Relatório de Estágio realizado na Unidade Funcional de Patologia Forense do Serviço de Clínica e Patologia Forenses da Delegação do Centro do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P.

Abstract

Forensic Anthropology works side by side with other forensic sciences, particularly with Pathology and Genetics, in order to identify the victim(s) and to clarify the cause of death and the circumstances in which it might have occurred, from the detailed analysis of their cadaveric/skeletonized remains, which is of extreme importance during a criminal investigation, not only in legal and social contexts, but also in contexts of mass disasters and crimes against Humanity .For that, the forensic anthropologist must trace each of the parameters of the individual's biological profile - sex, age, stature and ancestry - from the morphological and/or metric analysis of certain anatomical regions, such as the morphological analysis of os coxae and the skull for sex estimation, such as the morphological analysis of degenerative traits in the pubic symphysis, on the auricular surface, at the sternal extremity of the 4th rib and in the acetabulum for age estimation, such as metric analysis of long bones (e.g. femur) for stature estimation, and such as the analysis of cranial morphological features for ancestry estimation.However, these four parameters only provide the expert with general identification information, requiring further detailed analysis of potential individualizing factors, such as skeletal changes of traumatic or pathological cause, skeletal characteristics of a morphological nature and/or signs of eventual medical-surgical procedures, in order to reach out the positive identification of the victim(s). Finally, when possible, the forensic anthropologist, in close collaboration with the forensic pathologist, should try to clarify the cause and manner of death, based on a careful analysis of traumatic bone injuries of a perimortal nature, taking into account the severity of the injuries and their impact on the internal organs.

A Antropologia Forense trabalha lado a lado com outras ciências forenses, particularmente com a Patologia e a Genética, com o objetivo de identificar a(s) vítima(s) e de esclarecer a causa da morte e as circunstâncias em que esta poderá ter ocorrido, a partir da análise detalhada dos restos cadavéricos/esqueletizados da(s) mesma(s), sendo isto de extrema importância durante uma investigação criminal, não apenas em contextos jurídicos e sociais, como em contextos de desastres de massa e de crimes contra a Humanidade. Para tal, o antropólogo forense deve traçar cada um dos parâmetros do perfil biológico do indivíduo - sexo, idade, estatura e ancestralidade -, a partir da análise morfológica e/ou métrica de determinadas regiões anatómicas, como a análise morfológica do osso coxal e do crânio para a estimativa do sexo, como a análise morfológica de traços degenerativos na sínfise púbica, na superfície auricular, na extremidade esternal da 4ª costela e no acetábulo para a estimativa da idade, como a análise métrica de ossos longos (ex.: fémur) para a estimativa da estatura, e como a análise das características morfológicas cranianas para a estimativa da ancestralidade.No entanto, estes quatro parâmetros apenas fornecem ao perito as informações gerais de identificação, sendo necessária a posterior análise detalhada de potenciais fatores individualizantes, como as alterações esqueléticas de origem traumática ou patológica não traumática, as características esqueléticas de natureza morfológica e/ou indícios de eventuais procedimentos médico-cirúrgicos, de maneira a chegar à identificação positiva da(s) vítima(s).Finalmente, quando possível, o antropólogo forense, em estreita colaboração com o médico patologista forense, deve tentar esclarecer a causa e a circunstância da morte, a partir da análise cuidada das lesões ósseas traumáticas de natureza perimortal, tendo em conta a gravidade das lesões e a sua repercussão ao nível os órgãos internos.