Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/105146
Title: Identities in Conflict: Dehumanization and Peace-less Reconciliation in the Israeli-Palestinian Protracted Peace Process
Authors: Mota, Joana Sá Ricarte Alvarenga Pinheiro da 
Orientador: Simão, Licínia Maria dos Santos
Keywords: Protracted Conflicts; Peace Process; Identity; Dehumanization; Reconciliation; Israeli-Palestinian Conflict; Conflito Prolongado; Processo de Paz; Identidade; Desumanização; Reconciliação; Conflito Israelo-Palestiniano
Issue Date: 28-Apr-2020
Project: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/FARH/SFRH/BD/100749/2014/PT/O papel dos movimentos sociais para a construção da paz: o caso do conflito israelo-palestiniano 
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: This thesis deals with the contradiction between the existence of long-term peace processes and the persistence of violence in societies involved in protracted conflicts, taking Israel and Palestine as a case study. The relevance of this research concerns the effects of protracted peace processes to the very protracted nature of conflict. It aims to explain how different representations of success and failure of protracted peace processes, as well as their associated policies, narratives, norms and practices, affect the maintenance and/or transformation of the cultural component of violence, defined as dehumanization or peace-less reconciliation. By placing identity as the central factor explaining the mutually reinforcing dynamics of protracted conflicts and protracted peace processes – what is called the cycle of protractedness –, the thesis argues that the policies connected to peace processes have operated mainly at the level of political elites, reflecting a largely negative and state-centric approach to peace that fails to address the underlying causes of conflict. This reinforces divisions within and between societies, risking unintentionally strengthening dehumanization processes and allowing for a deepening of the status quo, thus benefiting the strongest party of the conflict and reinforcing asymmetric power relations. However, with the passing of time, the very protracted character of the peace process gives way to the appearance of empirically observable activities and practices that open new avenues for positive conflict transformation. Even though dehumanization dominates in ongoing conflicts, it is possible to identify activities undertaken by local and international actors in the societal level that have developed alongside – as a consequence –, and within the very framework – as a desired outcome – of the protracted peace process. Therefore, peace has been subcontracted insofar as the evolution of policies and practices connected to peacebuilding have rendered a more important role and increasing support for local organizations to engage in conflict transformation. Although the role of identity is of the essence in the framework of protracted social conflicts, more attention has been given to the construction and transformation of its positive dimension, i.e. the processes of common identification. Despite being also a constitutive part of conflicts and of narratives that legitimate them, identity’s negative component, i.e. the detachment from others, has been insufficiently addressed. De-identification in complex conflict environments can easily become attached to the intersubjective open-ended mechanisms of creating the enemy. As a consequence, it is empirically possible to observe the development of processes of dehumanization of the ‘other’ within societies in the course of multigenerational conflicts, thus providing a moral justification for violence and contributing to what can be called the cycle of protractedness. Albeit dehumanization is the dominant aspect in many ongoing conflicts, it does not fully portray complex environments such as those of protracted conflicts. Thus, the identification of dehumanization as an identity disturbance that is constructed and reinforced within societies in the form of discursive and material practices through time allows for a twofold approach that considers reconciliation as the other side of the coin. As reconciliation is a term that traditionally refers to post- conflict environments, this thesis uses the terminology ‘peace-less reconciliation’ to refer to practices of reconciliation in ongoing conflicts. This thesis aims at contributing to the critical literature on conflict transformation in the field of Peace Studies by providing a deeper understanding of the root causes of conflicts and focusing on historical dynamics in light of identity formation processes that create the context for some violent structures to exist – and persist – in specific situations. It aims to advance debates dealing with the development and application of the concepts of peace, violence and reconciliation, and to add to existing contributions on the development and incorporation of the concept of dehumanization within the framework of protracted conflicts. By closely examining the processes of dehumanization that take place in protracted conflicts, this thesis sheds light on the unseen and forgotten dimensions of identity, which are central features sustaining some conflicts. It also develops a framework to assess and analyze the elements of identity building in protracted conflicts, providing conceptual tools that may enrich the field of Peace Studies. By investigating the deepest effects of conflict and protracted conflicts in societies, it also contributes to existing efforts to understand the social dynamics that enable the perpetuation of conflict over time.
Esta tese aborda a contradição entre a existência de processos de paz prolongados e a persistência de violência em sociedades envolvidas em conflitos prolongados, tendo Israel e Palestina como estudo de caso. A relevância desta pesquisa diz respeito à análise dos efeitos dos processos de paz prolongados na natureza prolongada do conflito. Seu objetivo é explicar como as diferentes representações de sucesso e fracasso dos processos de paz prolongados, bem como as políticas, narrativas, normas e práticas associadas a eles, afetam a manutenção e/ou transformação da componente cultural da violência, definida como desumanização ou reconciliação. Ao colocar a identidade como um fator central para a explicação das dinâmicas de reforço mútuo entre conflitos prolongados e processos de paz prolongados - o que é chamado ciclo de prolongamento -, a tese argumenta que as políticas ligadas aos processos de paz têm operado principalmente no nível das elites políticas, refletindo uma abordagem amplamente negativa e estatocêntrica da paz, que falha em abordar as causas subjacentes ao conflito. Isto reforça as divisões entre e dentre as sociedades, arriscando involuntariamente o fortalecimento dos processos de desumanização e permitindo o aprofundamento do status quo, beneficiando, assim, a parte mais forte do conflito e reforçando as relações assimétricas de poder. No entanto, com o passar do tempo, o próprio caráter prolongado do processo de paz dá lugar ao surgimento de atividades e práticas empiricamente observáveis que abrem novos caminhos para a transformação positiva dos conflitos. Embora a desumanização seja dominante em conflitos em andamento, é possível identificar atividades realizadas por atores locais e internacionais ao nível das sociedades que se têm desenvolvido lado-a-lado - como consequência - e dentro da própria estrutura - como resultado desejado - do processo de paz prolongado. Assim, a paz tem sido subcontratada na medida em que a evolução das políticas e práticas ligadas à sua construção têm dado maior relevância e aumentado o apoio às organizações locais para que se envolvam na transformação de conflitos. Embora o papel da identidade seja central no quadro de conflitos sociais prolongados, mais atenção tem sido dada à construção e transformação da sua dimensão positiva, ou seja, os processos de identificação. Apesar de ser também uma parte constitutiva dos conflitos e das narrativas que os legitimam, a componente negativa da identidade, ou seja, a diferença do “outro”, tem sido insuficientemente abordada. A desidentificação em ambientes de conflitos complexos pode facilmente se relacionar com os mecanismos intersubjetivos de construção do inimigo. Como consequência disso, é possível observar empiricamente o desenvolvimento de processos de desumanização do "outro" entre sociedades no decorrer de conflitos multigeracionais, fornecendo, assim, uma justificativa moral para a violência e contribuindo para o que pode ser chamado de ciclo de prolongamento do conflito. Embora a desumanização seja o aspeto dominante em muitos conflitos em andamento, ela não retrata completamente ambientes complexos como os dos conflitos prolongados. Assim, a identificação da desumanização como um distúrbio de identidade que é construído e reforçado nas sociedades sob a forma de práticas discursivas e materiais ao longo do tempo permite uma abordagem dupla que considera a reconciliação como o outro lado da moeda. Como reconciliação é um termo que tradicionalmente se refere a cenários de pós- conflito, esta tese usa a terminologia “reconciliação sem paz” para se referir a práticas de reconciliação em conflitos em andamento. Esta tese visa contribuir para a literatura crítica sobre transformação de conflitos no campo dos Estudos da Paz, fornecendo uma compreensão mais profunda das suas causas e focando em dinâmicas históricas à luz dos processos de formação de identidades, que criam o contexto para algumas estruturas violentas existirem - e persistirem - em certas situações. Seu objetivo é avançar os debates sobre o desenvolvimento e a aplicação dos conceitos de paz, violência e reconciliação, além de contribuir para o desenvolvimento e a incorporação do conceito de desumanização no contexto de conflitos prolongados. Ao examinar atentamente os processos de desumanização que ocorrem em conflitos prolongados, essa tese lança luz sobre as dimensões invisíveis e esquecidas da identidade, que são características centrais que sustentam alguns conflitos. Também desenvolve um enquadramento para avaliar e analisar os elementos da construção da identidade em conflitos prolongados, fornecendo ferramentas conceituais que podem enriquecer o campo dos Estudos da Paz. Ao investigar os efeitos mais profundos do conflito e dos conflitos prolongados nas sociedades, também contribui para os esforços existentes que buscam entender as dinâmicas sociais que permite a perpetuação do conflito ao longo do tempo.
Description: Tese de Doutoramento em Relações Internacionais - Política Internacional e Resolução de Conflitos, apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/105146
Rights: embargoedAccess
Appears in Collections:UC - Teses de Doutoramento
FEUC- Teses de Doutoramento

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