Reimaginando os contornos de gênero: intervenções artísticas no campo das masculinidades

Abstract

Neste artigo situa-se a discussão sobre gênero e masculinidades no contexto das suas qualificações e desqualificações hierárquicas da nossa humanidade. Partindo da violência estrutural e estruturante que marca as pós-colónias, como o Brasil, questionam-se as dinâmicas de violências raciais-genderizadas que reproduzem as normas, padrões e pactos imbricados de masculinidades hegemónicas. Desta forma, propõe-se um diálogo com práticas artístico-culturais periferizadas que redimensionam como incorporamos tais idealizações de gênero. Para esse fim, centramo-nos na produção do espetáculo Na Manha – desenvolvido no âmbito da residência artística do projeto de pesquisa-ação GlobalGRACE (Gênero e Culturas Globais de Igualdade), com a Companhia de Dança Passinho Carioca e sob a direção do coletivo de dança Mulheres ao Vento no Rio de Janeiro.

In this paper we situate the discussion on gender and masculinities in the context of their hierarchical qualifications and disqualifications of our humanness. Taking as a point of departure the structural and structuring violence that marks postcolonies, such as Brazil, we question the dynamics of racial-gendered violence that reproduce the imbricated norms, standards and pacts of hegemonic masculinities. In this way, we propose a dialogue with peripherized artistic-cultural practices that reshape how we incorporate such idealizations of gender. To this end, we focus on the production of the performance Na Manha – developed within the scope of the artistic residency of the GlobalGRACE (Global Gender and Cultures of Equality) research-action project, with the Dance Company Passinho Carioca and under the direction of the dance collective Mulheres ao Vento (Women in the Wind) in Rio de Janeiro.

Em este trabajo situamos la discusión sobre género y masculinidades en el contexto de sus calificaciones y descalificaciones jerárquicas de nuestra humanidad. Tomando como punto de partida la violencia estructural y estructurante que marca las poscolonias, como Brasil, cuestionamos las dinámicas de violencias raciales-generizadas que reproducen las normas, estándares y pactos imbricados de las masculinidades hegemónicas. De esta forma, proponemos un diálogo con prácticas artístico-culturales periferizadas que redimensionan cómo incorporamos tales idealizaciones de género. Para este propósito, nos centramos en la producción de la performance Na Manha – elaborado en el contexto de la residência artística del proyecto de investigación-acción GlobalGRACE (Género y Culturas Globale de Igualdad), con la Compañía de Danza Passinho Carioca y bajo la dirección del colectivo Mulheres ao Vento (Mujeres al viento) en Río de Janeiro.