A música eletrónica ambiental: das primeiras composições musicais e experimentações sonoras às dinâmicas experimentais

Abstract

Tendo como ponto de partida a definição de Brian Eno para a música eletrónica ambiental este primeiro artigo procura construir uma possível arqueologia deste género com recurso à escolha de um conjunto de autores e de trabalhos, enquadrados desde as primeiras composições musicais e experimentações sonoras do final do séc. XIX e início do séc. XX, até às dinâmicas experimentais, de meados do séc. XX, que desafiam o próprio conceito de música, abrindo assim novos caminhos ao experimentalismo sonoro. A ideia transversal ao desenvolvimento deste género é o de que a música eletrónica ambiental parte de uma tentativa de usar a forma do som como o primeiro plano, ao invés do recurso a vozes melodia ou qualquer estrutura de música clássica ou pop. Mas, apesar da existência de diversas antologias e vários artigos académicos e manifestos sobre a música eletrónica ambiental, este subgénero da música eletrónica permanece tão evasivo e indeterminado, como a sua origem. A música eletrónica ambiental é assim examinada como uma visão entre muitas, como um género e um estilo musical, sendo também discutido o seu aparecimento enquanto termo (ambient) e enquanto música que visa induzir a calma e um espaço para pensar.

Taking Brian Eno's definition of electronic ambient music as a starting point, this first article seeks to build possible archaeology of this genre by presenting and analyzing a group of authors and works. These are situated from the first musical compositions and sound experiments at the end of century 19th and early 20th century, until the experimental dynamics which challenged the concept of music and opened new paths to sound experimentalism of the mid-20th century.The transversal idea to the development of this genre is that electronic ambient music starts from an attempt to use the form of sound as the foreground instead of resorting to melody voices or any other classical or pop music structure. But despite the existence of several anthologies and various academic articles and manifestos on ambient electronic music, this subgenre of electronic music remains as elusive and indeterminate as its origins. Electronic ambient music is also examined as one vision among many, as a genre and a musical style. It likewise discussed its emergence as a term (ambient) and a genre that seeks to induce calm and a space for thinking.

Prenant comme point de départ la définition de Brian Eno de la musique d'ambiante électronique, ce premier article cherche à construire une archéologie possible de ce genre à partir du choix d'un ensemble d'auteurs compositions musicales et expérimentations sonores de la fin du 19e siècle et début 20e siècle, jusqu'à la dynamique expérimentale, à partir du milieu du 20e siècle, qui remettent en cause le concept même de musique, ouvrant ainsi de nouvelles voies à l'expérimentalisme sonore. L'idée transversale au développement de ce genre est que la musique d'ambiante électronique part d'une tentative d'utiliser la forme du son comme premier plan, au lieu de recourir à des voix mélodiques ou à toute autre structure de musique classique ou pop. Mais malgré l'existence de plusieurs anthologies et divers articles académiques et manifestes sur la musique électronique ambiante, ce sous-genre de la musique électronique reste aussi insaisissable et indéterminé que ses origines. La musique d'ambiante électronique est ainsi examinée comme une vision parmi tant d'autres, en tant que genre et style musical, et son émergence en tant que terme (ambiant) et en tant que musique qui cherche à induire le calme et un espace de réflexion sont également discutées.

Tomando como punto de partida la definición de música electrónica ambiental de Brian Eno, este primer artículo busca construir una posible arqueología de este género a partir de la elección de un conjunto de autores y obras, enmarcadas a partir de las primeras composiciones musicales y experimentos sonoros de finales de siglo. Siglo XIX y principios del XX, hasta la dinámica experimental, desde mediados de siglo. XX, que desafían el concepto mismo de música, abriendo así nuevos caminos al experimentalismo sonoro. La idea transversal al desarrollo de este género es que la música ambiental electrónica parte de un intento de utilizar la forma del sonido como primer plano, en lugar de recurrir a voces melódicas o cualquier otra estructura de música clásica o pop. Pero a pesar de la existencia de varias antologías y varios artículos académicos y manifiestos sobre música electrónica ambiental, este subgénero de la música electrónica sigue siendo tan esquivo e indeterminado como sus orígenes. La música electrónica ambiental se examina así como una visión entre muchas, como género y estilo musical, y también se discute su surgimiento como término (ambient) y como música que busca inducir la calma y un espacio para el pensamiento.