Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/109946
Title: The Insular Effect: LGBTQ people’s experiences through the lens of geographical isolation
Authors: Silva, Joana Brilhante de Oliveira Vicente 
Orientador: Santos, Ana Cristina Alvarez Caiano da Silva
Almeida, Miguel Vale de
Keywords: LGBTQ; isolation; insularity; sense of place; intimacy; isolamento; insularidade; "sense of place"; intimidade
Issue Date: 10-Mar-2023
Project: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/POR_CENTRO/PD/BD/142803/2018/PT/a alterar para: “The insular effect: LGBTQ peoples experiences through the lens of geographical isolation” DeConstructing the closet: Azorean insularity and its influence in the local LGBTQ+ population 
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: The field of Geographies of Sexualities has been demonstrating for several decades how sexualities are shaped with and by places and spaces. Critical perspectives coming from scholars with work in Rural Queer Studies call attention to the need to decentralize academic knowledge - mainly focused on large, metropolitan cities -, and to engage with the valuable understandings and experiences that come from people who live in isolated, sparsely populated and rural communities. To understand how LGBTQ people’s Human Rights are experienced, and how legislative changes are promoted or resisted, we must have an extended comprehension of contemporary spatialities. As such, this thesis contributes to fill the gap of knowledge regarding the intersections between LGBTQ people’s experiences and the geographical condition of insular isolation, a perspective that has been insufficiently explored in LGBTQ scholarship. This investigation comprises a multi-methods qualitative and interdisciplinary approach, making use of a case study, the Autonomous Region of Azores. The methodology encompassed online data collection, participant observation, documental analysis and 25 semi-structured interviews. The interviews were conducted with 21 LGBTQ adults (ages 18 - 70) and 4 key informants, all of whom were Azorean-born or living on the islands. In registering the experiences of queer people who live in a very particular geographical setting, this thesis adds new information to the national and international body of LGBTQ research. The islands studied breed an intimate and partly closed sociocultural ecosystem. Roughly shaped by its isolation, smallness and the fact that the islands are sparsely populated, these “sociocultural greenhouses” shape the experiences of the local LGBTQ people. The thematic threads around aspects such as Social Contract, Mobility, Space and Exposure, allowed reflections on the importance of categories like family and society, shedding light on the significance of the respect of the local social and cultural norms, which I call during this work, the maintenance of the sociocultural homeostasis. Grounded on these thematic lines, the theoretical work led to the development of the concept of the Insular Effect. The Insular Effect results from the intimate, sociocultural ecosystem which is sustained by the islands' geographical isolation. Therefore, when looking at spaces with these conditions through the lens of LGBTQ studies, it is important to consider three main axes: the insular space, the feelings of exposure and the importance of the dominant social codes. These three axes create the insular effect that rebounds into the local LGBTQ community isolating the subjects. The ways in which this isolation was expressed in the case study were: leaving the islands; the invisibility of the subjects by the compliance with the sociocultural homeostasis; or the isolation that results from an exposure which is not desirable to the other LGBTQ locals. This exposure comes from the over conspicuousness of being openly gender and/or sexually diverse in spaces and places that are tailored by cis-heteronormativity. This effect seems to be activated by an insular sense of place, which is highly marked by the feeling of proximity with all the members of the community as if the people’s quotidian is surrounded by “intimate strangers”. Although this seems to be a collective experience in all of the insular community, its impact is different on cis-heteronormative people, when compared to LGBTQ people. Finally, another contribution of this work, which is based on the analysis of the data in light of an interdisciplinary body of knowledge, is the development of a five-point theoretical approach to LGBTQ studies in insular communities. Hopefully, this scientific endeavour offers an informed conceptual analysis of significant aspects to take into account when variables such as geographical isolation and LGBTQ people intersect. The empirical data collected sheds light on the role of the geographical context in shaping LGBTQ people’s experiences. With the highlight of the important aspects that emerged in the analysis of this case study, the grammar of LGBTQ people’s Human Rights has been extended, allowing new perspectives towards future interventions that are compromised with the respect for human dignity, respect and freedom.
Há várias décadas que na área da Geografia das Sexualidades se tem vindo a demonstrar como as sexualidades são moldadas pelo e através do espaço. Críticas vindas do campo dos estudos queer, focados na ruralidade, chamam a atenção para a necessidade de descentralizar o conhecimento académico - que tem incidido principalmente nas grandes cidades e metrópoles - e envolver também o conhecimento e experiências de pessoas que vivem em lugares isolados e com pouca população. Esta inclusão promove uma boa compreensão de como os Direitos Humanos das pessoas LGBTQ são experienciados e como as alterações legislativas são disseminadas ou alvos de resistência. Para isso, é necessária uma compreensão extensiva das espacialidades contemporâneas. Assim, esta tese preenche uma lacuna no campo dos estudos LGBTQ, nomeadamente através da análise das intersecções entre as experiências de pessoas LGBTQ e o isolamento geográfico conferido pela insularidade, uma perspectiva que tem sido insuficientemente explorada na investigação LGBTQ. Esta é uma tese feita a partir de uma análise qualitativa e multi-métodos, utilizando um estudo de caso, a Região Autónoma dos Açores. A metodologia combina a recolha de dados online, observação participante, análise documental e 25 entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram levadas a cabo com 4 informantes privilegiados e 21 pessoas LGBTQ adultas (idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos), nascidas, ou a viver nas ilhas. Ao registar as experiências de pessoas queer a viver neste contexto específico, esta tese adiciona novas perspectivas ao corpo teórico da investigação LGBTQ nacional e internacional. As ilhas estudadas constituem um ecossistema íntimo e parcialmente fechado, fortemente marcado pelo isolamento e pelo facto de as ilhas serem lugares pequenos e com poucos habitantes. Estes factores fazem destas ilhas pequenas “estufas socioculturais” que moldam as experiências das pessoas LGBTQ locais. As linhas temáticas acerca de aspectos como o Contrato Social, a Mobilidade, o Espaço e a Exposição permitiram a reflexão sobre a importância de categorias como Família e Sociedade, alertando para o peso do respeito pelas normas socioculturais locais. Respeito que esta investigação chama de manutenção da homeostasia sociocultural. Tendo estas linhas temáticas enquanto suporte, o trabalho teórico levou ao desenvolvimento do conceito de Efeito Insular. Este efeito resulta do ecossistema sociocultural e da sua intimidade, que são sustentados pelo isolamento geográfico das ilhas. Deste modo, ao olhar para espaços com estas condições através da lente dos estudos LGBTQ, considera-se importante ter em apreciação três eixos principais: o espaço insular, o sentimento de exposição e os códigos sociais dominantes. Estes três eixos criam o efeito insular que por sua vez se reflecte na comunidade LGBTQ local através do isolamento dos sujeitos. As formas pelas quais este isolamento se traduziu no decorrer deste trabalho foram: o sair da ilha; a invisibilidade da pessoa por coadunar com a homeostasia sociocultural; ou ainda, o isolamento resultante de uma exposição que parece ser evitada pela restante comunidade LGBTQ. Esta exposição resulta da conspicuidade de se ser abertamente queer em espaços que são formatados pela cis-heteronormatividade. O Efeito Insular parece ser activado por um “sense of place” [sentido de espaço] insular, que é fortemente marcado por um sentimento de proximidade a todos membros da comunidade. Funciona como se o quotidiano das pessoas fosse rodeado de outras pessoas que são, simultaneamente, estranhas e íntimas. Ainda que este “sense of place” insular pareça ser uma experiência colectiva da comunidade das ilhas, o seu impacto é diferente em pessoas cis-heteronormativas e pessoas LGBTQ. Uma das principais contribuições deste trabalho, que se baseia no estudo dos dados à luz de uma perspectiva interdisciplinar, é o desenvolvimento de uma teoria constituída por cinco pontos que se consideram variáveis fundamentais aquando da realização de investigação acerca de questões LGBTQ em comunidades isoladas. Os dados empíricos recolhidos demonstraram o importante papel do contexto geográfico nas experiências das pessoas LGBTQ. Através dos aspectos levantados durante a análise deste estudo de caso, crê-se ter contribuído para a extensão da gramática dos Direitos Humanos das pessoas LGBTQ, permitindo novas perspectivas em intervenções futuras, comprometidas com o respeito pela dignidade humana e pela liberdade.
URI: http://hdl.handle.net/10316/109946
Rights: openAccess
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UC - Teses de Doutoramento

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