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Title: Utilidade Instantânea e recordada da abordagem Snoezelen em Idosos institucionalizados e modelos cognitivos de eficácia em cuidadores
Authors: Martins, Maria Amélia Nabais 
Orientador: Breda, Maria
Oliveira, Armando
Medeiros, Maria Teresa
Keywords: Functional representation; Information integration theory; Multisensory stimulation; Institutionalized elderly; Representação funcional; Teoria da integração de informação; Snoezelen; Estimulação multisensorial; Idosos institucionalizados
Issue Date: 26-Feb-2016
Citation: MARTINS, Maria Amélia Nabais - Utilidade instantânea e recordada da abordagem Snoezelen em idosos institucionalizados e modelos cognitivos de eficácia em cuidadores. Coimbra : [s.n.], 2016. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/29529
Abstract: O snoezelen, enquanto estimulação multissensorial, tem sido objeto de crescente interesse e tem aumentado significativamente a sua esfera de aplicações. Apesar disso, subsistem dúvidas sobre os efeitos perduráveis para além das sessões. Essa situação indicia um desfasamento entre o reconhecimento generalizado de que goza e sua avaliação empírica. Este trabalho visa contribuir para reduzir essa lacuna por meio de 2 estudos empíricos. O Estudo I pretende avaliar o efeito do snoezelen no bem-estar diário de 2 grupos de idosos institucionalizados (n = 10 em cada grupo). Apoiou-se num desenho de alternância entre semanas (tipo: A) sem in-tervenção snoezelen e (tipo B) com intervenção, para testar a ocorrência de retornos à linha de base. O desenho foi do tipo A-B-A-B-A-B num grupo e do tipo A-A-B-A-B-A noutro grupo, fornecendo linhas de base distintas através dos grupos. A variável dependente principal foi o bem-estar hedónico obtido através das avaliações feitas pelos participantes (quão bem se sentiram) numa Escala Visual Analógica (VAS). Recorre-mos ao Método de Amostragem Experiencial (ESM) para recolher avaliações aleatorizadas em múltiplos momentos de cada dia (utilidades instantâ-neas), além de avaliações semanais acerca da satisfação total (utilidades recordadas). O Estudo II comparou as representações funcionais acerca dos efeitos do snoezelen de uma amostra de idosos institucionalizados (n= 29), familiari-zada com a abordagem, com as de uma amostra de cuidadores (n= 15) e sem experiência de snoezelen (n= 17). A Teoria de Integração de Informa-ção constituiu o quadro metodológico do estudo. Os participantes foram expostos a vinhetas que apresentavam pessoas fictícias que participavam num programa de snoezelen e foi-lhes pedido que avaliassem os efeitos do programa no bem-estar diário do personagem. As vinhetas especificavam a idade (+/- de 80), a autonomia funcional (nenhuma, moderada, alta), a partici-pação noutras atividades e o número de sessões semanais (de 1 a 3), num esquema fatorial de medidas repetidas com 36 condições. Os resultados do Estudo I revelaram uma tendência crescente do bem-estar hedónico instantâneo durante as 6 semanas. Não se verificaram efeitos de retorno à linha de base após as intervenções. O mesmo sucedeu com medidas suplementares, comportamentais e fisiológicas, recolhidas nas mesmas ocasiões. Encontrou-se uma redução significativa na variân-cia das avaliações de bem-estar nas semanas do tipo B, sugerindo uma tonalidade hedónica mais estável. À exceção deste resultado, a evidência é globalmente mais favorável à ocorrência de reatividade dos participan-tes ao estudo, do que a um efeito específico das intervenções. Os resulta-dos permanecem porém inconclusivos, sendo condicionais à aceitação de que um período de alternância de 1 semana seja adequado e de que os efeitos de snoezelen sejam sujeitos a reversão, o que necessita da confirma-ção futura. As utilidades recordadas também não evidenciaram retorno à linha de base e foram sistematicamente mais altas do que as avaliações instantâneas. Isto indica que as avaliações semanais do bem-estar sobres-timaram as utilidades experienciadas. Em contraste com a previsão do modelo pico-final da agregação de utilidades instantâneas, um modelo de pico foi mais consentâneo com os resultados, mostrando que apenas o momento mais alto de utilidade experienciada foi levado em conta na integração, com negligência da duração. A análise no Estudo II assentou na inspeção dos padrões fatoriais e em ANOVAS de medidas repetidas: As comparações incidiram sobre (1) ati-tude geral para com o snoezelen (média do benefício estimado), (2) repre-sentação de como os vários fatores incluídos nas vinhetas determinam conjuntamente o benefício estimado (representação funcional) e (3) orde-nação dos fatores pela importância. A atitude geral foi favorável nos dois grupos, mas mais elevada entre os idosos e, dentro deles, entre aqueles com um registro menor de visitas mensais. A representação funcional foi no essencial estável através de todos os grupos, mas mais semelhante en-tre os idosos e os cuidadores com experiência direta das intervenções. Os desacordos disseram sobretudo respeito à idade e a outras atividades. Para os idosos, ter mais idade e não participar noutras atividades diminui significativamente os benefícios estimados; para os cuidadores, estes fato-res não tiveram efeito, mas apresentaram uma tendência oposta. Em to-dos os grupos, a autonomia funcional foi o fator mais importante e a ida-de o menos importante. A frequência das sessões foi o 2º fator mais im-portante para os cuidadores, mas de pouco interesse para os idosos, que valorizavam sobretudo o impacto de participar noutras atividades. Em síntese, os resultados sugerem que a representação da eficácia do snoeze-len nos idosos está mais próxima de um modelo psicossocial de cuidados (em que o snoezelen potencia/é potenciado por fatores ambientais) do que de um modelo médico focado em questões de dosagem/frequência.
The Snoezelen method of multisensory stimulation has been the subject of increased interest and significantly enlarged its realm of applications in recent years. Despite this growing popularity, questions remain over its ability to produce beneficial effects outside the sessions’ timeframe, the sort and extent of those effects, or the legitimacy of imputing them to the method rather than to unspecific reactivity. This situation signals a gap between the widespread recognition enjoyed by the technique and its empirical evaluation, which seems to lag behind. This work is aimed at contributing to reduce this gap by means of two empirical studies. Study 1 attempted to assess the effect of snoezelen interventions on the daily well-being of two groups of institutionalized elderly (n = 10 in each group). It rested on a reversal design alternating between weeks without (baseline: A) and weeks including snoezelen interventions (B).The design was of the A-B-A-B-A-B type in one group, and of the A-A-B-A-B-A type in the other group, providing distinct baselines across-groups. The core dependent variable was hedonic well-being obtained from ratings given by participants (how well they felt) on a VAS scale. An Experiential Sampling Method (ESM) was used to randomly collect ratings at multiple times each day (instantaneous utilities), in addition to weekly ratings concerning overall satisfaction during the week (remembered utilities). Study 2 sought to compare the functional representations of snoezelen effects between a sample of institutionalized elders (n = 29) familiar with sonezelen programs and a sample of caregivers with (n = 15) and without (n = 17) experience of snoezelen interventions. Information Integration Theory was the methodological framework. Participants were presented with vignettes depicting a fictitious elder attending a snoezelen program, and rated the effects of the program on the daily well-being of the character. The vignettes specified the age (below/above 80) and functional autonomy (none, moderate, high) of the elder, whether he/she partook in other activities, and the number of weekly sessions (1 to 3). Taken together, they implemented a repeated measures factorial design with 36 conditions. Data of Study 1 disclosed an increasing trend of instant hedonic well-being all along the six weeks. No effects of reversals between baseline and intervention were found. This was true also for a number of supplementary behavioral and physiological measures taken at the same occasions. A significant reduction in the ratings variance was found in type-B weeks, suggesting a more stable hedonic tone. Except for this, evidence appeared overall more favorable to participants’ reactivity to the study than to a specific effect of interventions. These outcomes remain nevertheless inconclusive, being conditional to the acceptation that a one-week alternation period is adequate and that snoezelen effects are subject to reversals, which needs checking in further studies. Remembered utilities also showed no reversals and were systematically higher than instantaneous evaluations. This indicates that weekly ratings of well-being overestimate experienced utilities. Differently from what the peak-end model of aggregation of instant utilities would lead to predict, a peak model was more in line with the results, revealing duration neglect except for the moment of the highest (peak) experienced utility. Data analysis in Study 2 rested on the inspection of factorial patterns and on repeated measures ANOVAS. Comparisons concerned (1) the general attitude towards the snoezelen (i.e., the mean estimated benefit), (2) the representation of how the several factors in the vignettes jointly determine the estimated benefit (functional representation), and (3) the ordering of importance of these factors. The general attitude was favorable in all groups, but more so among the elders and, within them, among those with a lower record of monthly visits. The functional representation was mainly stable across groups, yet more similar between the elderly and the caregivers with direct experience of interventions. Disagreements concerned mainly the effects of age and other activities. To the elderly, having more age and not partaking in other activities significantly lessened the rated benefits; to the caregivers, these factors had no effect, while displaying an opposite trend. In all groups, functional autonomy was the most important factor and age of very little importance. Frequency of the sessions was the next most import factor for caregivers, but of little concern to the elderly, which valued above it partaking in other activities. A suggested synopsis of the findings is that the representation of snoezelen efficacy in the elders is closer to a psychosocial model of care (in which the snoezelen potentiates/is potentiated by surrounding factors) than to a medical model focused on impairment and dosage/frequency issues.
Description: Tese de doutoramento em Psicologia, na especialidade de Psicologia Cognitiva, apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/29529
Rights: openAccess
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