Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/101187
Title: Spontaneous Bacterial Peritonitis in Cirrhotic Patients: A Shift in the Microbial Pattern? A Retrospective Analysis
Other Titles: Peritonite bacteriana espontânea em doentes cirróticos – uma mudança do padrão microbiológico? Uma análise retrospetiva
Authors: Pimentel, Raquel 
Leitão, Jorge 
Gregório, Carlos
Santos, Lélita 
Carvalho, Armando 
Figueiredo, Pedro 
Keywords: Antibiotics; Microbiology; Spontaneous bacterial peritonitis; Antibióticos; Microbiologia; Peritonite bacteriana espontânea
Issue Date: 2022
Serial title, monograph or event: GE Portuguese Journal of Gastroenterology
Volume: 29
Issue: 4
Abstract: Introduction: Over the last decade, a shift in the spontaneous bacterial peritonitis (SBP) microbial pattern toward an increasing incidence of gram-positive and multidrug-resistant (MDR) bacteria has been reported. Systematic surveillance of the local microbiological scenario and antibiotic resistance is crucial to SBP treatment success. The main objective of this study was to evaluate the microbiological profile and bacterial resistance of SBP pathogens in a Portuguese cohort to allow selection of the most appropriate empirical antibiotics. Methods: This is a single-center retrospective study including 63 adult cirrhotic patients with culture-positive SBP. Patients were identified using a hospital general diagnostic database and searching for all SBP events (neutrophil count in ascitic fluid ≥250/mm3) from January 1, 2012, to December 31, 2017. Patients were excluded if they had culture-negative SBP, secondary peritonitis, peritoneal dialysis, a liver transplant, or immunodeficiency. The site of SBP acquisition was classified as nosocomial if it was diagnosed 48 h or longer after hospitalization or as nonnosocomial if it was diagnosed within the first 48 h. MDR bacteria were those with an acquired resistance to at least 1 agent in 3 or more antimicrobial categories. All statistical analyses were carried out using IBM SPSS Statistics software version 22 (IBM, New York, USA). Results: The study cohort comprised 53 (84.1%) men. The mean age of the patients was 60.6 ± 11.2 years. Alcohol was the most common etiology (88.9%) and most patients had advanced liver cirrhosis (87.1%, Child C). Gram-negative bacteria were slightly more frequent than gram-positive bacteria (56.9 vs. 43.1%). Escherichia coli was the most common pathogen (33.8%). Nineteen (31.7%) bacteria were classified as MDR. Resistance to third-generation cephalosporins, quinolones, piperacillintazobactam, and carbapenems was found in 31.7, 35, 26.7, and 18.3% of the cases, respectively. The rates of gram-positive bacteria were similar between nosocomial and nonnosocomial episodes (45 vs. 42.2%; p = 0.835). MDR bacteria were more common in the nosocomial group (50 vs. 23.8%; p = 0.046). Resistance to third-generation cephalosporins (50 vs. 23.8%; p = 0.046), piperacillin-tazobactam (44.4 vs. 19.1%; p = 0.041), and carbapenems (33.3 vs. 11.9%; p = 0.049) occurred more frequently in nosocomial episodes. Resistance to first-line antibiotic occurred in 29.3% of the patients, being more common in the nosocomial group (44.4 vs. 22.5%; p = 0.089). Conclusion: Although gram-negative bacteria remain the most common causative microorganisms, our results emphasize the shift in SBP microbiological etiology, as almost half of the isolated microorganisms were gram positive. The emergence of bacteria resistant to traditionally recommended empirical antibiotics underlines the importance of basing this choice on local flora and antibiotic susceptibility data, allowing a more rational and successful use of antibiotics.
Introdução: Na última década assistiu-se a uma mudança no padrão microbiológico da peritonite bacteriana espontânea (PBE), com aumento da incidência de bactérias gram-positivas e multirresistentes. Uma vigilância sistemática do cenário microbiológico e da resistência antibiótica é crucial para o sucesso do tratamento da PBE. O principal objetivo deste estudo foi avaliar o perfil microbiológico e os padrões de resistência antibiótica dos agentes bacterianos responsáveis pelos casos de PBE numa coorte portuguesa de doentes cirróticos, de modo a permitir uma seleção mais apropriada da antibioterapia empírica. Métodos: Estudo retrospetivo unicêntrico, que incluiu 63 doentes adultos cirróticos com PBE culturapositiva. A identificação dos doentes foi efetuada a partir da base de dados eletrónica do centro hospitalar, pesquisando todos os internamentos por PBE (contagem de neutrófilos no líquido ascítico ≥250/mm3) entre 1 janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2017. Foram aplicados como critérios de exclusão: cultura de líquido ascítico negativa, peritonite secundária, diálise peritoneal, transplante hepático ou imunodeficiência. O local de aquisição da PBE foi classificado como nosocomial se diagnóstico após as primeiras 48 horas de hospitalização, e não-nosocomial se diagnóstico nas primeiras 48 horas. Multirresistência foi definida como resistência adquirida a pelo menos um agente em três ou mais categorias antimicrobianas. A análise estatística foi efetuada com recurso ao software IBM SPSS Statistics versão 22 (IBM, New York, USA). Resultados: A coorte incluiu 53 (84.1%) doentes cirróticos do género masculino. A idade média dos doentes foi de 60.6 ± 11.2 anos. O álcool constituiu a etiologia mais comum (88.9%) e a maioria dos doentes apresentava uma cirrose em estadio avançado (87.1%, Child-C). As bactérias gram-negativas revelaram-se ligeiramente mais frequentes que as gram-positivas (56.9 vs. 43.1%). Escherichia coli foi o microrganismo mais frequente (33.8%). Dezanove (31.7%) das bactérias isoladas foram classificadas como multirresistentes. As resistências às cefalosporinas de terceira- geração, às quinolonas, à piperacilina-tazobactam e aos carbapenemes foram de 31.7, 35, 26.7 e 18.3%, respetivamente. A taxa de bactérias gram-positivas foi similar entre PBE nosocomial e não-nosocomial (45 vs. 42.2%; p = 0.835). As bactérias multirresistentes foram mais frequentes no grupo nosocomial (50 vs. 23.8%; p = 0.046). A resistência às cefalosporinas de terceira-geração (50 vs. 23.8%; p = 0.046), à piperacilina-tazobactam (44.4 vs. 19.1%; p = 0.041) e aos carbapenemes (33.3 vs. 11.9%; p = 0.049) foi significativamente superior nas infeções nosocomiais. A resistência à antibioterapia empírica de primeira linha ocorreu em 29.3% dos doentes, sendo mais frequente no grupo nosocomial (44.4 vs. 22.5%; p = 0.089). Conclusão: Apesar de as bactérias gram-negativas constituírem, nesta coorte, a maioria dos microrganismos responsáveis pela PBE, os nossos resultados enfatizam a mudança na etiologia microbiológica da PBE, na medida em que, quase metade dos microrganismos isolados foram gram-positivos. A emergência de bactérias resistentes aos antibióticos empíricos tradicionalmente recomendados sublinha a importância de basear esta escolha nos dados locais sobre flora bacteriana e susceptibilidade antibiótica, permitindo uma escolha mais racional e um uso bem-sucedido dos antibióticos.
URI: https://hdl.handle.net/10316/101187
ISSN: 2341-4545
2387-1954
DOI: 10.1159/000518585
Rights: openAccess
Appears in Collections:FMUC Medicina - Artigos em Revistas Internacionais

Show full item record

Page view(s)

87
checked on Apr 17, 2024

Download(s)

40
checked on Apr 17, 2024

Google ScholarTM

Check

Altmetric

Altmetric


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons