Os Orçamentos Participativos em Itália: Uma ‘ponte’ para a construção do Novo Município

Abstract

A geografia das experiências de Orçamento Participativo (OP) na Itália – uma geografia em rápido processo de mutação, dentro de um panorama que começa a encontrar no tratamento corrente dos temas económico-financeiros, um ‘nódulo duro’ de inovação política. O gradual ‘reposicionamento’ dos OP italianos insere‑se no âmbito de um processo crítico/formativo mais vasto, que envolve as instituições e a sociedade civil em percursos complementares, que põem em dúvida o “domínio não discutido” dos factores económicos na sociedade hodierna e a ‘natureza’ com que são impostas muitas constrições, que hoje vinculam as administrações locais. Neste panorama, a acção da Rede do Novo Município transforma-se num espaço central para a interconexão das diferentes experiências entre si e para o relacionamento com outras ‘campanhas’ que visam defender a autonomia e a capacidade projectiva e de inovação das administrações locais.

The geography of Participatory Budget (PB) experiences in Italy is a rapidly mutating one, against a backdrop which is beginning to find a “hard nucleus” of political innovation in the current treatment of economic-financial themes. The gradual re-positioning of Italian PBs must be viewed as part of a broader critical/formative process, which puts in question the “undiscussed sphere” of economic factors in today’s society and the “naturalness” with which many constraints are put in place and which have become embedded in local government. Against this background, the activity of the New Municipal Network becomes key in interconnecting the different experiences and the relation with other campaigns aiming to defend local government autonomy and its projective and innovative capacity.

La géographie des expériences menées à partir du Budget Participatif (BP) en Italie est une géographie qui connaît un processus de mutation très rapide, dans un panorama qui commence à rencontrer dans le traitement courant des thèmes économico-finanicers, un «noyau dur» d’innovation politique. Le «repositionnement» graduel des BP italiens s’insère dans le cadre d’un processus critique/formatif plus vaste, qui engage les institutions et la société civile dans des parcours complémentaires, qui mettent en cause le «domaine non discuté» des facteurs économiques dans la société d’aujourd’hui et la «nature» à partir de laquelle beaucoup de constrictions sont imposées, constrictions qui attachent aujourd’hui les administrations locales. Dans ce panorama, l’action du réseau des nouvelles municipalités se transforme en un espace central dans l’interconnexion des différentes expériences au sein et entre elles et dans la relation avec les autres «campagnes» qui visent à défendre l’autonomie et la capacité projective et d’innovation des administrations locales.