Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/24337
DC FieldValueLanguage
dc.contributor.advisorSilvestre, Osvaldo-
dc.contributor.authorMateus, Rui Manuel Afonso-
dc.date.accessioned2013-09-30T21:52:48Z-
dc.date.available2013-09-30T21:52:48Z-
dc.date.issued2014-03-20-
dc.date.submitted2013-09-30-
dc.identifier.citationMATEUS, Rui Manuel Afonso - Fundamentos e práticas da adaptação de clássicos da literatura para leitores jovens. Coimbra : [s.n.], 2014. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/24337-
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/10316/24337-
dc.descriptionTese de doutoramento em Literatura de Língua Portuguesa, no ramo de Investigação e Ensino, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra-
dc.description.abstractA presença do texto literário na escola, que conheceu séculos de inquestionada aceitação, confronta-se atualmente com uma aguda necessidade de justificação. Para se legitimar como matéria de conhecimento e como instrumento educativo, é-lhe hoje exigido que apresente argumentos de natureza mais ou menos utilitária que fundamentem o lugar que até há pouco tempo ocupou de forma indisputada no conjunto dos saberes transmitidos às sucessivas gerações. No atual cenário de dispersão e crescente especialização dos domínios de conhecimento, a escola, ao ser convocada para o desafio da massificação e da inclusão, pouco mais conseguiu do que transformar a leitura num instrumento transversal de aquisição de aprendizagens e reduzi-la à condição de estratégia rasa de integração dos indivíduos no funcionamento primário do mundo. No campo específico do ensino da língua materna, esta deriva implicou a secundarização do texto literário como objeto de fruição e de estudo, a redução do tempo letivo consagrado à sua leitura e, em termos institucionais, a progressiva redução do corpus de obras literárias indicado nos programas. No caso português, o cânone literário escolar está praticamente confinado aos textos imprescindíveis, à maioria os quais se aplica o rótulo de “clássicos”. Por alguma razão, estes textos continuam a justificar-se como objeto de leitura e matéria de discussão, pelo que a sua sobrevivência institucionalmente validada no cânone, alojado entre paredes tão estreitas e em condições de aceitação tão adversas quanto as que hoje são colocadas à literatura na escola, constitui matéria de grande interesse e de inegável força crítica no âmbito do pensamento atualmente produzido em torno do lugar e da função social (caso esta exista) das Humanidades. Este objeto é, porém, muito vasto, multifacetado e passível de análises metodologicamente muito diversas. Parte do fenómeno em pauta – a sobrevivência dos clássicos – decorre da sua mediação, junto do público jovem, por parte de produtos colocados no mercado sob a designação genérica de “adaptação”. A configuração destas adaptações como obras com existência separada do original, a sua relação textual com os clássicos de que nascem e para os quais necessariamente reenviam e as técnicas de escrita com que, nessas adaptações, se efetua a apropriação da matéria ficcional de base apontam para uma especificidade deste formato editorial que permite conceptualizá-lo enquanto modalidade dotada de autonomia discursiva e literária. Por outro lado, a sua utilização institucionalmente protegida ao abrigo de indicações programáticas que as valorizam e delas se servem, em contexto escolar, como mecanismos de preparação da interpretação dos originais é indicativa do papel que estes produtos são chamados a desempenhar no processo de sobrevivência institucional dos textos de partida no cânone. Da conjugação das dimensões técnica, ética e política do ato de adaptar um clássico da literatura para leitores jovens é possível desenhar uma tipologia que permite enquadrar teoricamente as diferentes vias com que o formato em pauta aborda o original de que se apropria. A demonstração da validade hermenêutica e operacional da proposta apresentada é feita através da análise exaustiva do processo de adaptação a que Os Lusíadas, o clássico da literatura portuguesa por excelência, foi submetido ao longo dos últimos 100 anos. O exame do corpus de adaptações d’Os Lusíadas publicadas nesse lapso de tempo comprova a íntima relação que existe entre essa tendência do mercado editorial e as orientações provenientes da instituição escolar, para além de servir de exemplo da correlação existente entre as opções discursivas, ideológicas e estilísticas tomadas por cada adaptador e os condicionalismos históricos, mentais e institucionais que interferem de forma muito evidente na elaboração de textos desta natureza.por
dc.description.abstractThe presence of literary texts in school, which benefited from centuries of unquestioned acceptation, is nowadays facing an acute need for justification. In order to legitimate itself as a subject of study and as an educational device, this presence is being urged to present arguments utilitarian enough to validate the place it has been occupying in the set of the areas of knowledge which are delivered to each new generation. In the current context of dispersion and growing specialization of the areas of knowledge, school, when summoned to the challenge of massification and inclusion, has achieved little more than making reading into a transversal tool of knowledge and reducing it into a plain strategy of integration of the individuals in the primary world order. In the specific field of mother language acquisition, this drift moved literary texts, as an object of fruition and study, into a secondary range, reduced the time school reserves for reading and, in institutional terms, has progressively reduced the corpus of literary texts included in syllabuses. In the case of Portugal, the school literary canon is virtually restricted to an irreducible list of books, to the majority of which one might attach the label of “classics”. For some reason, these texts continue to justify themselves as objects of reading and discussion, which is the reason why their institutional survival in the canon – limited by the narrow boundaries and the adverse terms of acceptation that nowadays are imposed to the presence of literature is school – becomes a matter of great interest and undeniable critic force in the sphere of thought currently being produced on the place and the social role of the Humanities (in case such a role exists). However, this subject is very wide, multifaceted and liable to a vast range of methodological analyses. A considerable part of the subject under review – the survival of classics – derives from their mediation to the young public by products placed in the market under the general designation of “adaptation”. The setting of these adaptations as works which exist physically beyond the original, their textual link with the classics they come from and which they are necessarily committed to, and the writing techniques with which those adaptations impart the fictional material they are based upon grant these editorial format a specificity that allows us to conceptualize it as a textually and literarily autonomous modality. On the other hand, the institutionally sponsored usage of these adaptations, under programmatic directions which value and resort to them in school context as a training mechanism for the interpretation of the original texts is a clear symptom of the role these products play in the process of institutional survival of the classics in the canon. Matching the technical, ethical and political features of the act of adapting a literary classic for young readers it is possible to design a typology that enables us to place in a theoretical frame each of the ways through which an adaptation may approach the original it takes possession of. The demonstration of the hermeneutic and operational validity of the proposal herein presented is made through the comprehensive analysis of the process of adaptation that Os Lusíadas (The Lusiads), the ultimate Portuguese classic, has been submitted to during the last 100 years. The review of the corpus of adaptations of Os Lusíadas published during that lapse of time testifies the intimate connection which links this tendency of the publishing market to the directions coming from the school institutions and exemplifies the correlation that is set between the discursive, ideological and stylistic options made by each adapter and the historical, mental and institutional conditions which patently interfere in the writing of such texts.por
dc.language.isoporpor
dc.rightsopenAccess-
dc.subjectadaptaçãopor
dc.subjectclássicopor
dc.subjectcânonepor
dc.subjectinstituição literáriapor
dc.subjectescolapor
dc.subjectliterary institution-
dc.subjectschool-
dc.subjectadaptation-
dc.subjectclassic-
dc.titleFundamentos e práticas da adaptação de clássicos da literatura para leitores jovenspor
dc.typedoctoralThesispor
dc.identifier.tid101322305-
item.openairecristypehttp://purl.org/coar/resource_type/c_18cf-
item.openairetypedoctoralThesis-
item.cerifentitytypePublications-
item.grantfulltextopen-
item.fulltextCom Texto completo-
item.languageiso639-1pt-
crisitem.advisor.deptFaculty of Arts and Humanities-
Appears in Collections:FLUC Secção de Português - Teses de Doutoramento
Files in This Item:
Show simple item record

Page view(s) 5

1,324
checked on Apr 16, 2024

Download(s) 5

7,197
checked on Apr 16, 2024

Google ScholarTM

Check


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.