forma geral, duas populações estão representadas nos estudos do presente estudo. Para explorar as consequências dos objetivos compassivos e de autoimagem, e para proceder à validação da Escala de Objetivos Compassivos e de Autoimagem (Estudo I a Estudo IV), os participantes foram recrutados da população de estudantes universitários (n = 291; n = 307; n = 153). Várias amostras, recrutadas da população de estudantes universitários e da população geral foram usadas para explorar a relação entre autocompaixão e afeto positivo no Estudo V (n = 307; n = 124; n = 161; n = 331). Para explorar os correlatos fisiológicos do afeto positivo (Estudo VII), uma amostra de estudantes universitários foi recrutada (n = 94). Para explorar as relações entre alexitímia, auto-compaixão, e afetividade positiva, uma amostra da população geral foi recrutada (n = 331). Nos Estudos VIII a XI, desenhados para explorar fatores psicológicos associados à fadiga por compaixão e ao burnout, e para realizar um estudo de validação da versão Portuguesa da Professional Quality of Life Scale-5, foi recrutada uma amostra de enfermeiros de várias especialidades de vários hospitais das zonas Norte e Centro de Portugal (n = 280). Para testar a eficácia e os mecanismos de mudança da intervenção baseada no mindfulness (Estudos XII e XIII), foi recrutada uma amostra de enfermeiros oncológicos de dois dos principais hospitais oncológicos de Portugal (n = 94). Nos Estudos I, V, e VI a XI, foi usado um design transversal. Nos Estudos II a V, foram utilizados designs longitudinais que, ainda não demonstrando conclusivamente causalidade, proporcionam mais confiança na interpretação dos resultados. Nos Estudos XII e XIII foi realizado um design de ensaio clínico controlado não randomizado. Os participantes foram divididos em duas condições: a condição experimental, que consistiu na participação no programa baseado no mindfulness durante seis semanas; e uma condição de controlo passiva. Ambos os grupos preencheram questionários de autorresposta antes e depois da intervenção. Resultados: Os resultados do primeiro conjunto de estudos indicaram que os objetivos compassivos predizem um aumento na conexão social, e uma diminuição dos sintomas psicopatológicos e da ansiedade e evitamento social. Em contraste, os objetivos de autoimagem predizem uma diminuição da conexão social e um aumento dos sintomas psicopatológicos e da ansiedade e evitamento social. Os objetivos compassivos e de autoimagem também predizem mudanças nos tipos de afeto positivo que, por sua vez, se revelaram mediadores significativos da relação entre os objetivos interpessoais e as várias variáveis dependentes. Os resultados do segundo conjunto de estudos sugerem que a auto-compaixão está associada, e prediz, diferentes tipos de afeto positivo e várias emoções positivas. A auto-compaixão também se revelou um mediador significativo da associação negativa entre alexitimia e emoções positivas. O afeto positivo relacionado com sentimentos de calor e contentamento está associado a um perfil autonómico caracterizado por um aumento da variabilidade da frequência cardíaca em repouso, um indicador de atividade parassimpática. Os resultados do último conjunto de estudos indicam que vários processos psicológicos estão relacionados com a qualidade de vida profissional. A preocupação empática associou-se positivamente à fadiga por compaixão, mas não ao burnout, e a autocompaixão mediou e moderou esta associação. Finalmente, a intervenção baseada no mindfulness para enfermeiros oncológicos foi eficaz na redução da fadiga por compaixão e do burnout, bem como de outros indicadores de bem-estar. O traço mindfulness, a auto-compaixão e a flexibilidade psicológica foram mediadores significativos das mudanças em várias variáveis dependentes do pré-teste para o pós-teste. Conclusão: De uma forma geral, evidência resultante deste trabalho mostrou que: i) ter objetivos compassivos, em oposição a objetivos de autoimagem, nas relações interpessoais está associado a diversos benefícios; ii) traços como o mindfulness e a auto-compaixão ajudam a promover objetivos compassivos e a diminuir objetivos de autoimagem; a auto-compaixão promove estados afetivos positivos mais frequentes, e pode proteger dos efeitos negativos da alexitimia; iv) as emoções positivas promovidas pelos objetivos compassivos e pela auto-compaixão, por sua vez, estão associados a um indicador de saúde física; v) sentimentos empáticos são importantes para retirar satisfação do trabalho de enfermagem, mas ao mesmo tempo podem ser um fator de risco para a fadiga por compaixão, sobretudo se o indivíduo não tiver competências de auto-compaixão; vi) sentimentos de culpa relacionada com empatia exacerbados aumentam a fadiga por compaixão e burnout; vii) os enfermeiros beneficiaram de seis semanas de treino de mindfulness em vários indicadores de bem-estar; viii) mindfulness, auto-compaixão, e flexibilidade psicológica são promovidos pelo treino de mindfulness e medeiam as mudanças em vários indicadores. De uma forma geral, o presente trabalho salientou a importância de atributos positivos, tais como a (auto)compaixão, o mindfulness, a flexibilidade psicológica, e a afetividade positiva para o bem-estar. Nesse sentido, estes processos podem ser importantes alvos terapêuticos de intervenções psicológicas.
Introduction: Although the concept of compassion has always been at the center of interest in many segments of society, from antiquity to modernity, it has received little attention within the field of psychological study. This tendency, however, has changed in recent years and compassion has been at the center stage of research in several scientific domains, including psychology. Similarly, the interest in mindfulness and mindfulness-based interventions, developed in the context of Buddhism over two millennia ago, has grown exponentially in recent years. Aims: In general, the present work aims to: i) explore the benefits and shortcomings of compassionate and self-image goals, and well as potential predictors; ii) explore the relationship between self-compassion and positive affective states; iii) explore dispositional factors associated with compassion fatigue, and also with compassion satisfaction and burnout; iv) test the effectiveness of a mindfulness-based program for reducing compassion fatigue and burnout and to promote positive psychological characteristics in oncology nurses. Methods: To accomplish these aims, several samples were recruited, and different designs and methodological procedures were performed. In general, two major populations are represented in the studies of the present work. To explore the consequences of compassionate and self-image, and to validate the Compassionate and Self-Image Goals Scale in a Portuguese sample, (Study I to Study IV), participants were recruited from a population of college students (n = 291; n = 307; n = 153). Several samples, recruited from college students and the general population, were used to explore the link between self-compassion and positive affect in Study V (n = 307; n = 124; n = 161; n = 331). To explore the physiological correlates of positive affect (Study VII), a sample of undergraduate students was recruited (n = 94). To explore the links between alexithymia, self-compassion, and positive affect, a sample from the general population was recruited (n = 331). In Studies VIII to XI, designed to explore psychological factors associated with compassion fatigue and burnout, and to validate the Portuguese version of the Professional Quality of Life Scale-5, we used a sample of nurses from several nursing specialties, which were recruited from several hospitals based in the North and Centre regions of Portugal (n = 280). To test the effectiveness and mechanisms of change of a mindfulness-based intervention (Study XII and Study XIII) we used a sample of oncology nurses from two major oncology hospitals from Portugal (n = 94). For the Studies I, V, and VI-XI, we used a cross-sectional design. In the Studies II-V, we employed longitudinal designs which, although not conclusively demonstrating causality, provide more confidence in interpreting the results. In Studies XII and XIII we used a non-randomized, wait-listed controlled trial design. Participants self-selected to one of two conditions: the experimental condition, which consisted of attending a weekly mindfulness-based intervention; and a wait-list control condition. Both groups provided self-report measures at baseline and after the intervention period. Results: Results from the first set of studies indicated that compassionate goals predicted increased social connectedness, and decreased psychopathological symptoms, and social anxiety/avoidance. In contrast, self-image goals predicted decreases in social connectedness and increases in psychopathological symptoms and social anxiety/avoidance. Compassion and self-image goals also predicted changes in different types of positive affect, which in turn were significant mediators of the relation between interpersonal goals and the several outcomes. Results from the second set of studies suggested that self-compassion is associated with, and predicted, different types of positive affect and several discrete positive emotions. Self-compassion was also a significant mediator of the negative association between alexithymia and positive emotions. Positive affect related to feelings of warmth and contentment was associated with an autonomic profile characterized by increased resting heart rate variability, a measure of parasympathetic activity. Results from the final set of studies indicated that several psychological processes are related to professional quality of life. Empathic concern was positively associated with compassion fatigue, but not with burnout, and self-compassion mediated and moderated this association. Finally, a mindfulness-based intervention for oncology nurses was effective in reducing compassion fatigue and burnout and other indicators of well-being. Trait mindfulness, self-compassion, and psychological flexibility were significant mediators of changes in several outcomes from pretest to posttest scores. Conclusions: In general, evidence from this work showed that i) having compassionate goals, as opposed to self-image goals, in interpersonal relations is associated with benefits to the individual experiencing compassion; ii) traits such as mindfulness and self-compassion help promote compassionate goals and decrease self-image goals; iii) self-compassion promotes more frequent experiences of positive affective states, and may be protective of the negative effects of alexithymia; iv) positive emotions promoted by compassionate goals and self-compassion, in turn, are associated with an indicator of physical health; v) empathic feelings are important for deriving satisfaction from the nursing work, but at the same time may be a risk factor for compassion fatigue, especially if the individual lacks self-compassionate abilities; vi) exacerbated feelings of guilt related to empathy increase nurses compassion fatigue and burnout symptoms; vii) nurses benefited from six weeks of mindfulness training in several indicators of psychological well-being; viii) mindfulness, self-compassion, and psychological flexibility processes are promoted by the mindfulness training and mediate changes in several outcomes. In general, the present work highlighted the importance of positive attributes, such as (self)compassion, mindfulness, psychological flexibility, and positive emotions for individuals’ well-being. Thus, these processes may be important therapeutic targets of psychological interventions.
Description: Tese de doutoramento em Psicologia, na especialidade de Psicologia Clínica, apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/34613
Rights: embargoedAccess
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