Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/32277
Title: Adesão à Terapêutica, Tolerabilidade aos Antidiabéticos Orais e Qualidade de Vida na Diabetes Mellitus Tipo 2
Authors: Cruz, Rui Santos 
Orientador: Ribeiro, Carlos
Santiago, Luiz
Keywords: Diabetes mellitus tipo 2; Type 2 diabetes mellitus; Antidiabéticos orais; Oral antidiabetic agents; Eventos adversos aos medicamentos; Adverse events to medications; Qualidade de vida; Health related quality of life
Issue Date: 24-Jan-2017
Citation: CRUZ, Rui Santos - Adesão à terapêutica, tolerabilidade aos antidiabéticos orais e qualidade de vida na diabetes mellitus Tipo 2. Coimbra : [s.n.], 2017. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/32277
Abstract: A diabetes mellitus é uma epidémica causa de morbilidade crónica e de perda de qualidade de vida, na maioria dos países desenvolvidos. Em 2015, a prevalência média mundial estimada era de cerca de 415 milhões de pessoas, podendo este número atingir os 642 milhões em 2040. Em Portugal, a sua prevalência estimada na população entre os 20 e os 79 anos é de mais de 1 milhão de pessoas. Dos vários tipos de diabetes, a de tipo 2 (DM2) é a mais frequente (90% dos casos). As diferentes estratégias terapêuticas para reduzir as complicações micro e macro vasculares da diabetes passam pela intervenção ao nível da dieta, da atividade física e da medicação. Apesar do avanço verificado nas opções terapêuticas hoje disponíveis, a adesão à terapêutica na DM2 continua a ser um problema difícil de solucionar, sendo sugerido que 50% dos doentes não aderem aos regimes medicamentosos e 80% não segue o programa de tratamento aconselhado de forma a obterem-se benefícios terapêuticos e melhores consequências em saúde. Apenas um terço das pessoas que sofrem de DM2 têm uma adesão adequada à terapêutica. Vários estudos têm mostrado que a adesão à terapêutica, a persistência, a satisfação do tratamento, as preferências do doente e bem-estar psicológico estão interligados, e direta ou indiretamente, afetam a qualidade de vida da pessoa que sofre de DM2. Está evidenciado que a adesão à terapêutica é complexa, envolvendo interações de fatores biológicos, psicológicos, comportamentais, sociais e de regime terapêutico, como por exemplo, o tipo de medicamento e os seus efeitos, o número de medicamentos administrados e a sua posologia. Na terapêutica da DM2 uma fonte de não-adesão ao tratamento com antidiabéticos orais está relacionada com o tipo de medicamento, o número de comprimidos por dose, a polifarmacoterapia e os eventos adversos, entre outros. Os eventos adversos mais conhecidos e associados aos antidiabéticos orais têm sido sobretudo relatados no contexto de ensaios clínicos. Desconhece-se se este conhecimento se reflete no impacto destas questões no mundo real e na qualidade de vida dos doentes diabéticos no seu quotidiano. Face à necessidade de otimizar a gestão e controlo da DM2 ao nível dos cuidados de saúde primários, é importante compreender a problemática da adesão à terapêutica associada à tolerabilidade relacionada com os antidiabéticos orais e a qualidade de vida relacionada com a saúde em indivíduos com DM2. Objetivos: Analisar a prevalência dos eventos adversos das diferentes classes de antidiabéticos orais e compreender a sua relação com a adesão terapêutica, com o controlo metabólico e a qualidade de vida relacionada com a saúde (QVRS). Material e Métodos: Estudo de desenho não-experimental, do tipo observacional, descritivo e correlacional de coorte transversal, em 357 doentes com diabetes tipo 2, não-insulinotratados, de seis unidades de saúde em Cuidados Primários de Saúde [Unidade de Saúde Familiar (USF) e Centro de Saúde (CS)] do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Mondego – Coimbra. O protocolo de recolha de dados, aprovado por Comissão de Ética, incluiu um Questionário de Eventos Adversos (QEA) e o Perfil de Saúde do Diabético (DHP-18), preliminarmente validados e, ainda, a Medida de Adesão aos Tratamentos (MAT) e o EQ-5D-3L. Resultados: Como resultados verificou-se que a prevalência de eventos adversos é muito semelhante em todas as principais classes terapêuticas de antidiabéticos orais, situando-se entre 93,7% na classe das sulfonilureias e 97,7% na associação das classes biguanidas+inibidores DPP-4. Apesar de em geral se ter verificado um elevado nível de adesão à terapêutica, constatou-se que os doentes que manifestaram maior número de eventos adversos evidenciaram pior adesão à terapêutica (р<0,05). Em particular, os doentes medicados com a associação “Metformina+Sitagliptina” foram os que evidenciaram piores níveis de adesão à terapêutica (р<0,05). Verificou-se global bom controlo metabólico destes doentes, embora aqueles a realizar uma terapia tripla de antidiabéticos orais apresentassem pior controlo metabólico (р<0,05). Verifica-se pior QVRS na pessoa que sofre de DM2 e que manifestou maior número de eventos adversos, em todas as dimensões da qualidade de vida analisadas (р<0,05). Os doentes medicados com a associação “Metformina+Sitagliptina” e com terapia tripla de antidiabéticos orais evidenciaram pior perfil de saúde medido pelo DHP-18, (р<0,05). Há melhores níveis de QVRS (DHP-18 e EQ-5D-3L) nos doentes com melhor adesão à terapêutica (р<0,05) e nos doentes tratados com medicamentos da classe das Sulfonilureias (р<0,05). Conclusões: O número de eventos adversos a medicamentos antidiabéticos orais, apesar de semelhante prevalência entre as diferentes classes, influencia negativamente a adesão à terapêutica e a QVRS. A adesão à terapêutica, independentemente do tipo de medicamento ou número de medicamentos administrados por dia, é boa, sendo os doentes em monoterapia quem evidencia melhor adesão, melhor controlo metabólico e melhor QVRS.
Diabetes mellitus is an epidemic cause of chronic morbidity and loss of quality of life in most developed countries. In 2015, the estimated average global prevalence was about 415 million people and this number is expected to reach 642 million by 2040. In Portugal, its estimated prevalence in the population between 20 and 79 years of age is over 1 million people. Of the different types of diabetes, the type 2 (T2DM) is the most common form (90% of cases). The different therapeutic strategies to reduce the microvascular and macrovascular complications in diabetes include interventions addressing diet, physical activity and medication. Despite the benefits of the therapies currently available, adherence to therapy in T2DM continues to be a challenging problem; additionally, available data indicates that adherence to drug regimens is not achieved by 50% of patients and 80% do not follow the recommended treatment program to support therapeutic benefits and improved health outcomes. Only a third of people suffering from T2DM show adequate adherence. Several studies have shown that adherence to therapy, persistence, treatment satisfaction, preferences of the patient and psychological well-being are linked, and directly or indirectly affect a person's quality of life suffering from T2DM. Reasons for nonadherence are complex, involving multifactorial interactions of biological, psychological, behavioral, and social origin, besides the therapeutic regimen, such as the type of drug and its effects, the number of administered drugs and their dosage. In the T2DM therapy a reason for non-adherence to treatment with oral antidiabetics is related to the type of medicine, the number of tablets per dose, polypharmacy and adverse events, among others. The most common adverse events associated with oral antidiabetic agents have been reported primarily in the context of clinical trials. It is unknown whether this knowledge has an impact in the real world and in the quality of life of diabetic patients in their daily lives. Given the need to optimize the T2DM management and control at the primary healthcare system, it is important to take into account adherence issues associated with tolerability of oral antidiabetics and health-related quality of life in individuals with T2DM. Aims: To analyse the prevalence of adverse events resulting from different classes of oral antidiabetic agents and study its association with adherence, metabolic control and health related quality of life (HRQoL). Methods: This is a non-experimental, observational, descriptive and correlational cross-sectional study, in 357 T2DM patients, taking non-insulin treatments, recruited in six health units of Primary Health Care [Family Health Unit (USF) and Health Center (CS)] in Baixo Mondego Health Centers Grouping – Coimbra. The data collection protocol was approved by the Ethics Committee and included an Adverse Event Questionnaire (AEQ) and the Diabetic Health Profile (DHP-18), preliminarily validated, and also the Treatment Adherence Measure (MAT) and the EQ-5D-3L questionnaire. Results: Results showed that the prevalence of adverse events is very similar in all major therapeutic classes of oral antidiabetic agents, reaching as high as 93,7% for sulfonylureas and 97,7% for the combination of biguanide+inhibitors DPP-4 class. Although, in general, a high level of adherence was found, patients with a higher number of adverse events showed poorer adherence to therapy (р <0,05). In particular, patients treated with the association of "Metformin+Sitagliptin" were those showing the poorer level of adherence to therapy (р <0,05). Overall, an adequate metabolic control was found in these patients, although those in triple therapy of oral antidiabetic had worse metabolic control (р <0,05). The lower result in HRQoL in persons suffering from T2DM corresponded to those with higher number of adverse events, in all dimensions of quality of life (р <0,05). Patients treated with the combination "Metformin+Sitagliptin" and the triple therapy of oral antidiabetic agents evidenced worse health profile measured by the DHP-18 (р <0,05). Higher levels of HRQoL (DHP-18 and EQ-5D-3L) were found in patients with better adherence to therapy (р <0,05) and in patients treated with medications of the sulfonylureas (р <0,05) class. Conclusions: The number of adverse events to oral antidiabetic agents, although similar prevalence between different classes, negatively influences adherence and HRQoL. Adherence to therapy, regardless of the type of drug or number of drugs administered per day, is adequate, being the patients on monotherapy those who show higher adherence, improved metabolic control and better HRQoL.
Description: Tese de doutoramento em Ciências da Saúde, na especialidade de Tecnologias da Saúde, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/32277
Rights: openAccess
Appears in Collections:FMUC Medicina - Teses de Doutoramento

Files in This Item:
Show full item record

Page view(s) 5

1,712
checked on Apr 17, 2024

Download(s) 5

3,903
checked on Apr 17, 2024

Google ScholarTM

Check


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.