Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/105151
Title: Desenvolvimento Cardiovascular nas Crianças Não Infectadas, Expostas In Utero a Terapêutica Antirretrovírica
Authors: Martins, Paula Cristina Correia
Orientador: Seiça, Raquel
Sena, Cristina
Keywords: Criança; Ecocardiografia; Terapêutica antirretrovírica; Cardiomiopatia; Prevenção
Issue Date: 30-Jun-2020
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: Os indivíduos infectados pelo vírus da Imunodeficiência Humana sob terapêutica antirretrovírica são mais susceptíveis a cardiomiopatia e aterosclerose precoce. Embora exista evidência científica desta correlação em crianças infectadas, pouco se sabe sobre os efeitos cardiovasculares nas crianças não infectadas, mas expostas in utero ao vírus e aos antirretrovíricos. Objectivos: Analisar parâmetros morfológicos e funcionais do ventrículo esquerdo e direito de crianças não infectadas, expostas durante a gravidez ao vírus e à terapêutica profilática antirretrovírica, de forma a identificar possíveis marcadores subclínicos de disfunção miocárdica. Este trabalho também pretendeu perceber se, nesta população pediátrica, o processo aterosclerótico ocorre de forma acelerada. Métodos: Cento e quinze crianças (77 expostas vs 38 controlos) com idades entre os 2.7 e 16.2 anos foram incluídas. Todas elas foram estudadas ecocardiograficamente, com avaliação da dimensão e função sistólica dos dois ventrículos. No Ventrículo Esquerdo, os parâmetros relacionados com a função diastólica foram também analisados. O Doppler Tecidular foi determinado no estado basal e após elevação dos membros inferiores. A Porção N-Terminal do pro-Peptídeo Natriurético Cerebral (NT-proBNP) foi mensurado no soro. Para avaliar o processo aterosclerótico, procedeu-se à medição da Espessura Íntima Média carotídea e à análise bioquímica das vias patogénicas envolvidas na aterogénese (metabolismo glicídico e lipídico, inflamação e estado pro-trombótico). Resultados: Os dois grupos tinham tamanhos ventriculares e função diastólica do Ventrículo Esquerdo idênticas. No entanto, a contractilidade avaliada pela velocidade sistólica do miocárdio (S’) foi significativamente inferior no grupo exposto, nas paredes septal e lateral do Ventrículo Esquerdo. Na parede do Ventrículo Direito, S’ foi também inferior, alcançando o nível de significância apenas após a sobrecarga de volume. Os níveis de NT-proBNP foram, contudo, semelhantes nos dois grupos. Os dois grupos tinham valores idênticos de Espessura Íntima Média carotídea, partilhando também um ambiente bioquímico semelhante do ponto de vista pro-aterosclerótico. Conclusão: As crianças não infectadas, mas expostas ao vírus da Imunodeficiência Humana e aos antirretrovíricos não parecem ter um risco aumentado de aterosclerose precoce, mas podem estar mais predispostas a desenvolver a longo prazo, disfunção sistólica ventricular. É por isso recomendável que estas crianças usufruam duma vigilância cardiovascular periódica com monitorização da função biventricular. Neste contexto, a velocidade sistólica do miocárdio pode ser um útil método de rastreio.
HIV infected individuals going through antiretroviral therapy are more prone to cardiomyopathy and early atherosclerosis. Although there is a lot of data correlating these events in infected children, little is known about the future cardiovascular repercussions in HIV exposed uninfected children, who were subjected to in utero antiretroviral therapy. Aims: To analyse morphological and functional parameters of the right and left ventricles of HIV uninfected children exposed prenatally to the virus and to prophylactic antiretroviral therapy, in order to identify possible subclinical markers of myocardial dysfunction. This work also aimed to clarify if this population was prone to an accelerated atherosclerosis process. Methods: One hundred and fifteen children (77 exposed vs 38 controls) aged between 2.7 and 16.2 years were included. An echocardiographic study was performed where both ventricles´ dimensions and systolic functions were evaluated. In the left ventricle, parameters related to diastolic function were also analysed. Tissue Doppler values were determined in the basal state and after passive leg raising. Serologic analysis of N-Terminal pro-Brain Natriuretic Peptide (NT-proBNP) was carried out. To assess the atherosclerotic process, the carotid intima-media thickness was measured and the biochemical pathways involved in the atherogenesis (lipid and glucose metabolism, inflammation, a prothrombotic state) were evaluated through blood analysis. Results: The two groups had identical ventricular sizes and left ventricular diastolic functions. However, contractility assessed by myocardial peak systolic velocity (S’) was significantly lower in the exposed group, both in the lateral and septal left ventricular walls. In the right ventricular wall, S’ was also inferior, but only reached a level of significance after the preload challenge. These systolic echocardiographic differences were present despite similar values of NT-proBNP in both groups. Both groups had also similar carotid intima-media thickness, as well as similar biochemical atherogenic environment. Conclusion: HIV exposed uninfected children treated with antiretrovirals do not seem to have increased risk of early atherosclerosis but may be vulnerable to ventricular systolic dysfunction at long-term. Cardiovascular surveillance and periodic monitoring of biventricular function is therefore recommended. Myocardial peak systolic velocity may be a useful screening tool for this purpose.
Description: Tese no âmbito do Programa de Doutoramento em Ciências da Saúde, ramo de Medicina, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/105151
Rights: openAccess
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FMUC Medicina - Teses de Doutoramento

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