Ação, desempenho e perfil morfológico e funcional do key-player no escalão de infantis

Abstract

Objetivo: O presente estudo teve como objetivo principal analisar a ação, desempenho e perfil morfológico e funcional de jovens jogadores de futebol.Metodologia: A amostra foi constituída por 15 jovens futebolistas (11,43 ± 0,64), do sexo masculino, escalão etário sub-13, pertencentes ao clube Associação Atlética de Arganil. Para a avaliação morfológica e funcional dos jovens futebolistas que integraram a amostra, foram mensuradas as seguintes variáveis, nomeadamente: 1) estatura; 2) altura sentado; 3) estimativa do comprimento dos membros inferiores; 4) massa corporal; 5) pregas subcutâneas; 6) maturity offset; 7) estatura matura predita; 8) desempenho aeróbio e 9) potência anaeróbia. Além do perfil morfológico e funcional destes jogadores, analisámos ainda o nível de interação e o desempenho do jogador-chave (key-player) e a network de contactos que emergiu da análise de seis jogos da equipa do escalão de infantis do clube Associação Atlética de Arganil. O registo espacial das condutas comportamentos dos jogadores foi registado através do campograma proposto pelo VideObserver®. Aplicou-se estatística descritiva, sendo usados parâmetros de tendência central e de dispersão. Foi ainda utilizado o coeficiente de correlação de Pearson para se determinar o grau de relação entre os resultados obtidos nas diferentes variáveis. Para este efeito, usou-se o software IBM SPSS - Statistics, versão 23, com um nível de significância em 5%.Resultados: Os resultados obtidos para a estatura, maturação somática, desempenho aeróbio e massa corporal dos atletas mostram que existe uma grande variabilidade no perfil morfológico e funcional do key-player. Os dados indicam ainda que existe uma tendência para um equilíbrio entre a estatura e a massa corporal. Por seu lado, constata-se a existência de uma correlação fraca entre o desempenho aeróbio e estado maturacional dos atletas, demonstrando que os jogadores mais avançados maturacionalmente, não são, necessariamente, os que apresentam “melhores” valores aeróbios. Os dados do presente estudo também não corroboram, de forma evidente, que jovens futebolistas mais altos e mais pesados, ou seja, “maturacionalmente” mais avançados, possam obter no campo um melhor desempenho ou nível de interação face aos seus pares. Finalmente, tendo em conta o desempenho e as interações estabelecidas entre pares durante o jogo, os resultados demonstram que o key-player é preponderante na dinâmica da equipa e na operacionalização das ações de jogo, mormente no contexto da sua organização.Conclusão: Conclui-se que variáveis funcionais como o desempenho aeróbio tendem a não ser fatores vantajosos/determinantes para atletas jovens maturacionalmente mais avançados face aos seus pares. Neste sentido, os dados do presente estudo também não corroboram, de forma evidente, que jovens futebolistas mais altos e mais pesados tendam a obter no campo um melhor desempenho, vantagem ou um melhor nível de interação face aos seus pares. Os dados indicam igualmente que dentro do escalão de Infantis é possível observarmos jovens futebolistas com a mesma idade cronológica, mas com idade biológica diferente. Por último, podemos concluir que o key-player é essencial para a orquestração das ações e interações estabelecidas com os seus pares durante o jogo, sendo este um elemento volátil e moldável às dinâmicas da equipa.

Objective: The aim of this study was to analyse the morphological and functional action, performance and the profile of young football players.Methodology: We analysed 15 young male football players (11,43 +/- 0,64), age group under 13, of the Arganil Associação Atlética club. For the morphological and functional evaluation of the young football players who are a part of this sample, the following variables were measured, namely: 1) stature; 2) seated height; 3) estimate of the length of the lower limbs; 4) body mass; 5) subcutaneous folds; 6) maturity offset; 7) predicted mature height; 8) aerobic performance; 9) anaerobic power. Besides the morphological and functional profile of these youngsters, we also analysed the level of interaction and performance of the key- player and the network of contacts that emerged from the analysis of 6 of the games of Arganil Associação Atlética club children’s football team. Performance data were analysed using the VideObserver®. Descriptive statistics were applied, by using parameters of central tendency and of dispersal. The Pearson correlation coefficient was also used to determine the degree of the relationship of the results obtained in the different variables. For this effect the IBM SPSS software was used – Statistics, version 23, to a significance level of 5%.Results: The results obtained for the stature, somatic maturation, aerobic performance and body mass of the players show that there is a great variability in the morphological and functional profile of the key-player. The data also indicated that there is a tendency for a balance between the stature and body mass. Furthermore, there is a weak correlation between the aerobic performance and the maturation status of the players, showing that the players who are more maturationally advanced, aren´t necessarily those with “better” aerobic values. The data of the present study doesn´t also confirm, in an evident way, that the taller and heavier young football players, i.e. those “maturationally” more advanced can have a better performance or level of interaction in the field compared to their peers. Finally, taking into account the performance and the interaction that was established between peers during the game, data revealed that the key-player is preponderant in the team dynamics and in the operation of the game action especially in the context of its organisation.Conclusion: We concluded that functional variables such as the aerobic performance tend not to be advantageous/ determinant factors for young players who are maturationally more advanced in comparison to their peers. In this sense, the data of the present study does not also confirm, in an evident way, that taller and heavier young football players tend to have better performance, advantage or a better level of interaction in the field compared to their peers. The data also indicates that within the children´s football team we can observe young football players with the same chronological age, but with a different biological age. Finally, the key-player is essential for the orchestration of the actions and interactions established with his peers during a game, and he is a volatile element and mouldable to the team dynamics.