Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/84949
Title: Sobrevida aos 10 anos dos primeiros 150 transplantados hepáticos
Authors: Sintra, Sara Neves 
Orientador: Tomé, Luís Filipe Furtado Soares
Keywords: Transplante hepático; sobrevida, complicações biliares; complicações vasculares; infeções
Issue Date: Mar-2012
Abstract: A transplantação hepática é um procedimento que veio revolucionar o prognóstico das hepatopatias e estabilizar o curso dos para-amiloidóticos. Uma avaliação no longo prazo dos seus resultados é necessária para a identificação e compreensão de fatores com impacto na sobrevida. Neste trabalho, foram analisados os primeiros 150 adultos submetidos a transplante hepático, entre Outubro de 1992 a Janeiro de 1998, nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Entre as indicações para transplante constaram em 65 casos (43,3%) a polineuropatia amiloidótica familiar, em 41 (27,3%) a cirrose hepática, em 12 (8%) o carcinoma hepatocelular, em 11 (7,3%) a falência hepática aguda, em 6 (4%) a colangite esclerosante primária, em 2 (1,3%) a Síndrome Budd-Chiari, em outros 2 (1,3%) a doença de Caroli, entre outras causas raras. A idade média era de 39 anos, registando-se uma ligeira predominância masculina (55%). Dos 150 transplantes primários, 8 foram sequenciais. Para os transplantes primários, o tempo médio de isquémia fria foi de 513 minutos, com desvio-padrão de 146 minutos. 115 (77,2%) transplantes foram isogrupais, 25 (16,8%) compatíveis e 9 (6%) incompatíveis. 24 doentes necessitaram de um retransplante, dos quais 3 foram submetidos a um terceiro transplante e 1 a um terceiro e quarto transplantes. 58,7% dos doentes (n=88) sofreram pelo menos uma rejeição aguda do enxerto e 6% (n=9) foram histologicamente diagnosticados com rejeição crónica. 16,7% dos doentes (n=25) tiveram complicações vasculares e 38,7% (n=58) complicações biliares. Em 61,3% dos doentes (n=92) houve pelo menos uma infeção bacteriana e em 23,3% (n=35) identificaram-se fungos. Em 6% (n=9) diagnosticou-se infeção por Citomegalovírus. Dos 150 doentes, 82 continuam vivos, tendo alcançado um mínimo de 13 e um máximo de 19 anos de follow-up. A sobrevida destes doentes foi de 78% aos 12 meses, 68,7% aos 5 anos e 58% aos 10 anos. A sobrevida aos 10 anos era significativamente melhor no grupo de doentes com polineuropatia amiloidótica familiar (70,8%) comparativamente à falência hepática aguda (36,4%; p=0,022) e ao carcinoma hepatocelular (33,3%; p=0,025). Quando comparado com o grupo de cirrose (54,9%) não se observou diferença significativa (p=0,234) no tempo médio de sobrevida. Nesta amostra registou-se uma elevada frequência de complicações biliares e vasculares, sem, no entanto, condicionar a evolução destes doentes. Pelo contrário, as complicações infeciosas estiveram relacionadas com uma evolução menos favorável, tendo sido uma causa de morte importante a curto e a longo prazo.
Liver transplantation has altered the natural history of end-stage liver diseases and stabilized the course of familial amyloid polyneuropathy. An evaluation of its long-term results allows insight and awareness into the impact of some factors on survival. This study used data from the first 150 adults who underwent liver transplantation, from October 1992 to January 1998, at University Hospitals of Coimbra. Transplantation indications included in 65 cases (43,3%) familial amyloid polyneuropathy, in 41 (27,3%) cirrhosis, in 12 (8%) hepatocellular carcinoma, in 11 (7,3%) acute hepatic failure, followed by primary sclerosing cholangitis in 6 cases (4%), Budd-Chiari Syndrome in 2 (1,3%), Caroli disease in another 2 (1,3%), among other rare indications. The average age of transplant recipients was 39 years, with a slight majority in men (55%). Among the first 150 transplants, there were 8 cases of familial amyloid polyneuropathy domino liver recipients. Considering the first transplants, mean cold ischemia time was 513 minutes, with a standard deviation of 146 minutes. 115 (77,2%) transplants were ABO-identical, 25 (16,8%) ABO-compatible and 9 (6%) ABO-incompatible. 24 patients underwent a second transplant, 3 of them required a third and 1 a third and even a fourth transplant. Acute cellular rejection occurred in 88 patients (58,7%) and 9 (6%) had chronic rejection. 16,7% patients (n=25) suffered vascular complications and 38,7% (n=58) biliary complications. 61,3% patients (n=92) experienced at least one bacterial infection, while 23,3% (n=35) had fungal infection and 6% (n=9) infection due to Cytomegalovirus. 82 of the first 150 transplant recipients are still alive, reaching a follow-up time of a minimum of 13 years and maximum of 19 years. When all indications are considered, patient survival rates were 78% at 1 year, 68,7% at 5 years and 58% at 10 years. The 10-year patient survival rate was significantly higher for familial amyloid polyneuropathy (70,8%) than for acute hepatic failure (36,4%; p=0,022) and hepatocellular carcinoma (33,3%; p=0,025). When compared to cirrhosis (54,9%), there was no significant difference (p=0,234). In this study, a high frequency of biliary and vascular complications was observed, but didn’t condition patients’ outcome. On the contrary, bacterial infections were related to a less approving outcome, as they accounted for short-term and long-term mortality
Description: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina área científica de Gastrenterologia, apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/84949
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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