Diferenças na adaptabilidade da carreira em dois momentos do ensino secundário

Abstract

A crescente complexidade do mercado de trabalho coloca novos desafios aos estudantes do ensino secundário Português, sobretudo em momentos normativos de transição como o do ensino secundário para o ensino superior e/ou o mercado de trabalho. Neste contexto, a adaptabilidade de carreira surge como um processo capaz de facilitar a transição sobretudo pelos níveis de confiança com que os estudantes encaram a resolução de tarefas relativas à inserção escolar e profissional. O presente estudo, baseado num desenho longitudinal curto, tem como principal objetivo avaliar as diferenças na adaptabilidade de carreira de 490 estudantes, com uma média de idades de 17.3 (DP = 0.98), em função do nivel de ensino secundário frequentado e do sexo. O efeito na carreira do percurso educativo trilhado no secundário ainda está insuficientemente estudado. Assim, utilizando a Career Adapt-Abilities Scale, comparam-se médias nas dimensões da adaptabilidade de carreira através de uma MANOVA 2x2x2 com medidas repetidas num fator. Os resultados encontrados apontam para diferenças significativas em algumas dimensões da adaptabilidade de carreira em função dos contextos estudados. Por último, são apresentadas as limitações do estudo e discutidas as implicações dos resultados para a intervenção vocacional no âmbito do apoio aos processos normativos de transição no final do ensino secundário.

The growing complexity of the labour market has created new challenges for Portuguese secondary school students, especially at critical moments such as the transition from secondary education to higher education and/or professional life. Career adaptability has emerged as a resource for managing this transition, especially with regard to the confidence with which students approach tasks related to their academic and professional development. The effect of students’ experience of secondary education on their future careers is still an under-researched area. This study uses a short longitudinal design to assess the differences in terms of career adaptability among 490 students with an average age of 17.3 years (SD = .98), according to sex and grade of schooling. The analysis compares average scores in the career adaptability dimensions of the Career Adapt-Abilities Scale using a three-way MANOVA with repeated measures on one factor. The results show significant differences in certain dimensions of career adaptability depending on the contexts studied. The article concludes with a discussion of the limitations of the study and possible vocational transition support measures for students nearing the end of their secondary education.