Prática desportiva, maturação, crescimento e conteúdo mineral ósseo

Abstract

A Densidade Mineral Óssea (DMO) é o resultado de um conjunto de processos sinérgicos e dinâmicos de alteração da matriz óssea com um particular impacto major durante a fase inicial da vida do ser humano, nomeadamente em crianças e adolescentes. O primeiro estudo começa principalmente por perceber a relação entre a DMO, Conteúdo Mineral Ósseo (CMO) e de composição corporal (CC) entre indivíduos sedentários e atletas dos 12 aos 16 anos obtida através de absorciometria de raios-X de dupla energia (DXA). Verificou-se que indivíduos que praticam desporto apresentam valores superiores de DMO para a totalidade do corpo e regiões especificas do esqueleto quando comparados com indivíduos sedentários. Para definir a importância da DMO em atletas, categorizaram-se dois grupos distintos de prática desportiva, nomeadamente de futebolistas e nadadores, ou seja, analisando a distinção entre actividades com impacto mecânico no solo evidente e outra com de impacto quase nulo ou em hipogravidade. Concluiu-se que o tipo de actividade desportiva praticada favorece o incremento de DMO e CMO em futebolistas para todas as regiões do esqueleto excepto para os membros superiores em que os nadadores possuem valores mais elevados. Estudou-se ainda a influência da massa corporal na DMO e CMO para a totalidade do corpo e em locais específicos do esqueleto contrastando indivíduos normoponderais e com excesso de peso. Neste estudo os indivíduos com excesso de peso apresentavam também mais massa magra mole além de maior DMO para a totalidade do corpo.No quarto estudo, comparou-se a DMO, CMO e CC com o estado maturacional dos indivíduos, nomeadamente através da Idade Óssea (IO). Existe uma relação positiva da IO com o CMO, DMO e tecido magro mole, mas não significativa. Estes resultados carecem de estudos adicionais. Estes estudos fornecem implicações práticas para jovens sedentários, com excesso de peso, bem como praticantes de diferentes modalidades desportivas, com e sem impacto, mas também sobre relação da maturação óssea e a densidade do esqueleto e da respetiva saúde óssea.

Bone mineral density (BMD) is the result of a series of synergetic and dynamic processes on the bone matrix with predominant impact during human early life stages, namely childhood and adolescence. The first study aims mainly to understand the relation between BMD, bone mineral content (BMC) and body composition (BC) between sedentary individuals and athletes using dual energy X-ray absorptiometry (DXA). Results showed that individuals who practice sport have higher BMD values for the entire body and specific regions of the skeleton, when compared to sedentary individuals. To define the importance of BMD in athletes, two distinct groups of sports were categorized, namely footballers and swimmers, that is, analyzing the distinction between activities with evident mechanical impact on the ground and another with almost zero impact or in hypogravity. We concluded that the type of sport activity practiced favors the increase of BMD and BMC in soccer players for all regions of the skeleton, except for the upper limbs in which swimmers have higher values. We also studied the influence of body mass on BMD and BMC for the entire body and in specific skeletal sites, contrasting normal-weighted and overweight individuals. In this study, overweight individuals also had more soft lean mass in addition to higher total body BMD.Subsequently, BMD, BMC and BC were compared with the maturational status of the individuals, namely through the Bone Age (BA). There is a positive relationship of OI with BMC, BMD and lean soft tissue, but not significant. These results need further studies. These studies provide practical implications for sedentary, overweight young people, as well as practitioners of different sports, with and without impact, but also on the relationship between bone maturation and skeletal density and bone health.