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Título: Literatura e ciência na segunda metade do século XIX : a narrativa naturalista e pós-naturalista portuguesa
Outros títulos: Literature and science in the second half of 19th century : Portuguese naturalist and post-naturalist fiction
Autor: Santana, Maria Helena Jacinto 
Orientador: Monteiro, Ofélia Paiva
Palavras-chave: Literatura Portuguesa; Queirós, Eça de, 1845-1900. -- naturalismo português
Data: 14-Mai-2001
Citação: SANTANA, Maria Helena Jacinto - Literatura e ciência na segunda metade do século XIX : a narrativa naturalista e pós-naturalista portuguesa. Coimbra, 2000.
Resumo: O estudo parte de uma síntese crítica sobre o conflito pós-Iluminista das ‘duas culturas’ – literária e científica -, centrando-se seguidamente na segunda metade do século XIX. O prestígio alcançado pela Ciência oitocentista e o seu discurso triunfalista contribuíram para uma acentuada subalternização das humanidades. A reacção dos ‘homens de letras’ à perda de poder simbólico traduziu-se, paradoxalmente, numa tentativa de mimetismo em relação ao discurso científico do seu tempo. O encontro entre a Literatura e a Ciência realiza-se através da mediação ideológica do Positivismo, que assenta numa visão materialista do progresso social. Baseando o seu magistério no conhecimento científico do homem e da sociedade, o romance naturalista reivindica uma ‘alta missão social’: a moralização da vida pública e privada, com vista a um aperfeiçoamento da ordem burguesa. A uma utopia da cidade ideal corresponde uma utopia da perfeição individual que passa pelo domínio das ‘paixões’ e dos impulsos instintivos ou irracionais. Tudo isto envolve o recurso a uma enciclopédia científica cujo rasto procuramos seguir: do novo paradigma darwinista emerge uma visão pertubadora da Natureza e da regulação social (as ideias de selecção natural e de ‘struggle for life’); da Medicina coeva provêm os conceitos normativos da histeria, degenerescência, nevrose mística e artística, etc. Trata-se, concluímos, de conceitos especulativos da chamada ciência positiva que a literatura ajudou a vulgarizar e a mitificar, transformando-os em produções culturais. Mas o romance não é apenas determinado por códigos ideológicos. A apologia da normalidade implica, no âmbito da poética naturalista a dramatização do erro e do desvio, a sublimação da patologia, a dialéctica do desejo e da culpa – e aí reside o seu interesse narrativo. A metalinguagem literária tem por isso um lugar destacado no trabalho, a par da crítica cultural. Uma parte final da dissertação é dedicada à evolução do romance naturalista na viragem do século. Sob o tema "o lugar da ciência e da técnica", analisa-se a reacção ao cientismo e ao positivismo nas últimas obras de Eça de Queirós e Teixeira de Queirós e as soluções por eles entrevistas para a equação Progresso-Felicidade.
Descrição: Tese de doutoramento em Letras (Literatura Portuguesa) apresentada à Fac. de Letras da Univ. de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/783
Direitos: embargoedAccess
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