Testing Clark and Wells’ (1995) Cognitive Model in Adolescents with Social Anxiety Disorder

Abstract

A perturbação de ansiedade social (PAS) inicia-se tipicamente durante a adolescência. Tem sido associada a graves e persistentes prejuízos ao longo da vida e tende a ser particularmente persistente na ausência de tratamento. A literatura apresenta incontestáveis evidencias para a elevada prevalência da perturbação em adolescentes. Apesar de ter vindo a ser demonstrado que tratamentos baseados em modelos cognitivos são eficazes no tratamento de perturbações de ansiedade em adolescentes, é escassa a investigação sobre os fatores responsáveis pela manutenção da PAS nesta população. Este estudo teve por objetivo explorar relações simultâneas entre pensamentos sociais negativos, atenção auto-focada, comportamentos de procura de segurança e ansiedade social, numa amostra clínica de adolescentes, avaliando a adequabilidade do modelo cognitivo proposto por Clark e Wells na explicação dos fatores de manutenção da PAS. Os participantes foram recrutados em contexto escolar e avaliados através de uma entrevista clínica estruturada (MINI-KID). Quarenta adolescentes (Midade = 16.13, DP = .76) com diagnóstico primário de PAS completaram um conjunto de instrumentos de autorresposta que mediam as variáveis em estudo. Por recurso a Modelos de Equações Estruturais, foram examinadas as trajetórias entre pensamentos sociais negativos e ansiedade social, diretamente e indiretamente através da atenção auto-focada e dos comportamentos de procura de segurança. Os resultados apontam para a presença de efeitos positivos dos pensamentos sociais negativos na ansiedade social, quer diretamente, quer indiretamente através da atenção auto-focada e pelos comportamentos de segurança, sequencialmente. Estes resultados oferecem evidência para a aplicabilidade do modelo de Clark e Wells em adolescentes e fundamentam a utilização de intervenções clínicas baseadas no mesmo em adolescentes com PAS.

Social anxiety disorder (SAD) typically has its onset during adolescence. It is associated with serious and persistent impairment throughout life and tends to be particularly persistent, especially in the absence of treatment. Moreover, literature offers undeniable evidence supporting the high prevalence rates of the disorder in adolescents. There is considerable empirical evidence for Clark and Wells’ cognitive model of SAD maintenance factors in adults. Although research has shown that treatments based on cognitive models were also effective in adolescents with anxiety disorders, research addressing factors that may be responsible for the maintenance of SAD in adolescents is still scarce. This study aimed to fill this gap, by exploring simultaneous relationships between negative social thoughts and beliefs, self-focused attention, safety-seeking behaviors, and social anxiety as described by theory, in a clinical sample of adolescents. Participants were recruited within school settings and assessed through a structured clinical interview for the assessment of mental disorders (MINI-KID). Forty adolescents (Mage = 16.13, SD = .76) with a primary diagnosis of SAD completed a set of self-report measures assessing the variables included in the model. Using SEM techniques, pathways linking negative social thoughts and beliefs and social anxiety, directly, and indirectly through self-focused attention and safety-seeking behaviors were examined. Findings revealed that negative social thoughts and beliefs yielded positive effects on social anxiety, both directly and indirectly, through self-focused attention and safety-seeking behaviors sequentially. These findings offer evidence for the applicability of the model to this age range and support the use of clinical interventions based on Clark and Wells’ cognitive model of social anxiety, delivered to adolescents with SAD.